3 DICAS |
‘3 DICAS’ – VOCAÇÕES
“Fazer da oração pelas vocações uma prioridade das paróquias e das famílias”
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O diretor do Sector de Animação Vocacional do Patriarcado de Lisboa convidou “os cristãos e as paróquias a rezarem pelas vocações”. No programa ‘3 DICAS’, o padre Bernardo Trocado lembrou que este sector desempenha “uma missão importante na diocese” e sublinhou a necessidade de se fazer “da oração pelas vocações uma prioridade”. “A nossa missão tem passado muito pelo estimulo à oração. A primeira missão vocacional é convidar os cristãos todos a rezarem, a colocarem-se diante de Deus e a pedirem-Lhe que mande operários para a sua messe, sejam pastores, sejam consagrados e consagradas, quer sejam também famílias cristãs, que transformam o nosso mundo”, apontou o sacerdote, que assumiu este sector da pastoral há quase dois anos e que convidou igualmente “os pais a irem rezando pelos filhos nesse sentido, entregando os filhos a Deus, para eles descobrirem a sua vocação e o seu caminho”. “Quer a nível paroquial, quer a nível familiar é importante que este tema [das vocações] não seja tabu, nem seja um assunto esquecido. Que se fale, nas homilias, nos grupos, que Deus tem um plano e que é decisivo para o caminho das pessoas descobrir o plano de Deus”, assumiu.

No programa transmitido, em direto, na tarde desta quarta-feira, 29 de abril, o padre Bernardo Trocado lembrou que “as vocações são uma graça que Deus manda”, e frisou que o trabalho deste sector passa também “pelo acompanhamento das paróquias” e pelo “trabalho em rede com colégios católicos e congregações religiosas”, de forma a “acompanhar os mais jovens de uma maneira coordenada e articulada”. Este sacerdote destacou ainda as “atividades de acompanhamento vocacional, quer para rapazes, quer para raparigas”, que ajudam “a saber ler os sinais”, e os “campos de férias”, que decorrem nas férias do Natal, da Páscoa e de verão, que ajudam “os rapazes e as raparigas a perguntar a Deus o que quer” de cada um. Finalmente, enalteceu as “diversas propostas de momentos de silêncio e de retiros de silêncio” feitas pelo sector.

O padre Bernardo Trocado é também prefeito no Seminário dos Olivais e referiu, neste ‘3 DICAS’, que “o tempo” é um “fator absolutamente necessário em qualquer vocação”. “A vocação não se descobre, nem se decide, à pressa. É um caminho longo, mas necessário, para irem captando, pouco a pouco, os sinais que Deus vai enviando”, considerou, destacando igualmente como os formadores procuram ser “uma presença familiar, amiga e atenta” junto dos seminaristas, candidatos ao sacerdócio.

 

“Ser sinal radical de que Deus basta”

Em plena Semana de Oração pelas Vocações (26 de abril a 3 de maio), o programa ‘3 DICAS’ contou também com a participação de Ausenda Pires, que integra este serviço diocesano e que destacou o acompanhamento que é feito no discernimento vocacional das raparigas através dos Luzeiros. “São campos vocacionais para raparigas, do 7.º ao 12.º ano, com atividades em conjunto e também atividades próprias para cada idade”, referiu, lembrando também as “terça.com Vocação, na primeira terça-feira do mês – mas não agora, neste tempo de confinamento –, na Igreja do Campo Grande, com raparigas, com universitárias e algumas mais velhas, que procuram a sua vocação e dar um sentido, em Deus, à sua vida”.

Questionada sobre o que as raparigas começam por procurar quando participam nos encontros, Ausenda respondeu que, “nos Luzeiros, o que as fascina é uma experiência de Deus diferente das que elas estão habituadas”. “Os Luzeiros são um espaço onde se aprende, a brincar, e há tempo para tudo: para rezar, para catequeses, para dançar, para pregar partidas umas às outras…”, referiu, sublinhando a importância de as raparigas perceberem quer “ser batizada é ser vocacionada e que o Senhor, a todo o momento, chama e espera uma resposta”.

Ausenda Pires é consagrada na Ordem das Virgens e destacou também que “a importância da vida consagrada faz parte da santidade da Igreja”. “A vida consagrada lembra a todos os cristãos que a vida não termina aqui e o Céu é o limite. Somos todos chamados a essa vida em Deus, onde não nos casamos nem nos damos em casamento e onde o Senhor é tudo para todos”, partilhou, reforçando que “a vida consagrada tem a missão de tornar radical aquilo a que todos somos chamados: amar a Deus sobre toda as coisas”. “Não casar por amor do Reino dos Céus é para ser esse sinal radical de que Deus basta”, terminou.

