
Não desejamos que seja por muito tempo, mas temos mesmo que nos adaptar a esta nova realidade a que chamam de “novo normal”. Precisamos criar os meios de estar uns com os outros, com alguma normalidade, mas sem ultrapassar o risco que pode levar ao contágio do novo coronavírus. O uso da máscara cirúrgica ou a social, a higienização constante das mãos, os muitos cuidados nos normais contactos que demonstram sentimentos, afetos, ou simplesmente civismo entre as pessoas, são alguns dos aspetos a que, hoje em dia, precisamos estar atentos, porque podem ser foco de contágio.
No entanto, é preciso começar a viver, porque sinto que deixámos de ter vida. Há quem pense que viver a vida é fazer o que bem lhe apetece, mesmo pondo em risco a vida, sua e dos outros; mas viver a vida é ser capaz de viver o momento presente, como ele se apresenta. É o que Deus nos dá a viver agora, então sejamos capazes de o acolher com disponibilidade.
Para o cristão, a vida deve ter como centro Jesus Cristo, mas será que Ele está mesmo no centro, ou apenas ali, de lado, à espera de um momento para irmos à sua procura ou ao seu encontro? Este tempo que nos tem sido dado a viver fez perder muitos hábitos de vida cristã, sobretudo de uma oração vivida mais em comunidade. O que as redes sociais foram levando, no tempo em que estávamos fechados em casa, pode ter servido de ajuda para muitos, e terá levado a que famílias tenham criado ritmos de oração, que antes não tinham, mas terá, também, afastado tantos outros.
Na catequese infantil, se, em muitas situações, já se vivia esta dificuldade da participação na Eucaristia, hoje verifica-se que houve um grande afastamento do Sacramento e ainda não vimos as crianças regressar a Casa. Isto pode levar a muitas reflexões, mas cabe às famílias, com a ajuda das paróquias e das diversas estruturas de catequese, esta responsabilidade de educar as crianças para a celebração da Eucaristia, recordando que a catequese é uma aprendizagem a um caminho de vida cristã, e não um ‘curso’ para alcançar um ‘diploma’ que, depois, em muitas situações, fica guardado na gaveta e não se mostra na vida.
Editorial, pelo P. Nuno Rosário Fernandes, diretor
p.nunorfernandes@patriarcado-lisboa.pt
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Pedro Vaz Patto
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