Na Tua Palavra |
D. Nuno Brás
Entre o céu e a terra

A visita que o Papa Francisco realizou, no passado dia 26, ao Parlamento Europeu é significativa: o Papa deslocou-se propositadamente a Estrasburgo para falar da Europa à Europa. Não se tratou de um entre outros pontos da agenda de uma viagem mais longa. E fê-lo para recordar os eixos fundamentais da realidade europeia: a dignidade transcendente da pessoa e o contínuo encontro entre o céu e a terra que marca a história do Velho continente.

Se é verdade que o Papa Francisco recordou que já não nos encontramos em tempos de “eurocentrismo”, neste mundo cada vez mais globalizado, é igualmente certo que não deixou de afirmar a responsabilidade que a Europa tem de proporcionar ao mundo contemporâneo dinamismos que recusem a “cultura do descartável” e a sujeição da dignidade da vida aos interesses económicos.

Por outro lado, o Papa sublinhou como “uma Europa que já não seja capaz de se abrir à dimensão transcendente da vida é uma Europa que se arrisca a perder a própria alma e também aquele espírito humanista que ama e defende”.

Pelo meio, o Santo Padre fez referência à realidade europeia: ao cansaço e envelhecimento das suas instituições e pessoas, aos estilos de vida egoístas sem a preocupação pelo bem comum, à perseguição dos cristãos por causa da fé, à desconfiança dos cidadãos nas instituições europeias, por vezes mais preocupadas com o tecnicismo burocrático.

Mas, ao mesmo tempo, não podemos dizer que se tenha tratado do discurso de alguém que perdeu a esperança na Europa. E muitos foram os convites que o Papa Francisco fez aos deputados europeus: a defesa da democracia, a promoção da educação a partir da família, “célula fundamental” e elemento precioso de cada sociedade, a defesa da dignidade do trabalho e o reconhecimento do contributo dos emigrantes. E, sobretudo, o convite à construção de uma Europa que encontre o seu centro de gravidade não à volta da economia mas da pessoa humana.

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