Na Tua Palavra |
D. Nuno Brás
Fátima, cada vez mais evidente

Fátima impôs-se à Igreja e ao mundo. Ninguém a impôs. Por detrás de Fátima não existe qualquer poder maquiavélico que, de uma forma organizada e persistente, vá manobrando as multidões de peregrinos. Esta é uma evidência incontestável.

Desde os começos, muitos foram aqueles que olharam para Fátima com desconfiança. Primeiro porque em 1917 a Cova da Iria era, efectivamente, o “fim do mundo”, perdido num Portugal rural e sem comunicações – se o Céu tinha uma mensagem a dizer ao mundo, só poderia fazê-lo num centro cosmopolita, para chegar ao maior número de pessoas (esqueceram-se que Nazaré, na Galileia, também era assim no séc. I). Depois porque os Pastorinhos eram crianças simples, normais, analfabetas – se Deus tinha alguma coisa a dizer, seria a adultos conscientes e sábios (esqueceram-se dos “pequeninos” de que Jesus fala no Evangelho). E, finalmente, porque naqueles tempos de racionalismo republicano e anti-cristão era um escândalo afirmar uma intervenção da Mãe de Jesus na história – naqueles tempos de “progresso”, “já não se devia usar” contar com Deus no quotidiano (esqueceram-se da promessa de Jesus de que estaria com os seus “até ao fim dos tempos”).

Mas, logo desde o início, o povo de Deus deu uma lição aos intelectuais bem-pensantes. Se alguém impôs Fátima à Igreja e ao mundo, foi o povo de Deus que, com o seu sentido da fé, de um modo persistente e constante, peregrina à Cova da Iria. No começo, eram pequenas multidões de gente simples, vinda a pé das redondezas. Mas as multidões continuaram a engrossar. Deixaram de vir apenas das terras vizinhas. E as famílias portuguesas começaram a rezar o terço. Fátima passou a ser um fenómeno nacional. E passou a ser expressão da “alma portuguesa”. Deixou de ser apenas expressão da fé dos simples e chegou a todos os crentes de Portugal. Era impossível ignorá-los e era impossível ignorar Fátima.

Mas Fátima e a sua mensagem foram continuando a fazer caminho, saíram de Portugal e chegaram ao mundo inteiro. E, desde o começo, a conversão, a mudança de vida, a oração, a fé vivida, rezada e pensada. Juntamente com a emoção e a comoção – qual é o ser humano que as não vive?

Depressa Fátima chegou também ao conhecimento do Papa. Desde Pio XI que os sucessores de Pedro têm expressamente reconhecido a verdade das aparições. E desde Paulo VI que os Papas se fazem peregrinos de Fátima. Com S. João Paulo II, Fátima deixou de ser apenas um acontecimento que diz respeito aos cristãos: quando se contar a história do mundo no séc. XX e XXI, Fátima terá que ser referida. E o Papa Francisco mostrou-o uma vez mais, ao querer expressamente vir “apenas a Fátima”, como peregrino.

Fátima é cada vez mais evidente. Só não o vê quem não quiser ver.

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