Editorial |
P. Nuno Rosário Fernandes
Guardar a palavra do Papa
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Desde o início do seu pontificado o Papa Francisco tem surpreendido o mundo com a clarividência das suas mensagens, discursos ou simples gestos manifestados no contacto quotidiano com aqueles que vai encontrando e a quem se vai dirigindo. Francisco tem-se revelado, assim, um comunicador nato, com facilidade de aproximação, e afetuoso, mostrando, deste modo, o verdadeiro rosto de Jesus Cristo, Bom Pastor. O seu pontificado tem sido marcado, também, pela abertura à comunicação social, disponibilizando-se para responder a determinados pedidos de entrevistas de fundo, embora poucas e selecionadas. Pontualmente têm surgido algumas intervenções públicas, talvez menos divulgadas, como a da entrevista via telefone a uma rádio comunitária argentina, transmitida em direto no passado mês de agosto e, já no início deste mês de setembro, a primeira entrevista a uma pequena rádio argentina independente não confessional.

Esta semana, porém, em Portugal, fomos surpreendidos com a entrevista concedida à Rádio Renascença, a emissora católica portuguesa. Por intervenção meritória da jornalista vaticanista Aura Miguel, que também colabora com o Jornal VOZ DA VERDADE, esta entrevista aconteceu durante a visita ad limina dos nossos Bispos, na passada semana, foi transmitida na segunda-feira, 14 de setembro, e agora, com as devidas autorizações, é publicada neste nosso jornal, na íntegra, em edição especial alargada. Pretendemos, assim, que a palavra do Santo Padre possa permanecer guardada para além de no coração de cada um, também em suporte físico, para memória futura.

Nesta entrevista, Francisco demonstra uma simplicidade muito grande no seu discurso, na sua forma de estar e, inclusive, uma abertura ao discurso do que lhe pode ser mais íntimo da sua própria vida.

Verificamos que são diversas as preocupações do Papa Francisco manifestadas nesta entrevista, algumas das quais foram mesmo salientadas e observadas aos Bispos portugueses no decorrer da visita ad limina. A preocupação pela juventude, pela família, o repensar da catequese, a crise de valores, o acolhimento aos refugiados, a guerra aos pedaços que é consequência das injustiças que se verificam no mundo, a educação de emergência e formação para o trabalho, a corrupção, etc. O apelo à abertura, a uma Igreja em saída, a sentir o perdão de Deus, a ver a Igreja como Mãe, a pôr de lado uma cultura do provisório, à integração, são notas desta entrevista que revela este lado próximo do Pastor que depois do último Conclave não voltou a casa deixando na sua escrivaninha, em Buenos Aires, a homilia de Domingo de Ramos que não chegou a ser pronunciada naquela diocese. Pormenores de uma vida e de uma missão que não fez perder a Paz ao Cardeal Jorge Bergoglio, eleito sucessor do apóstolo Pedro.

 

P. Nuno Rosário Fernandes, diretor
p.nunorfernandes@patriarcado-lisboa.pt

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