Na Tua Palavra |
D. Nuno Brás
Como cresce a Igreja?

Como cresce a Igreja? Esclareçamos, desde já, que a questão não é, absolutamente, a de termos mais ou menos adeptos, como se fôssemos um clube de futebol, um partido político ou uma qualquer organização que necessite de ter entre as suas fileiras mais seguidores. A questão não é, pois, de quantos são os que “pagam as cotas”.

Aliás, creio que, de verdade, ninguém (a não ser o próprio Deus) sabe quantos cristãos existem na realidade. Sabemos, isso sim, o número de baptizados. Mas daí, infelizmente, não se segue que todos sejam cristãos; tal como, felizmente, existem não baptizados que são cristãos – e não me estou a referir àquilo a que se convencionou chamar “cristãos anónimos”: respeito demasiado a liberdade e a decisão de cada ser humano para dizer que, por exemplo, um budista bom “é um cristão, só que não sabe”… Não: refiro-me àqueles que seguem verdadeiramente a Jesus Cristo e que se encontram a caminho do baptismo – e são tantos no mundo inteiro!

Mas como cresce a Igreja? Como e onde é que se dá aquele encontro central na vida de um ser humano, e que o faz aceitar viver com Cristo, sempre e para sempre? Como cresce Cristo em nós e à nossa volta?

Por sugestão de alguns, poderíamos transformar as nossas celebrações em qualquer coisa parecida com uma discoteca que “atraísse os jovens” (sou eu que exagero, nunca mo propuseram assim, literalmente…) – teríamos as igrejas cheias, com gente que, naquele momento, se sentia eufórica mas que não encontrou Cristo.

Podíamos fazer alguns “descontos” na radicalidade do Evangelho: afinal, amar o inimigo é demasiado difícil… poderíamos antes pregar que basta não lhe querer mal – vá lá, 50% de saldos, em época de fim de estação… Seríamos muito mais simpáticos (a exigência é muito pouco simpática e “vende” pouco), mas não teríamos cristãos – nem sequer “meio” cristãos: apenas gente iludida.

Ou então poderíamos “confeccionar” uma religião mais contemporânea: um pouco de cristianismo, misturado com umas ideias do islão e mais um pouco de sal budista e uns temperos hindus… Uma coisa agradável, anti-stressante, fraternal… Mas não seria cristianismo; seria uma criatura das nossas mãos.

Como cresce a Igreja? Como cresce Cristo em nós? “Mais que com o número de baptismos celebrados, a Igreja cresce pela oração” – respondeu, há dias, o Cardeal Robert Sarah, acrescentando: porque a oração é o encontro com Cristo e nos permite perceber Cristo em nós. É que, sem a oração não nos apercebemos de Cristo ao nosso lado: podemos matar-nos a fazer coisas boas em favor do próximo, mas nunca iremos saborear a alegria de viver cada vez mais com Cristo. Entregaremos um pouco do que cada um é; mas não seremos capazes de entregar Cristo. Talvez seja esse o grande problema de tantas das nossas iniciativas pastorais.

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