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Reflexão: Acolher e Propôr
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Muitas vezes, o trabalho da Igreja é semelhante ao de um hospital de campanha. Porém, não podemos deixar de propor aquilo que nos é específico, a nós Cristãos, que é Cristo como modelo de amor – um amor livre, fiel e fecundo.

 

A Igreja tem como missão dar a conhecer ao mundo o Amor de Deus - propor corajosamente um caminho exigente mas que conduz à felicidade. E esta proposta não é apenas para os “bonzinhos”, é para todos. Dizia-nos Jesus que a sua missão era sobretudo junto dos “doentes”, daqueles que precisavam de ajuda, e o mesmo se passa connosco hoje. Sem nunca deixar de propor o Bem, a Igreja é chamada a olhar a realidade concreta em que se insere e fazer caminho, acompanhar as famílias na sua situação concreta de vida.

A nossa experiência de acompanhamento de agentes de pastoral familiar mostra-nos que há uma grande preocupação com situações de especial fragilidade. E efetivamente não podemos ignorar que há muitas famílias a passar dificuldades de diversa ordem: financeira, espiritual, de comunicação, etc. Diz-nos o Papa francisco no nº 291 da AL que “muitas vezes, o trabalho da Igreja é semelhante ao de um hospital de campanha”. Temos, por isso, que estar muito atentos e procurar acompanhar as famílias, ajudá-las a sarar as suas feridas e (re)encontrar a alegria do amor.

Porém, não podemos deixar de propor aquilo que nos é específico, a nós Cristãos, que é Cristo como modelo de amor – um amor livre, fiel e fecundo. Sabemos que é um caminho de uma enorme exigência, mas é preciso propô-lo com alegria. Sobretudo às nossas crianças e jovens. Ser família, estar em relação com um outro que nos ama de forma livre e fiel, responde aos anseios mais profundos do ser humano. Não podemos desistir de propor o Bem só por acharmos que é um caminho muito difícil.

Esta consciência deve orientar a nossa ação pastoral. Nas paróquias, grupos e movimentos, mas também nos nossos empregos, grupos desportivos e outras associações, somos chamados a olhar a realidade que nos envolve e participarmos nela. Deus quer precisar de cada um de nós para tocar os corações de outros e dar a conhecer a alegria profunda que brota do Amor Cristão.

Então, como agir? Tenhamos presente o papel dos pais: umas vezes precisamos acolher e dar colo, escutar as dores e alegrias, e outras vezes temos que orientar, mostrar as regras, propor caminhos novos e ousados. A meta? A meta é Cristo, modelo de amor livre, fiel e fecundo.

texto por Catarina Luís Fortes

 

 

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Reflexão

Não podemos fazer o caminho do outro. Mas podemos caminhar com o outro.

 

Na vida não caminhamos sozinhos: umas vezes somos chamados a acompanhar/acolher o Outro e outras vezes somos nós o Outro que precisa de ser acompanhado/acolhido. Reconhecer e aceitar esta dualidade de papéis é um passo muito importante para uma vida feliz e equilibrada.

 

Por vezes precisamos de ser acompanhados. Porém, aceitar que o outro nos veja sem máscaras, sem defesas, é muitas vezes um desafio. Reconhecer que temos debilidades, que não somos super-homens ou super-mulheres, absolutamente autónomos e auto-suficientes, é um ato de humildade da nossa parte. Há que ter a coragem de pedir apoio. Muitas vezes sentimos necessidade de ajuda mas não ousamos pedi-la: no nosso íntimo, esperamos que alguém adivinhe a nossa necessidade e sentimo-nos desolados quando isso não acontece (o que não é justo para com quem nos rodeia).

Outras vezes somos chamados a acompanhar. O desafio aqui é saber o Quê e o Como. Porque não somos todos iguais. Primeiro há que identificar que o outro precisa de ajuda, depois há que perceber de que tipo de ajuda/acompanhamento é que o outro necessita e identificar a melhor forma de o fazer. Como é que o outro gosta de ser ajudado? Que tipo de ajuda pode ser mais eficaz em cada momento concreto? É que é muito tentador dar logo as respostas e receitas para o sucesso, mas a verdade é que o outro necessita de tempo e de espaço para descobrir as suas respostas.

Não podemos fazer o caminho do outro. Mas podemos caminhar com o outro.

Em ambos os casos, acompanhar e ser acompanhado, é preciso desinstalarmo-nos. Há que abrir o coração e permitir que o outro entre na nossa vida, para nos ajudar e para ser ajudado.

Peço a Deus que nos ajude a estar mais atentos às necessidades uns dos outros e a perceber como podemos suportar-nos mutuamente, para que todos se sintam acolhidos, escutados, reconhecidos, amados. Efetivamente toda a alegria é mais completa quando partilhada, e toda a tristeza e dor é mais suportável quando estamos acompanhados.

texto por Catarina Luís Fortes

 

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ComTributo à Igreja

 

O Olhar fixo em Jesus: A Vocação da Família, é o tema do Capítulo III.

O primeiro anúncio, “É o anúncio principal, «aquele que tem de se voltar a ouvir sempre de diferentes maneiras e aquele que tem de se voltar sempre a anunciar, de uma forma ou de outra».” Também nas famílias, este deve ser o anúncio que nunca se casa nem nunca cansa.

“… ao anunciar as exigências do Reino de Deus.»” é necessário “… amor e ternura, acompanhando os seus passos com verdade, paciência e misericórdia,…”

 

Jesus recupera e realiza plenamente o projecto divino

“… o Novo Testamento ensina que «tudo o que Deus criou é bom e nada deve ser rejeitado». O matrimónio é um «dom» do Senhor.”

