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A. Pereira Caldas
Uma guerra sem fim

Será que um vento de loucura está a varrer o mundo como parece mostrar a recente onda de atentados na Europa, alguns de origem e motivações ainda por esclarecer e que causaram centenas de vítimas entre mortos e feridos?

Será que o mundo está a mergulhar, perigosamente, num pântano de intolerável violência sem rosto e sem destino?

Numa primeira visão, estamos tentados a dizer que sim, que o mundo ou partes dele podem estar mesmo a correr para o abismo. São, como sempre foram, órfãos das respostas radicadas na lógica e na razão que moldam a consciência coletiva. Porém, perante uma pergunta “velha” como esta, o mundo, mesmo que mais ou menos dividido, terá de se envolver na busca de todos os caminhos e meios possíveis para enfrentar os ataques brutais contra seres humanos inocentes que apenas pedem à vida… que os deixem viver. É uma luta extremamente difícil. Dir-se-ia até que é uma luta contra fantasmas – fantasmas às vezes criados por quem os combate, a fazer lembrar D. Quixote a esgrimir, “heroicamente”, contra os moinhos de vento que só a sua imaginação consegue ver.

É neste quadro negro feito de dúvidas e de hesitações que se inscreve o cerne desta guerra – porque é de uma guerra que se trata… – que é urgente travar e tentar vencer, mesmo que o seja em pequenas batalhas estendidas por várias frentes e no momento certo, abrangendo a política, a economia, a justiça, a questão essencial dos refugiados. E agora também o problema da saída da Grã-Bretanha da União Europeia, de consequências imprevisíveis, a médio e longo prazo, praticamente em todos os domínios.

Mas, nem valeria a pena lembrá-lo, é absolutamente imprescindível que um sentimento muito forte de unidade e responsabilidade inunde os detentores do poder, os de hoje e os de amanhã, levando-os a aceitar de uma vez por todas o papel fundamental que lhes cabe na defesa dos valores ocidentais de raiz cristã – os únicos capazes de conduzir a uma verdadeira paz universal.