Na Tua Palavra |
D. Nuno Brás
Qualidade da democracia

Os media têm ostensivamente calado os testemunhos, argumentos e iniciativas contra a legalização da eutanásia. Aliás, fazem-no em relação a todas as chamadas “questões fracturantes” – aquelas que procuram cortar radicalmente com a sociedade em que temos vivido para nos obrigar a viver numa outra realidade que não a nossa. É verdade que, de vez em quando, lá há um programa a pesar os prós e os contras das medidas. Mas isso não apaga o esquecimento, a censura que é realizada, de modo particular nos meios de comunicação estatais, pagos em grande parte com os impostos de todos nós. Parece que nos querem fazer acreditar que existe um qualquer desígnio atrás de todas estas questões, e que por aí passa inevitavelmente o progresso.

Nestas alturas de abril em que é hábito recordar a vitória da democracia e o fim da censura, creio que é importante darmo-nos conta disto mesmo e interrogarmo-nos acerca da qualidade da nossa democracia.

A democracia vive da participação. E esta só tem lugar quando existirem opiniões conscientes e formadas, quando todos se possam fazer escutar e onde todos tenham a possibilidade de expor o seu ponto de vista. Por isso, da qualidade dos meios de comunicação – que nos trazem diariamente a realidade que está para além do nosso mais ou menos pequeno mundo – depende hoje, em grande parte, a nossa vida em sociedade.

É obviamente impensável viver sem comunicação, sem redes sociais, sem internet e sem os inúmeros modos de conhecermos notícias, opiniões, acontecimentos. Um mundo em que as notícias chegavam semanas depois dos acontecimentos, nem sequer entra, felizmente, nos nossos horizontes.

Mas isso não pode significar que fiquemos satisfeitos com o que temos. Devemos reconhecer que hoje a informação nos chega habitualmente deturpada. O pluralismo da informação, a sua verdade, o espelho da realidade que gostaríamos de conhecer sabemos que é hoje um simples e encantador sonho. Basta ver como os noticiários das rádios e televisões se copiam uns aos outros. Isto para não falarmos dessa nova realidade que dá pelo nome de “redes sociais”.

Vivemos intoxicados de informação, é certo. Mas isso não significa melhor conhecimento da realidade. E não significa, de certeza, melhor democracia.

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