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Testemunho: Em busca da felicidade
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Infelizmente não encontrei o “Felizes para sempre” no meu primeiro casamento. Infelizmente vivi o sentimento de “não pertença” durante anos e participei na celebração eucarística comungando espiritualmente porque, por ser divorciada, não o podia fazer de outra forma.

Na verdade, quando me casei pela primeira vez, achei que a minha vida ia ser como a dos meus pais, como a da minha irmã e como a de tantas pessoas que me rodeavam. E casei pela Igreja, claro! Sendo eu católica nem fazia sentido que assim não fosse! Acontece que, após poucos anos de casamento (apenas dois), a vida pregou-me uma partida e fui forçada a passar por um divórcio. Foi um período muito complicado, algo que eu não escolhi e que me fez sofrer muito, até porque eu estava à espera de bebé, o que agravou ainda mais a situação.

Felizmente tive a apoio de toda a minha família e amigos e consegui, apesar do sofrimento, seguir com a minha vida para a frente.

Passado algum tempo, a amizade que tinha pelo meu atual marido transformou-se em Amor e, para minha felicidade, foi reciproco. Assim que começámos a namorar eu deixei de comungar e foi algo que me custou imenso. Mas não tanto como quando fui pedida em casamento…! A primeira coisa que eu pensei foi: “Não posso casar! Aos olhos da Igreja eu já sou casada…!”.

Para nós o matrimónio cristão constitui o fundamento da família. Nós queríamos constituir uma família, mas matrimónio cristão, esse não o poderíamos ter.

Como tantos outros casais, acabámos por casar pelo civil e tornámo-nos aquilo que geralmente se chama “recasados”.

Viver como recasados não tem nada de especial, do ponto de vista civil. Mas para um católico, viver como recasado é viver com a sensação constante de “falta aqui qualquer coisa!”.

Há um sentimento em nós de injustiça, mas que temos que aceitar. Devemos explicar aos nossos filhos, com naturalidade, porque é que nunca vamos comungar com eles. Temos que nos convencer semanalmente que a comunhão espiritual é tão completa quanto a comunhão eucarística e que o “essencial que é invisível aos olhos”, chega a nós de qualquer maneira.

Enfim. Não é fácil. Não foi fácil…

Passados alguns anos, e depois de já termos tido a nossa primeira filha, encontrei-me com uma amiga que tinha passado por um divórcio semelhante ao meu e que tinha pedido a nulidade do casamento dela. Ao contrário do que eu pensava, o processo foi simples e ela tinha de facto conseguido a anulação. Eu, ao ouvi-la, confesso que fiquei cheia de esperança de poder resolver também a minha situação.

Entrei em contacto com o advogado que a ajudou e iniciei o meu processo que durou cerca de um ano. O processo em si é simples, mas convém ter a ajuda de um advogado que tenha conhecimento da Doutrina e Prática dos Tribunais Eclesiásticos e que tenha formação em Direito Matrimonial Canónico.

No meu caso, o meu advogado ajudou-me muito! Logo numa primeira instância ajudou-me a perceber se existia causa de nulidade para levar o meu processo avante. E, após essa análise, com a confirmação que eu tinha uma causa, orientou-me e tratou do meu caso tranquilizando-me sempre que alguma dúvida surgia. Um dos tópicos que me inquietava era, naturalmente, a posição do meu ex-marido. Mas na verdade, aprendi que não é necessário que os dois cônjuges queiram pedir a declaração de nulidade. Se existir fundamento, basta que um queira para se poder introduzir o processo no Tribunal Eclesiástico.

Eu vivi bem o processo, sempre com o apoio do meu marido, com a tranquilidade do meu advogado, e com a discrição das pessoas que serviram de minhas testemunhas e, graças a Deus, o Tribunal declarou por unanimidade o meu casamento nulo.

Por essa altura nasceu a nossa segunda filha e nós imediatamente pensámos que seria muito bonito e uma grande surpresa para a nossa família se juntássemos ao Batismo dela, a celebração do nosso Matrimonio cristão. E assim foi. Para surpresa e felicidade de todos os nossos familiares e amigos mais próximos, o nosso Padre e amigo Frei Luís anunciou no início da celebração que aquele dia era de alegria, não só pelo Batismo que se celebrava, mas também pelo casamento da Sofia e do Manel.

Nesse dia eu tive o meu “Felizes para sempre” com a bênção de Deus.

 

testemunho por Sofia Real

 

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Catequese Doméstica: Família, afetividade e vida (Capítulo IV da 1º parte do Relatório final do Sínodo dos Bispos)

 

“Viver melhor em sintonia com as próprias emoções e os próprios sentimentos” é uma necessidade para poder construir relações afetivas de qualidade e duradouras com os outros, como acontece nas relações familiares. A Igreja tem, por isso, o desafio de ”ajudar os casais a amadurecer na dimensão emocional e no desenvolvimento afetivo através da promoção do diálogo, da virtude e da confiança no amor misericordioso de Deus”.

A educação para os afetos e para o dom de si é algo estruturante para as jovens gerações. E esta educação começa na família, que é chamada a ser uma escola de humanidade.

Embora esta missão seja complexa, a família não está só. Conta com o apoio da Igreja que, através de uma ação pastoral apropriada, apoiada na doutrina católica, nas Escrituras e instrumentos educativos adequados, deve acompanhar as crianças e jovens ao longo do seu crescimento. É necessário dar a conhecer a visão cristã sobre a Pessoa e o dom de si, valorizar virtudes como a Fidelidade e a Castidade, ajudar a discernir a vocação.

