Na Tua Palavra |
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D. Nuno Brás
Gostam de nós, mas só quando nos comportamos
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Há já vários anos consecutivos que o relatório da Fundação “Ajuda à Igreja que Sofre” (AIS) sobre a liberdade religiosa no mundo tem vindo a denunciar um aumento das perseguições aos crentes, em particular contra os cristãos (“a religião mais perseguida do mundo”). E este ano de 2018 não foi excepção. Mesmo em países tradicionalmente cristãos. Segundo a agência Fides, das OMP, em dados há dias divulgados, foram 40 os missionários católicos mortos no mundo durante o ano de 2018 – um aumento de 17 mortes em relação ao ano anterior.
Aliás, mesmo nós em Portugal facilmente percebemos que, se é verdade que não nos metem nas prisões, acabamos cada vez mais por ser olhados pelos “bem-pensantes” da sociedade nacional como “cidadãos de segunda”, sem o direito a manifestar publicamente o nosso pensamento e, sobretudo, sem que ele seja tido em conta.
O mundo gosta muito dos cristãos “quando eles se comportam”. O mesmo é dizer: quando se deixam integrar nas ideias pré-concebidas, aceitam colaborar com o pensamento instituído e, sobretudo, aceitam mudar os seus dogmas (“quem, neste mundo evoluído, ainda pode pensar assim? Que atraso de vida!”) e – sobretudo – quando os cristãos escondem a prática pública da fé. Nesse caso, louvam-nos. São convidados para ser entrevistados. Aparecem como exemplos públicos da modernidade. São “cristãos dos nossos tempos”.
Ao contrário, quando os cristãos ousam proclamar publicamente a fé; quando denunciam a injustiça; quando não são convenientes e quando são mesmo um escândalo para o pensamento (Que é isto de um morto ressuscitado? Que é isto de um Homem que é, ao mesmo tempo, Filho de Deus? Como pode uma mulher ser virgem antes, durante e depois do parto?), então não hesita: fere com as armas possíveis.
Aliás, não hesita em querer retirar Deus do mundo em que vivemos. Os meios de comunicação não hesitam em revelar um qualquer escândalo sexual ou financeiro de um clérigo ou de alguma instituição (falso ou verdadeiro, pouco importa) para assim tentar provar que a vida da fé é toda falsidade. E as escolas ensinam a religião da vida sem Deus por todos os meios ao seu alcance – na história deturpada, no pensamento filosófico com premissas ou conclusões erradas, na ciência e na técnica tomadas como “princípios neutros” da vida humana…
Mas o martírio é a condição cristã. É a condição dos que são baptizados na morte e ressurreição do Senhor. Faz mesmo parte da sua missão: “Envio-vos como ovelhas para o meio dos lobos; sede, pois, prudentes como as serpentes e simples como as pombas. Tende cuidado com os homens: hão-de entregar-vos aos tribunais e açoitar-vos nas suas sinagogas; sereis levados perante governadores e reis, por minha causa, para dar testemunho diante deles e dos pagãos” (Mt 10,16-18).
Não podemos deixar de protestar e de tentar tornar o mundo como um lugar onde todos possam de facto viver em paz. Mas não podemos, igualmente, deixar de dar testemunho da fé, tal como a recebemos dos Apóstolos, sempre e em toda a parte.
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