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Núcleo Católico do ISCTE: ?Queremos trazer Deus para a faculdade? (com vídeo)
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Bastou um grupo de seis pessoas discutir religião no bar da faculdade para ser criado o Núcleo Católico do ISCTE. Helena Alarcão e André Cruzeiro são o rosto deste grupo que quer “trazer Deus para a faculdade”.

Em Fevereiro estiveram na criação do NCI – Núcleo Católico do ISCTE. Em que consiste este grupo e porque decidiram criá-lo?

Helena Alarcão – O NCI começou a ser pensado há cerca de um ano, quando seis alunos que pouco se conheciam juntaram-se no bar para conversar sobre Deus e como trazê-l’O para a faculdade. Eu e o André já andamos no ISCTE [Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa] há quatro anos e sentíamos uma tremenda necessidade de trazer Jesus para a faculdade! Sendo uma faculdade com 15 cursos, era importante fazermos qualquer coisa por estes milhares de jovens. A ideia não é ‘salvar’ a faculdade nem fazer coisas megalómanas, mas sim em coisas pequeninas trazer Deus para a faculdade. Esse grupo de gente tão diferente, vinda de vários sítios e movimentos católicos foi tendo reuniões e acabámos por decidir que queríamos fazer Missões Universitárias – uma semana de missão e acção social numa terra em Portugal. Claramente este núcleo não terminou nas missões! Ele começou sim nas Missões Universitárias que fizemos em Fevereiro.

André Cruzeiro – É importante referir que todas as pessoas que no início fizeram parte do Núcleo achavam que eram a única pessoa católica na faculdade, o que acabou por ser mentira porque arranjámos trinta pessoas que foram fazer missão. Depois das Missões Universitárias, a ideia agora é consolidar este grupo e continuar a fazer acção apostólica na faculdade. No fundo, como tinha dito a Helena, o objectivo é levar Cristo para a faculdade, um sítio onde achamos que Ele não está ainda muito presente.

 

Que tipo de evangelização pretendem desenvolver junto dos jovens universitários?

André – Depois das missões ficámos a saber que muita gente não participou porque não soube da realização dessas missões. Apesar de termos afixado cartazes pela faculdade, muitos jovens têm-nos dito: ‘Então, houve missões? Não sabia, mas gostava de ir, quando é que há mais?’ Para além das Missões Universitárias, as nossas actividades no NCI passam por incentivar os jovens a irem à missa, a fazer acção social, a apoiar instituições, dar explicações a crianças... Mas não é só fazer missão lá fora. A nossa maior missão agora é aqui, na faculdade! Queremos dar espaço na faculdade para que se fale de Jesus, da sua vida e obra.

Helena – Exacto! Nesse sentido nós pensámos em trazer pessoas à faculdade para fazer debates, palestras. Não queremos que este grupo seja um grupo fechado mas que esteja aberto à entrada de todos e que não esteja isolado dos outros núcleos que existem na faculdade. Aqui também pretendemos mostrar a importância da vocação! A vocação é o nosso motor para a felicidade e se conseguirmos despertar nas pessoas os talentos que elas têm, vão ser muito mais felizes e com uma força maior e mais firmes em Jesus.

 

É dito frequentemente que os jovens ligam cada vez menos à religião e à espiritualidade. Qual o papel do Núcleo Católico do ISCTE para combater esta realidade?

André – Isso é uma realidade, mas há pessoas que estão muito empenhadas em participar e em conhecer Deus. Porque Cristo não está só na igreja ou na missa. Nós neste grupo temos pessoas de diferentes realidades e movimentos, sejam de equipas de jovens, de Schoenstatt ou do CUPAV. Nós também queremos dar a conhecer os diversos movimentos da Igreja. Pode haver alguém interessado em trabalhar em Igreja e não sabe como ou onde se deve dirigir.

