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09.10.2011

Na Tua Palavra |

D. Nuno Br�s

Editorial: No in�cio como hoje

Quando o leitor ler este meu escrito, tudo pode ter j� mudado. A senten�a de morte que paira sobre Yusuf Nadarkhani, o pastor protestante que se converteu do isl�o ao cristianismo pode j� ter sido executada, do mesmo modo que a sua pena, por for�a da press�o internacional, pode j� ter sido comutada.

Como quer que seja, o facto � que Yusuf compareceu h� dias pela 4� vez perante os ju�zes do Supremo Tribunal do Ir�o, que lhe perguntaram se estava disposto a arrepender-se. � quest�o, Yusuf respondeu: “Arrepender significa regressar. Devo regressar a qu�? � blasf�mia que tinha antes da minha f� em Cristo?”. “� religi�o dos seus antepassados, o isl�o”, respondeu um juiz, ao que Nadarkhani disse simplesmente: “N�o posso”.

Ao ler a breve descri��o do que aconteceu h� poucos dias, n�o pude deixar de me recordar das Actas do mart�rio de S. Cipriano de Cartago, quando este foi levado � presen�a do proc�nsul Gal�rio M�ximo que lhe disse: “Os sacrat�ssimos imperadores ordenaram-te que oferecesses sacrif�cios aos deuses”. Cipriano respondeu: “N�o o fa�o”. Gal�rio M�ximo insistiu: “Reflecte bem”. E Cipriano voltou a afirmar: “Faz o que te foi mandado; numa quest�o t�o justa, n�o � preciso reflectir mais”. E Gal�rio M�ximo condenou Cipriano a ser decapitado.

No caso de Cipriano, o seu di�logo com o proc�nsul teve lugar no dia 14 de Setembro do ano 258; no caso de Yusuf, a sua presen�a no Tribunal teve lugar no dia 28 do mesmo m�s, mas do ano 2011. No caso de Cipriano, os crist�os eram perseguidos pelo imperador romano Valeriano; no caso de Yusuf, os crist�os continuam a ser perseguidos pela lei de um pa�s, mas em pleno s�culo XXI.

Quando somos confrontados com relatos como aquele que transcrevemos acima, n�o podemos deixar de nos interrogar sobre o modo como vivemos hoje a f� e dela damos testemunho – sobretudo n�s que, ao contr�rio de muitos crist�os contempor�neos, temos tantas facilidades em faz�-lo!

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