Missão |
Pedro Franco, da FEC, do MSV e da Missão País
“Sempre consegui reconhecer uma vida cheia de graças!”
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Pedro Franco nasceu a 15 de Maio de 1995, em Lisboa. Está no quinto ano dos seus estudos superiores, a preparar uma dissertação em Teoria da Literatura. É atualmente estagiário na FEC – Fundação Fé e Cooperação, membro do MSV – Movimento ao Serviço da Vida e já esteve em missão em S. Tomé e Príncipe. Esteve em missão também em Ragusa, no Centro de Emergência Social do Bairro da Cruz Vermelha e é também membro da Missão País.

 

Sempre viveu em Lisboa, exceto nos seus “interlúdios monádicos”. “O número cinco sempre me acompanhou até hoje: sou o irmão mais novo de uma família de cinco. Na escola, sempre estive na turma número cinco e Deus quis que eu tivesse muitos cincos na minha morada e número de telemóvel”, partilha. “Estou no quinto ano dos meus estudos superiores: depois de três anos de Estudos Gerais, nos quais tive a oportunidade de estudar Filosofia, Línguas e Literaturas Clássicas e Modernas, entre outras coisas interessantes, passando em 2015 por Heidelberg, ao abrigo do programa Erasmus, estou agora a preparar uma dissertação em Teoria da Literatura. Mais recentemente comecei um estágio na FEC- ONGD, a trabalhar para um desenvolvimento humano integral: a partir de um apelo coordenado a várias instituições, queremos promover a coerências das políticas para o desenvolvimento – um desafio que me entusiasma, por finalmente poder tentar agir no ‘grande plano’, já que tenho vindo a dedicar-me a muitas causas específicas, desde bastante cedo. Na realidade, estes sempre têm sido os dois grandes eixos da vida: a vita contemplativa e a vita activa. Diria Aristóteles, ambos fulcrais para o desenvolvimento humano”, diz.

 

O desejo de ser missionário

Conta-nos que o seu percurso na Igreja coincide com o chamamento para a vida de missão: “No meu quinto ano de escolaridade, escrevia que queria ser missionário! Ainda na escola secundária, descobri o MSV - Movimento ao Serviço da Vida. Nele procurei uma missão no Brasil que não aconteceu e descobri algo muito maior do que poderia imaginar: o alcance da oração na minha vida e dos outros, a vivência numa comunidade com Deus no centro e novas formas de serviço ao outro. Integrei logo o projeto em Alcoutim, uma obra milagrosa que acompanha há mais de vinte anos uma população maioritariamente envelhecida e que, frequentemente, vive em grande solidão. São nossos amigos, estas pessoas que visitamos. Chamamo-nos pelo nome, almoçamos e rezamos juntos. Animamos a paróquia e o lar. Com o Movimento ao Serviço da Vida, fomos também em missão num projeto de uma só edição na Ilha do Príncipe, depois de termos sido chamados pelo seu pároco, que nesse verão tinha a Ilha toda à sua única responsabilidade. Para além do apoio pastoral, servimos as comunidades (as antigas roças) mais isoladas de acordo com as suas necessidades, prestando apoio escolar e orientámos um atelier de arte ecológica na cidade de Santo António (a capita mais pequena o mundo). Viver durante dois meses continuamente em oração e serviço tem as suas dificuldades e traz os seus cansaços, mas reforçou a minha certeza de que Deus se faz vivo em cada momento de entrega por amor e de que isso constitui uma felicidade muito mais profunda do que aquela que o conforto nos pode dar.”

 

Ter o privilégio de servir

A partir daqui, quis seguir sempre o apelo do Papa Francisco e ir às periferias, “para fazer parte desta ‘Igreja em saída’, como afirma no Evangelii Gaudium”. “Tive o privilégio de servir em muitas outras ocasiões: duas semanas em Ragusa, com a Fondazione San Giovanni Battista, a apoiar os migrantes à espera de um estatuto legal; um ano e meio a dar alfabetização para adultos no Centro de Emergência Social, no Bairro da Cruz Vermelha, e com a Comunidade Vida e Paz, junto da população sem-abrigo, sendo que ainda faço parte deste e tenciono acompanhá-lo até que, pelos melhores motivos, deixe de fazer sentido. Também os cinco anos de Missão País, a tentar contagiar Castelo de Vide, Odemira e outros estudantes como eu com esta ‘felicidade mais profunda’ foram para mim muito importantes na confirmação desta vocação missionária, que acima de tudo, quero trazer para onde não é mais fácil: para o quotidiano. Pois, como diria o maravilhoso Kierkegaard, é na repetição que entramos no mistério da vida – e, portanto, digo eu, no amor divino para o qual somos convidados! E, num mundo de tantas possibilidades, ser bom para os de todos os dias e estar à altura dos nossos compromissos torna-se desafiante. Em tudo, tento agarrar a bandeira de Cristo e louvar e reverenciar a Deus. Com os meus cinco dedos aprendi o método de Santo Inácio: pedir luz, rever cada dia, pedir perdão, delinear emendas e propósitos, e, no fim, tão importante, agradecer. Desta forma, sempre consegui reconhecer, como agora, uma vida cheia de graças”, partilha.

texto por Catarina António, FEC | Fundação Fé e Cooperação
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