Na Tua Palavra |
D. Nuno Brás
Quando é Natal?

Não raras vezes escutamos que “Natal é quando um homem quiser”. Quando escuto esta frase, sei que, em princípio, se trata de relativizar o calendário, e querer afirmar que não é apenas no dia Natal que devemos olhar para os outros que precisam de nós.

Mas o facto é que, para além dessa boa intenção, que não ponho em causa, na frase vai igualmente uma realidade enganadora: parece que é o homem quem faz o Natal. E que, por isso, cada um o celebra como muito bem entende: se uns vão à Missa, outros podem, muito bem, fazer um gesto de solidariedade, outros viver o dia em família e outros ainda (porque não, se depende do querer do homem?) ir para os bares e discotecas passar uns bons momentos…

Só que Natal não é quando o homem quer. Nem é uma época de festas, de luzes, de boas intenções e atitudes de solidariedade, ou um momento familiar mais intenso e feliz. Ou, se o é, é porque a celebração do nascimento de Deus em carne humana não pode deixar de se mostrar em toda essa alegria exterior. Natal é Deus que arrisca nascer homem, na pobreza do Presépio, para que o homem, deixando-se encontrar por Ele, possa colocar de parte o seu pecado e receber a Sua vida.

Nem se trata da celebração dum mero acontecimento do passado: porque tem a sua origem em Deus, ele atravessa todos os tempos e culturas. A questão do Natal é a questão de Deus e de tudo aquilo que ela significa e tem a dizer à nossa vida. É a questão da salvação, muito antes da questão da solidariedade. Recordava-o o Papa Bento XVI no seu recente livro sobre a infância de Jesus de Nazaré (pág. 42): “O homem é um ser relacional; se fica transtornada a primeira relação fundamental do homem – a relação com Deus – então nada mais pode estar verdadeiramente em ordem. É desta prioridade que se trata na mensagem e na atividade de Jesus: Ele quer, em primeiro lugar, chamar a atenção do homem para o cerne do seu mal, fazendo-lhe ver: se não estiveres curado nisto, então, apesar de todas as coisas boas que possas encontrar, verdadeiramente não estás curado”.

Natal é quando Deus vem ao encontro de cada ser humano, no concreto da sua existência. Acolhê-Lo, depende certamente do homem. Mas não podemos deixar de reconhecer que tudo depende, essencialmente, de Deus.

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