Editorial |
P. Nuno Rosário Fernandes
Mais uma freira assassinada?
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Na passada semana, fomos surpreendidos com a notícia do homicídio de uma mulher, religiosa consagrada, de 61 anos, em São João da Madeira. Para muitos, pode ser mais um homicídio, como os que, infelizmente, são quase diariamente relatados na comunicação social, mas há aqueles que, aparentemente, são mais notícia do que outros, mais destacados e até mais condenados publicamente. A irmã Maria Antónia Guerra, membro da Congregação das Servas de Maria Ministras dos Enfermos (fundada em Espanha, em 1851) e caracterizada pela Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal como “verdadeira apóstola nas periferias junto dos mais necessitados”, morreu vítima de um crime hediondo porque, ao que parece, recusou perder a sua dignidade de mulher e religiosa depois de ter praticado o bem àquele que é agora o suspeito do seu homicídio.

A notícia da morte desta religiosa correu o mundo, porque o martírio de religiosos, de cristãos, costuma ser noticiado, embora apenas em alguns meios. Mas o facto de este martírio acontecer num país como Portugal tornou-se rapidamente notícia. Não podemos dizer que esta foi uma atitude de perseguição a cristãos, mas há muitos valores cristãos que são perseguidos. Não podemos dizer, e não sabemos, se este homicídio foi premeditado porque esta mulher era religiosa, mas aconteceu na circunstância da defesa daquilo em que acreditava, dos valores religiosos e sagrados pelos quais ofereceu a sua vida em consagração, e por isso mesmo se diz que a sua morte é martírio.

Já ouvimos manifestações de desagrado porque este homicídio não foi condenado publicamente pelas entidades políticas, para além da Câmara Municipal de São João da Madeira. De facto, este homicídio pode ser visto como mais um, em tantos, mas uma freira assassinada, em Portugal, não é mais uma. Pelo que é no mundo e na sociedade, a sua missão merecia maior consideração.

 

Editorial, pelo P. Nuno Rosário Fernandes, diretor

p.nunorfernandes@patriarcado-lisboa.pt

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