Na Tua Palavra |
D. Nuno Brás
Aprender inglês?

Não esqueço o que um amigo me dizia há dias sobre o nosso país, comparando-o a uma criança aflita numa piscina: “o rapaz está a afogar-se, e você pergunta-me se sabe falar inglês?”

É verdade que a crise económica é uma realidade central que importa resolver, sem o que nos arriscamos verdadeiramente a afogar, a “deitar por água abaixo” todo o caminho percorrido nos últimos decénios. Não espanta pois que a economia assuma hoje um lugar que não tinha, há apenas alguns anos.

E, no entanto, confesso que não me sai da cabeça esta questão: será que basta resolver a crise económica? Creio que todos nos damos conta de que Portugal, tal como a maioria do mundo ocidental (e, em particular, a Europa), se encontram no meio de uma encruzilhada que é decisiva para o seu futuro, mas sem saber para onde caminhar.

A estratégia pode passar, é certo, por tentar primeiro a solução da crise económica para, depois, podermos pensar com mais descanso em todas as outras questões (bem mais graves) deste mundo novo em que nos encontramos, e no qual ainda, decisivamente, não aprendemos a viver.

Mas a estratégia pode, igualmente, passar por perceber que a crise económica apenas se resolverá definitivamente quando tiverem uma resposta todas as outras questões acerca do como queremos viver enquanto seres humanos. Porque delas depende também o lugar que a economia poderá ou não assumir no meio da nossa vida social.

Neste momento, quase parece que Marx nos convenceu de que tudo se resume à luta entre agentes económicos. Por mim, estou certo que não tinha razão. O ser humano e a vida social são muito mais que uma situação económica.

Paradoxalmente, o rapaz pode estar a afogar-se, mas a sua salvação talvez não se encontre apenas em retirá-lo da água. É que, se não tiver mais nada para fazer, quando apanhar a família distraída, pode bem voltar a atirar-se para dentro da piscina!

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