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“Rezemos e trabalhemos pela nossa Casa comum”
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O Papa Francisco assinalou o início o Tempo da Criação 2021. Na semana em que foi publicado mais um ‘O Vídeo do Papa’, Francisco deu uma longa entrevista a uma rádio espanhola e anunciou viagens ao estrangeiro, considerou que “não foram tidas em conta todas as eventualidades” no Afeganistão e enviou ajuda financeira para o Haiti, o Bangladesh e o Vietname.

 

1. O Papa exortou os fiéis à oração e ao trabalho pela “Casa comum” em tempos de grave crise planetária. Na audiência-geral de quarta-feira, Francisco recordou a celebração do Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação e início do Tempo da Criação, a 1 de setembro, “tradicional tempo ecuménico de cura e esperança que exorta a renovar a nossa relação com Deus e com tudo o que nos circunda”. “Hoje celebramos o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação. É o início do Tempo da Criação, que se concluirá no dia 4 de outubro, festa de São Francisco de Assis. Junto com os irmãos e irmãs de diferentes confissões cristãs, rezemos e trabalhemos pela nossa Casa comum nestes tempos de grave crise planetária”, pediu o Papa, na Sala Paulo VI, indicando que nos próximos dias será divulgada uma mensagem preparada em conjunto com o Patriarca Ecuménico Bartolomeu I e o Arcebispo de Cantuária, Justin Welby.

 

2. O Papa Francisco convida cada pessoa a questionar o seu estilo de vida e a forma como usa os bens do planeta. Um desafio proposto na edição deste mês de setembro de ‘O Vídeo do Papa’, em que o Santo Padre defende uma mudança baseada no cuidado responsável, no respeito, na simplicidade e na sobriedade, tendo como referência o exemplo dos jovens. A reflexão pedida por Francisco deve incidir na forma como nos alimentamos, consumimos ou deslocamos ou no uso que fazemos da água, da energia e do plástico e outros bens materiais “que muitas vezes são prejudiciais à Terra”.

 

3. O Papa Francisco anunciou que vai realizar, em breve, três viagens apostólicas internacionais. “A Eslováquia [e Hungria, entre 12 e 15 de setembro] está agora no programa, depois virá Chipre, Grécia e Malta”, revelou Francisco, em entrevista à Cadena COPE, divulgada esta quarta-feira, 1 de setembro. Questionado sobre uma possível viagem a Espanha, em 2022, por ocasião do Ano Santo de Santiago de Compostela, o Papa não descartou essa possibilidade, mas teve o cuidado de especificar que não seria uma visita de Estado. Recorde-se que, em novembro, o Papa vai a Glasgow, no Reino Unido, para participar cimeira do clima, conhecida como COP26.

Nesta entrevista de uma hora e meia à estação de rádio da Conferência Episcopal Espanhola, Francisco deu detalhes sobre a sua recente operação, na qual foram tirados “33 centímetros de intestino” e afirmou que foi um enfermeiro que trabalha há 30 anos no serviço de saúde que lhe “salvou a vida”, porque lhe disse: ‘Tem que fazer uma cirurgia’, apesar de lhe terem aconselhado outras opções como a cura com antibióticos. Um jornal ultraconservador italiano lançou, na altura, um rumor sobre uma eventual renúncia, ao que Francisco respondeu: “Quando um Papa está doente, sopra uma brisa ou um furacão de conclave”.

Na conversa com o jornalista Carlos Herrera, o Papa desafiou Espanha a “reconciliar-se com a sua própria história”. “Eu não sei se Espanha está totalmente reconciliada com a sua própria história, sobretudo a história do século passado. E, se não está, creio que tem de fazer uma reconciliação com a própria história, o que não quer dizer abdicar de posições próprias, mas sim entrar num processo de diálogo e reconciliação. Acima de tudo, deve-se evitar as ideologias, que são o que impede qualquer processo de diálogo e reconciliação”, destacou. O Santo Padre assumiu ainda que o caminho com a China não tem sido fácil, mas que nunca se deve renunciar ao diálogo. “A China não é fácil. Estou convencido que não se deve renunciar ao diálogo. Depois pode haver enganos, mas esse é o caminho. Fechar-se nunca é caminho”, lembrou.

Francisco insistiu que a corrupção é uma doença em que as grandes organizações estão sempre a recair, mas que deve ser sempre combatida. No caso particular da Santa Sé, foi necessário reformar também todo o sistema judicial, explicou. “Trata-se de fortalecer o sistema judicial do Vaticano, torná-lo mais independente e dotá-lo de melhores condições técnicas, nomear um novo procurador. Isto ajuda as coisas a avançar. A estrutura ajudou a enfrentar esta situação, que parecia que nunca ia mudar. Esperemos que estes passos dados na justiça do Vaticano ajudem a que haja cada vez menos casos… Sim, de corrupção”, sublinhou.

 

4. O Papa Francisco considerou que “nem todas as eventualidades foram tidas em conta” relativamente à saída do Afeganistão das tropas dos Estados Unidos e dos aliados. Em entrevista à rádio espanhola COPE, e quando questionado se a população afegã foi deixada “por conta própria”, Francisco disse que não quer fazer julgamentos, mas afirma que “não foram tidas em conta todas as eventualidades”.

O Papa já fez dois apelos após a oração dominical do Angelus sobre o Afeganistão e, no último, expressou a sua preocupação com a situação no país e pediu “para continuarem a ajudar os mais necessitados”. O Santo Padre manifestou também o seu desejo de que “o diálogo e a solidariedade alcancem uma coexistência pacífica no país” e exortou os cristãos a “intensificar a oração e praticar o jejum”. “Acompanho a situação no Afeganistão com grande preocupação e partilho o sofrimento daqueles que choram pelas pessoas que perderam as suas vidas nos atentados suicidas de quinta-feira passada e daqueles que procuram ajuda e proteção”, disse Francisco, na Praça de São Pedro, durante a oração dominical do Angelus, no passado Domingo, dia 29 de agosto.

 

5. O Papa enviou uma ajuda inicial de 200 mil euros para as populações atingidas pelo terramoto no Haiti, 69 mil euros para o Bangladesh, que foi afetado pelo ciclone Yaas, e ainda 100 mil euros para o Vietname fazer face às dificuldades causadas pela pandemia de covid-19. A informação foi avançada pelo Dicastério para o Serviço de Desenvolvimento Humano Integral da Santa Sé.

Em colaboração com a Nunciatura Apostólica, a verba destinada para o Haiti será partilhada pelas dioceses mais afetadas por esta calamidade e vai ser utilizada na assistência às vítimas do sismo. Esta contribuição “pretende ser uma expressão imediata do sentimento de proximidade espiritual e encorajamento paternal para com o povo e territórios afetados”, explica o dicastério.

Recorde-se que no passado dia 15 de agosto, Francisco apelou à ajuda da comunidade internacional para com o Haiti, e manifestou a sua proximidade à população, tendo convidado os peregrinos presentes na Praça de São Pedro a rezar com ele uma Avé-Maria.

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