Editorial |
P. Nuno Rosário Fernandes
Onde me coloco no Presépio?
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Recordo, há poucos anos atrás, estarmos, na paróquia, na noite de Natal, a celebrar com aqueles que estão sós, tranquilamente sentados à mesa, convivendo e jantando o habitual prato de bacalhau. Inesperadamente entram, no espaço onde nos encontrávamos, duas pessoas, estranhas a todos nós, como que à procura de um lugar onde pudessem encontrar pouso, acolhimento e alimento. Rapidamente, os voluntários que sempre estão connosco, nesta noite, dando de si aos outros, se abeiraram destas duas figuras para lhes proporcionar o que precisavam naquele momento: uma sopa quente, um prato de bacalhau, os habituais doces de Natal, mas, sobretudo, o amor de um encontro com Aquele que é o verdadeiro Amor. Senti, naquele momento, aquelas duas presenças, como dois ‘pastores’, à procura de encontrar o Menino que estava para nascer. E pelas suas reações posteriores, acredito terem-n’O encontrado, nem que seja por um simples momento. Mas foi importante aquela presença especial, também, para aqueles que ali se encontravam a celebrar, uns recebendo, outros dando, ou melhor, todos recebendo do fruto do Amor que se dá.

Naquele lugar, naquela noite, fez-se Presépio vivo, com a vida de cada um. As peças ali colocadas eram cada uma daquelas presenças no salão paroquial, onde a vida e a entrega se fazia oferta ao Menino, presente nos sós que celebravam connosco; os pastores, representação dos pobres, naquelas visitas inesperadas, que vieram para adorar, fazer experiência de receber do Amor de Deus, tornaram-se, como diz o Papa Francisco, “primeiras testemunhas do essencial, isto é, da salvação que nos é oferecida”, porque “são os mais humildes e os mais pobres que sabem acolher o acontecimento da Encarnação”.

Faz-nos bem vermo-nos no Presépio. O Papa Francisco convida-nos, neste Natal, com a Carta Apostólica ‘O Sinal Admirável’ do Presépio, a valorizarmos esta tradição, apoiando a sua construção “nas nossas casas, nos lugares de trabalho, nas escolas, nos hospitais, nos estabelecimentos prisionais, nas praças...”. Quando faço o meu Presépio, por mais simples que seja, com as imagens principais, gosto de me perguntar: onde me coloco eu neste Presépio? Que peça sou?

 

Editorial, pelo P. Nuno Rosário Fernandes, diretor

p.nunorfernandes@patriarcado-lisboa.pt

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