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P. Manuel Barbosa, scj
Missão nas férias

Com “missão nas férias” não quero propor programas de férias missionárias, nem dizer que a missão está de férias. É sempre bom lembrar o lema do Ano Missionário: “Todos, tudo e sempre em missão”. Aponto apenas três indicações de leitura e oração como simples contributo para quem quiser viver a missão nas férias.

1. A primeira sugestão é a nota pastoral da Obra Nacional da Pastoral Turismo para o início da época balnear (www.pastoraldoturismo.pt). Depois de situar esta pastoral específica no âmbito da missão da Igreja e na vivência do Ano Missionário rumo a Outubro, Mês Missionário Extraordinário, apresenta 13 propostas de ação pastoral, que aqui resumo: acolher cada turista ou visitante, na consciência de que nada substitui o encontro interpessoal e o testemunho da caridade vivido no encontro sincero com o outro, e formar as comunidades cristãs para o acolhimento; redigir uma breve mensagem de saudação e acolhimento, a difundir nos espaços de informação ou de hospedagem; propor catequeses, conferências, encontros informais e saraus musicais de mensagem cristã ou outras atividades; promover a venda de publicações que possam ajudar a redescobrir o amor de Deus e o sentido profundo da filiação divina; celebrar convenientemente os mistérios da fé, sobretudo a Eucaristia; proporcionar outros momentos de celebração sacramental, especialmente da reconciliação; proporcionar outras formas de celebração da fé e expressões de piedade popular; afixar e divulgar os horários das celebrações e demais ações da comunidade cristã; disponibilizar e divulgar o património religioso como meio privilegiado de evangelização e expressão da espiritualidade cristã; proporcionar o turismo espiritual em casas religiosas; promover ações de solidariedade a favor dos mais desfavorecidos da comunidade; preparar os cristãos que trabalham na atividade turística para a importância do seu testemunho e do seu compromisso laical; ajudar cada cristão a viver o seu testemunho de fé, quando se desloca para férias, em lazer ou turismo.

São propostas simples, além de outras que se podem criar, com o objetivo de ajudar as comunidades cristãs a viverem este período do ano como verdadeira oportunidade missionária, envolvendo os turistas e visitantes.

2. A segunda sugestão é a leitura dos textos preparados para Outubro Missionário, mas que poderiam já ser meditados ao longo destes tempos que o antecedem. São textos da Santa Sé, publicados entre nós pela Paulus, sob o título “Batizados e enviados: A Igreja de Cristo em missão no mundo”. Além de documentos oficiais, o livro é constituído por três partes: a primeira sobre o encontro com Jesus Cristo contém a “lectio divina” e textos do Papa Francisco para cada dia de outubro; a segunda com testemunhas da missão apresenta 25 biografias de santos missionários, muitos deles ainda não “canonizados”; a terceira consta de considerações e estudos sobre a missão, de muito interesse para reflexão e formação.

Sei que é muito texto para tempo de férias, mas sugiro as 25 biografias, uma em cada dia das férias, cuja leitura demora 7 minutos. O que são 7 minutos nos 1.440 minutos do dia? Seria uma forma simples e concreta de sinalizar a missão nas férias. Não passemos ao lado da missão, pois ela faz parte da nossa identidade cristã. A missão, que não tem férias, entra necessariamente no nosso tempo de férias. Não desperdicemos esta oportunidade!

3. A terminar, não posso deixar de saudar vivamente a bela edição do Cantoral Nacional Litúrgico, da responsabilidade da Conferência Episcopal Portuguesa e aprovado pela Santa Sé: a seleção de mais de mil cânticos constitui um “válido contributo para a verdade, a beleza, a espiritualidade, a dignidade e a vitalidade das celebrações”. Aproveitemos para bem celebrar a liturgia em missão: cantando, rezamos com alegria!