 

“Uma experiência muito rica”

Joana Marques, que também colabora nesta pastoral, foi convidada do ‘3 DICAS’, mas devido a problemas técnicos não foi possível ter o seu testemunho em direto. Em contacto posterior, com o Jornal VOZ DA VERDADE, esta leiga frisou que tem sido “uma experiência muito rica” acompanhar os campos vocacionais para raparigas. “Entendo-o como um caminho de acompanhar, de caminhar com as raparigas que se dispõem e têm vontade de ouvir Deus e de ouvir a vontade de Deus para as suas vidas”, respondeu, salientando que “tem sido interessante participar nestes encontros e crescer com elas e com a equipa de animadores”. “Sinto isso como um caminho conjunto. Ajudamo-nos umas às outras nesta busca”, acrescentou.

Sobre o que procuram transmitir às raparigas que participam nos campos vocacionais, Joana observou a necessidade de “dar-lhes um espaço de encontro com Deus, um espaço de escuta e de ensinar esta atitude de nos pormos à escuta, de fazer silêncio e de procurar ouvir”. Segundo referiu, é importante que as raparigas percebam que “a pergunta [da vocação] põe-se já”, sabendo que “a questão do futuro e de uma decisão mais definitiva, a longo prazo”, também está presente. “É importante haver espaço para perguntar. E o facto de o fazermos, individualmente, mas no tempo em que estamos juntas, ajuda a ter coragem de perguntar e de aceitar”, garantiu.

Joana Marques realizou diversas atividades missionárias e considera que estas ações podem também ter influência no discernimento vocacional. “A resposta ao convite de Deus para partir e ser missionária noutras terras também é uma resposta vocacional, também é consequência de me pôr à escuta e confiar que Deus me chama a dar testemunho e a servir em determinado sítio”, salienta esta leiga, assegurando que “cada experiência missionária vai aumentando o desejo de responder cada vez melhor a esses apelos de Deus e de procurar quais são”. “O que Deus me diz agora? É para ir para onde? Claro que estes apelos têm sido importantes e me têm ensinado a pôr à escuta e a pedir ajuda para saber fazê-lo”, terminou.

 

“Convite personalizado”

O último testemunho deste terceiro programa ‘3 DICAS’ coube a José Pereira, seminarista da Congregação dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus (Dehonianos), que estuda no Seminário de Alfragide, e destacou como esta congregação trabalha a pastoral vocacional através do “trabalho juvenil”, procurando “estar com os jovens” e “fazer descobrir o projeto de Deus” para cada um. Este jovem destacou também a importância da “pastoral universitária”, da “pastoral paroquial” e do “convite personalizado”.

Sobre a sua história de vocação, José assume que é “longa” e vem desde os seus 7 anos, com a influência “do catequista – hoje, padre dehoniano em Setúbal” – e do seu “pároco, também dehoniano”. “Foi ir descobrindo, pouco a pouco, o projeto de Deus para mim. Hoje, sinto-me enviado, porque também estou deslocado da minha terra de origem [Açores], e a peregrinar à procura, não da meta definitiva, que é o Céu, mas do que Deus tem para mim”, contou.

Este seminarista dehoniano está no 3.º ano de Teologia e sublinhou também, neste ‘3 DICAS’, a importância da vida comunitária no percurso de discernimento. “A experiência que estou a viver neste tempo, será a experiência de futuro, enquanto religioso professo”, respondeu, sublinhando igualmente o “sentido de família que se reúne à volta da oração e da mesa”.

 

As ‘3 DICAS’

Neste terceiro programa do ‘3 DICAS’, o padre Bernardo Trocado foi convidado a deixar as três dicas. Antes, contudo, o sacerdote quis partilhar “dois pressupostos”. “Deus está interessado em chamar-me; e Deus consegue chamar-me. Como é que eu tenho provas disto? Porque eu hoje sou padre!”, apontou. Depois, então, as três dicas, “para qualquer pessoa, em qualquer circunstância que esteja, para começar hoje mesmo um caminho vocacional”.

- 1.ª DICA: “Criar silêncio: se a vocação é fruto de um Deus que chama, eu tenho de Lhe oferecer silêncio, pela oração diária, pela Palavra de Deus, pelos sacramentos.”

- 2.ª DICA: “Começar a ser fiel a Deus hoje mesmo: não lidar com a vocação como se fosse uma questão de futuro, que também é, mas começar a dizer ‘Sim’ a Deus agora mesmo.”

- 3.ª DICA: “Procurar acompanhamento: é absolutamente essencial para ir descobrindo o que Deus me pede a cada momento.”

Na próxima semana, haverá novo programa ‘3 DICAS’, com uma temática a revelar brevemente.

 

Mais informações: www.vocacoesxpto.net

 

texto por Diogo Paiva Brandão
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