Foi reafirmada a indissolubilidade do matrimónio, com base nas palavras de Jesus “…por causa da dureza do vosso coração, Moisés permitiu que repudiásseis as vossas mulheres; mas, ao princípio, não foi assim.”

“A família e o matrimónio foram redimidos por Cristo, restaurados à imagem da Santíssima Trindade, mistério de onde brota todo o amor verdadeiro.”

Há vários sins na família de Jesus, sendo que os de Maria são sobejamente referidos ao longo da história da Igreja. Importa também referir “…e ainda no sim de José, que deu o nome a Jesus e cuidou de Maria;…” Jesus estava no meio dos homens: “Jesus ganhava o pão trabalhando com as suas mãos, sussurrando a oração e a tradição crente do seu povo e formando-se na fé dos seus pais, até fazê-la frutificar no mistério do Reino.”

O Papa Paulo VI, dizia-nos em 1964, estas belas palavras:

“A aliança de amor e fidelidade, vivida pela Sagrada Família de Nazaré, ilumina o princípio que dá forma a cada família e a torna capaz de enfrentar melhor as vicissitudes da vida e da história. Sobre este fundamento, cada família, mesmo na sua fragilidade, pode tornar-se uma luz na escuridão do mundo. “Aqui se aprende […] uma lição de vida familiar. Que Nazaré nos ensine o que é a família, a sua comunhão de amor, a sua austera e simples beleza, o seu carácter sagrado e inviolável; aprendamos de Nazaré como é preciosa e insubstituível a educação familiar e como é fundamental e incomparável a sua função no plano social”.

 

A família nos documentos da Igreja

“O Concílio Ecuménico Vaticano II ocupou-se, na Constituição Pastoral Gaudium et Spes…” em parte, sobre a temática da Família. Na Lumen Gentium vem referida a importância da igreja doméstica. Paulo VI explora a temática da família na Encíclica Humanae Vitae. “Na Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi, Paulo VI salientou a relação entre a família e a Igreja.” “São João Paulo II dedicou especial atenção à família, através das suas catequeses sobre o amor humano, a Carta às famílias Gratissimam sane e sobretudo com a Exortação Apostólica Familiaris Consortio. O Papa Bento XVI escreveu duas encíclicas sobre a temática da Família: Deus caritas est e Encíclica Caritas in Veritate.

 

O Sacramento do Matrimónio

Jesus “… não só voltou a levar o matrimónio e a família à sua forma original mas também elevou o matrimónio a sinal sacramental do seu amor pela Igreja.” “O matrimónio e a família recebem de Cristo, através da Igreja, a graça para testemunhar o Evangelho do amor de Deus.”

“Os esposos são, portanto, para a Igreja a lembrança permanente daquilo que aconteceu na cruz;…” “ O matrimónio é uma vocação, sendo uma resposta à chamada específica para viver o amor conjugal como sinal imperfeito do amor entre Cristo e a Igreja. Por isso, a decisão de se casar e formar uma família deve ser fruto de um discernimento vocacional.”

Continuarei a abordagem ao Capítulo III, no próximo mês.

 

texto por Bruno de Jesus

  

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Próximas atividades

Formação para Agentes da Pastoral Familiar

Iniciou em 28 de janeiro de 2017 a 3ª edição da formação para agentes de Pastoral Familiar. Dirige-se a todas as pessoas que colaboram com paróquias, grupos ou movimentos na área da pastoral familiar, preparando-as para melhor realizar o seu serviço.

Esta formação de 3 módulos decorre no Centro Diocesano de Espiritualidade, no Turcifal (Torres Vedras), entre as 10h e as 18h. Próximas sessões:

·         Módulo 2 – A Família no magistério pós conciliar – 18/02/2017

·         Módulo 3 – Teologia prática sobre a Família – 18/03/2017

 

Caminhada para Namorados – 18 de fevereiro

A Pastoral Familiar do Patriarcado de Lisboa propõe a todos os casais de namorados, no dia 18 de Fevereiro, uma Caminhada para Namorados com o tema: “Somos templos de Deus” (1 Cor 3,16).

A caminhada será em Sintra entre as 15h e as 19h.

 Para a participação neste evento é necessária uma inscrição prévia, que poderá ser feita no site da Pastoral Familiar até dia 12 de Fevereiro.

 

11 e 12 de março - Retiro para casais novos (Casais com matrimónio celebrado entre 2010 e 2017)

Local: Seminário de Nossa Senhora de Fátima - Alfragide

Orientador: Pe. Jorge Anselmo

Inscrições até 3 de Março.

O retiro começa no sábado de manhã (9:00) e termina na tarde de Domingo (17:00).

Custo do retiro por casal: 82 euros

 

Retiro da Vinha de Raquel - Perdão, esperança e cura pós-aborto

O próximo retiro da Vinha de Raquel está marcado para os dias 31 de Março a 2 de Abril de 2017 e será bem perto de Lisboa. 

Caso conheça alguém que tenha passado pela dor do aborto, ou que de alguma forma tenha estado envolvido, proponha-lhe este caminho de cura espiritual e psicológica.

Inscrições através de 917 354 602 ou 917 969 041 ou apoio@vinhaderaquel.org

 

Sugestões para celebração na Paróquia:

19 de Março - Dia do pai

25 de Março – Dia da criança concebida

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