Editorial |
P. Nuno Rosário Fernandes
Tantas promessas! Que promessa?
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Muitas vezes ouvimos falar em promessas. São promessas pessoais, se eu me comprometo com alguém, com um objetivo de corresponder a algo solicitado ou decidido; podem ser promessas de âmbito religioso, quando numa atitude, por vezes de uma fé desesperada, se confia uma determinada situação de vida à vontade de Deus, normalmente por intercessão dos Santos porque estes já vivem numa comunhão plena de vida com Deus; ou então as promessas eleitorais que vão surgindo de modo frequente, com vista a obtenção de proveitos políticos. Há, ainda, promessas jurídicas numa qualquer situação contratual e, também, as promessas que implicam uma consagração de vida numa atitude de fidelidade a um projeto de vida vocacional, de consagração religiosa e a matrimonial. No entanto, e pelo que é a fragilidade e a vontade humana, nem sempre estas promessas são cumpridas. Contudo, a promessa não é apenas uma decisão humana e o Autor da maior Promessa não deixou nunca de a cumprir, e ensina-nos a fidelidade à promessa: Deus.

Desde o início que, numa aliança eterna, Deus se comprometeu em oferecer a felicidade ao homem. Prometeu e cumpriu. Ou melhor, vai cumprindo ao longo dos tempos, sem nunca condicionar, limitar ou retirar a liberdade humana. Em qualquer condição de vida, a promessa que nos é feita é a da alegria, e Deus promete essa alegria e felicidade a todo aquele que se deixa tocar pelo seu amor e responde com confiança ao seu chamamento.

Na mensagem intitulada ‘A coragem de arriscar pela promessa de Deus’, que o Papa Francisco escreveu para este Domingo, em que se comemora o Dia Mundial das Vocações, o Santo Padre refere que “o desejo de Deus é que a nossa vida não se torne prisioneira do banal, não se deixe arrastar por inércia nos hábitos de todos os dias, nem permaneça inerte perante aquelas opções que lhe poderiam dar significado. O Senhor não quer que nos resignemos a viver o dia a dia, pensando que afinal de contas não há nada por que valha a pena comprometer-se apaixonadamente e apagando a inquietação interior de procurar novas rotas para a nossa navegação”. Neste sentido, o Papa Francisco acentua que “a vocação é um convite a não ficar parado na praia com as redes na mão, mas seguir Jesus pelo caminho que Ele pensou para nós, para a nossa felicidade e para o bem daqueles que nos rodeiam”. No entanto, para abraçar esta promessa é preciso “a coragem de arriscar uma escolha”, e essa é pessoal. Se nos dias de hoje as nossas escolhas começam a ser condicionadas pelo que nos querem impingir, a escolha de Deus não é uma imposição, mas o maior ato de liberdade, audácia e radicalidade que nos leva a deixar tudo e confiar na promessa do Senhor.

 

Editorial, pelo P. Nuno Rosário Fernandes, diretor

p.nunorfernandes@patriarcado-lisboa.pt

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