Helena – Sim, a ideia é direccionar os jovens que querem conhecer Deus mas não sabem como. Nós queremos mostrar que a Igreja está e é actual, que também é jovem. É esse o nosso desafio: que Cristo é jovem e que é para todos!

 

Acreditam que poderão ser criados grupos semelhantes noutras faculdades de Lisboa?

Helena – Depois das Missões precisávamos de um espaço para nos reunirmos com assiduidade e uma vez que ainda não somos um núcleo ‘oficial’ do ISCTE, temo-nos reunido na Casa Sacerdotal. É nossa intenção falarmos com o Reitor e pedir que a faculdade nos ceda uma sala para as nossas reuniões, de forma a tentarmos perceber que lugar teremos no ISCTE. É darmo-nos a conhecer para que não aconteça o que aconteceu com as Missões, ou seja, termos jovens que gostavam de ter ido mas não foram porque não souberam da missão. Para além do NCI, sabemos de algumas outras faculdades, nomeadamente a Nova de Lisboa e a Católica, que têm desenvolvido projectos de acção social juntos dos alunos.

André – Este grupo formou-se porque seis pessoas quiseram trazer Deus para a faculdade… bastou isso! Depois vieram as missões e agora vamos dar continuidade a este projecto. Como só bastou seis pessoas moverem-se para a criação deste grupo, acho que é possível em todas as faculdades.

 

A santidade vai estar em foco na visita de Bento XVI ao nosso país, em Maio próximo. Qual o caminho que os jovens devem seguir para atingir a santidade?

Helena – O caminho para a santidade é um caminho para a felicidade e eu acredito que a verdadeira felicidade está em Jesus. É a Ele que queremos seguir! Seguindo-O chegamos à felicidade e, por sua vez, também à santidade. Por exemplo, tendo agora a visita do Santo Padre, nós, como jovens de Portugal, temos o dever e vamos estar completamente inseridos no programa dos jovens para a visita do Papa.

André – Acredito que só poderemos chegar à santidade através da vida de Jesus e do exemplo que Ele nos deu. A santidade é uma coisa possível, é uma coisa para todos!

 

Na Mensagem para a 25ª Jornada Mundial da Juventude, que será celebrada a 28 de Março, Domingo de Ramos, o Papa recorda que os jovens da actualidade têm de enfrentar “muitos problemas”, derivados do desemprego, da falta de referências e de perspectivas concretas para o futuro. De que forma é que o NCI pode ajudar a enfrentar estes problemas?

Helena – O facto de estarmos na faculdade e num período da vida da pessoa muito importante que é a formação e a licenciatura achamos que isso pode ser bom. Hoje em dia os jovens estão muito dispersos e se calhar não sabem para onde devem ‘apontar baterias’. Neste caminho percebemos que os problemas que encontramos na vida vão todos ser atenuados porque temos Cristo ao nosso lado e a caminhar connosco. Assim, podemos dar esta dimensão às pessoas, mostrar uma coisa muito maior do que nós, maior que os problemas… no fundo mostrar a grandeza de Jesus. Porque o nosso verdadeiro tesouro está em Deus… que é uma coisa que não acaba nunca mais!

André – Exacto! É mostrar que com o amor que Deus nos dá, todos os problemas podem ser superados. É essa a mensagem que temos de transmitir. E levar esse amor de Jesus aos outros!

 

Perfil

Helena Alarcão

Estudante do 4º ano do curso de Arquitectura no ISCTE, Helena Alarcão, de 21 anos, faz parte da paróquia de Algés e está ligada às Equipas de Jovens de Nossa Senhora da paróquia de Santa Isabel.

André Cruzeiro

André Cruzeiro está também no 4º ano de Arquitectura no ISCTE. Aos 23 anos, este jovem da paróquia de Cascais está ligado ao CUPAV (Centro Universitário Padre António Vieira), através do CVX e dos Gambuzinos.

 


Núcleo Católico do ISCTE

Informações: nciscte@gmail.com

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