Lamentavelmente, as atuais tendências culturais de liberdade sem limites dificultam o assumir de compromissos duradouros, revelando as fragilidades afetivas. Há que denunciar com firmeza as consequências potenciais de uma “afetividade narcisista, instável e mutável”, pautada pelo individualismo e pelo egoísmo, nomeadamente a sexualidade desregrada, a mentalidade antinatalista, e o uso indevido da biotecnologia (que permite “manipular o ato generativo, tornando-o independente da relação sexual entre homem e mulher”).

Neste contexto, a Igreja tem que transmitir uma palavra de verdade e de esperança. Somos chamados a ser rosto da Misericórdia de Deus e, como tal, a acolher todas as pessoas com compreensão e sensibilidade nas suas situações concretas, mais ou menos difíceis. “Todos precisam de um olhar de compreensão” e de ser incluídos na ação pastoral da Igreja, pois todos são amados por Deus.

 

texto por Helena e Philippe Morin e Catarina Fortes

 

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Viver na fé a dor de não ter um filho

Realizou-se no último fim-de-semana de Janeiro o retiro “A Esperança de Ana”: uma proposta de vivência da dor da infertilidade e da perda de um filho durante a gravidez à luz da Páscoa de Cristo. Os casais foram desafiados a partilhar as suas histórias e a acolher a sua dor e os seus medos, redescobrindo o seu projeto de fecundidade à luz do Evangelho.

Durante o retiro, muitos foram aqueles que se uniram em oração ao Santíssimo Sacramento, intercedendo pela paz interior dos casais que anseiam colaborar com Deus através da maternidade e paternidade.

“A Esperança de Ana” foi criada por pais que, tocados pela mesma dor, pretendem ser testemunho da misericórdia e do amor de Deus. O projeto conta com o acompanhamento de psicólogos e do sacerdote Pe. Jorge Anselmo.

Para saber mais consulte facebook.com/esperancadeana ou contacte 926748886.

 

texto por Ana Mansoa e Diogo Silva

 

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Próximas atividades

 

Retiro para namorados - "Dou-te o meu coração".

Propomos um retiro para namorados nos dias 2 e 3 de Abril, no Convento das Irmãs Doroteias no Linhó. O retiro será orientado pelo Pe. Nuno Amador, sob o tema “Dou-te o meu coração".

Inscreva-se no nosso site até ao dia 25 de Março.

 

Dia de Oração e Reflexão de Casais à espera de Filhos

Propomos um dia de oração e reflexão para casais à espera de filhos. O encontro será no dia 9 de Abril de 2016, no Seminário da Luz (Largo da Luz – Lisboa), das 10:00 às 17:00, e terá como tema: «Tu és o meu Filho muito amado.» (Lc 3,22).

Será um dia para orar e dar graças pelo dom dos filhos, partilhar o que vivem e sentem os pais, escutar as orientações de um pediatra e o testemunho de alguns casais, pensar na vida conjugal e na relação do casal com Deus no contexto da gravidez e nascimento dos filhos.

Inscreva-se no nosso site até ao dia 5 de Abril.

 

2º Módulo de Formação para Agentes da Pastoral Familiar

No próximo dia 9 de Abril decorrerá o 2º módulo da formação para agentes de Pastoral Familiar, dedicado ao magistério da Igreja sobre a Família. Será no Centro Diocesano de Espiritualidade, no Turcifal, das 9h30 às 17h30.

 

Festa da Família e da Vida

No dia 8 de Maio de 2016 celebraremos a Festa Diocesana da Vida e Família, uma oportunidade para celebrar em Igreja a alegria de ser Família Cristã.

A Festa decorrerá na Vigararia de Loures-Odivelas, na Casa do Gaiato (Santo Antão do Tojal), sob o tema "Viu-o e encheu-se de compaixão" (Lc 10,33).

Este ano o Departamento da Catequese associa-se a esta celebração. Os adolescentes do 8º volume da catequese de toda a Diocese são convidados a celebrar a Festa da Vida na manhã de dia 8, na Escola João Vilaret no Infantado (Loures), e a participar na Festa da Família durante a tarde desse dia.

 

Celebração das bodas matrimoniais

O nosso Patriarca, D. Manuel Clemente, convida todos os casais da Diocese que celebram 10, 25 e 50 e mais anos de casamento ao longo do ano 2016 a celebrar as Bodas Matrimoniais durante a Eucaristia da Festa da Vida e da Família.

As inscrições devem ser efetuadas até dia 5 de Maio em www.familia.patriarcado-lisboa.pt/festadafamilia.

 

Atividade de preparação – Dezenas de Famílias

Desafiamos as famílias da nossa Diocese a construir uma dezena do Rosário, e participar de uma novena pelas Famílias: 9 dias de oração pelo bem da Sua e de todas as famílias da Diocese.

A dezena construída servirá de suporte à oração da Sua família durante a novena e deverá ser levada para a Eucaristia da Festa da Família, onde será benzida e oferecida a outra família. Cada dezena deverá ser acompanhada por um boletim indicando “Dezena feita pela família….” e “Pedimos que rezem por…”.

Queremos construir uma corrente de oração. A Igreja é uma grande família de famílias!

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