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Andamos tristes e preocupados, mas temos uma grande certeza: ao fazermos festa com Deus, repousaremos juntos na Fonte de onde brota a vida para construir o presente e o futuro.

A oração e os sacramentos são o caminho para um maior compromisso de testemunho de fé, nos distintos âmbitos da cultura e da vida social. Por isso, estamos em ação para revitalizar o sentido de uma Pastoral Familiar Paroquial, visando uma autêntica experiência do Ano da Fé.

 

Famílias: despertai!

No grande encontro do Papa Bento XVI com as famílias em Milão (03Junho12) não ficámos indiferentes às suas palavras: “Queridas famílias, sois o trabalho e a festa de Deus! Reservando o domingo para Deus, fazei festa com Deus e repousai, juntos, na Fonte donde brota a vida para construir o presente e o futuro.

Esta foi uma mensagem e um desafio que assenta na tomada de consciência de que devemos abrir o nosso coração ao contato pessoal com Jesus, pois a partir d’Ele a nossa vida renova-se e conseguiremos através d’Ele ser focos transformadores do mundo em que vivemos.

Nós famílias cristãs, pelo exercício do amor fraterno, temos uma “vocação de comunidade”. Porém, estamos muito de costas voltadas para a Igreja e para a Palavra de Deus, mas o remédio está na oração e nos sacramentos.

Assim, a vida de oração é o hábito de estar na presença de Deus e de ter consciência de viver a relação com Deus como se vive as relações habituais das nossas vidas, com os familiares mais queridos, com amigos de verdade; e de facto, a relação com o Senhor é a que ilumina todos os nossos outros relacionamentos.

Quis o Santo Padre lançar um ano dedicado ao aprofundamento da Fé, rezando no "nós" da Igreja, que dirige o olhar não para si, mas para Deus, e para que nos sintamos parte da Igreja viva de todos os lugares e de todos os tempos. Até porque temos de assumir que a Igreja se torna visível de muitas maneiras: na ação caritativa, nos projetos de missão, no apostolado pessoal que cada cristão deve realizar no próprio ambiente.

A partir daqui, o Sector da Pastoral Familiar da diocese de Lisboa exorta todas as famílias a um maior compromisso de testemunho de fé nos distintos âmbitos da cultura e da vida social, envolvendo essencialmente todos os membros da família, os educadores e aqueles com quem nos cruzamos ou privamos muitas horas do dia em ambientes profissionais. E todos somos chamados a esta vivencia, mesmos os mais fragilizados pela falta de saúde ou pela força da idade e que normalmente são exemplos ímpares de fé, pelo fervor da sua oração.

Nesse sentido, o Ano da Fé associa-se espontaneamente à temática da XIII Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, convocada para este mês de Outubro: “A Nova Evangelização para a transmissão da fé cristã. Os destinatários desta Nova Evangelização são, em primeiro lugar os baptizados que não vivem a fé e que estão afastados da Igreja.

Será necessário, portanto, despertar para um aprofundamento do sentido de uma Pastoral Familiar paroquial. Saber o que se pretende com a vivencia de uma tomada de consciência desta pastoral com as famílias e para as famílias. O nosso programa para este ano visa uma abordagem concreta sobre os temas que afetam todas as famílias e os encontros já calendarizados são estruturados em três pilares:

-As relações familiares (do princípio ao fim da vida)

- A preparação para os sacramentos da iniciação cristã

- Uma ação missionária com relevante espírito de caridade

Ajudados por este itinerário, com diversas etapas e em várias vigararias, aprenderemos a reconhecer as coisas maravilhosas que o Espírito Santo fez e faz nas nossas vidas e em todos aqueles que dizem “sim” ao Evangelho do Senhor Jesus. Descobriremos o grande valor do Batismo, o primeiro sacramento, a porta de entrada da vida cristã, graças à decisão esclarecida de muitos pais, que juntamente com os padrinhos, professam o Credo e se empenham na educação cristã dos filhos e afilhados, essencialmente para trazer Jesus para o seio da família.

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Um episódio

A Margarida é uma jovem mãe que desenvolveu um forte sentido de família dentro e fora da comunidade paroquial a que pertence. É impressionante a capacidade de mobilização que ela imprime nas iniciativas que lança em várias áreas e pelo espírito alegre com que consegue atrair e desenvolver as capacidades de muitos.

Há algumas semanas atrás o motivo da azáfama era acudir a uma família vítima de incendio em casa. A proposta era a compra de uma cama e colchão para aquele casal de muito fracos recursos e que esperava o seu primeiro filho.

“Precisamos de 150 euros no mínimo” dizia a Margarida. “Como os vamos arranjar?” perguntava a um pequeno grupo de jovens da sua paróquia. As ideias vinham à velocidade da interpelação e com o entusiasmo de por mais uma iniciativa de pé. “Nós temos fé: o Senhor Jesus não nos abandona nesta missão!”, afirmava a Margarida.

A solução foi encontrada: “vendemos a geleia de marmelo que a minha avó vai fazer por estes dias” dizia com entusiasmo um dos jovens. Geleia de marmelo é hoje uma especialidade que quase não se encontra à venda e isso tornava a ideia mais qualificada.

Para fazer os 150 euros precisavam de muita geleia e a capacidade de produção não era assim tão grande. Outra ideia: “vendemos em copos de café!” ; “não vendemos quantidade, mas vendemos qualidade com o amor que pomos nesta causa!”

Para todas as iniciativas da Margarida, a Palavra de Deus estava sempre presente e frequentemente motivava aquele pequeno grupo de jovens da sua paróquia com a passagem do evangelho em que Bartimeu, o cego de Jericó gritava “Jesus filho de David, tem piedade de mim” (Mc 10, 46-52).

O projeto arrancou. Não eram muitos os copos com geleia de marmelo, ao preço de cinquenta cêntimos, mas ali se deu a “multiplicação dos pães”, porque muitas pessoas “compravam” o copo com geleia, mas o mesmo não saia do tabuleiro, permitindo nova venda a outro comprador.

O produto da venda foi além das necessidades e da expectativa criada. A alegria era grande e enorme a surpresa com que o casal necessitado recebeu tamanha oferta, acompanhada de um pequeno berço e de alguma roupa para o bebé que ia nascer.

Logo se fez o balanço geral de mais uma iniciativa da Margarida e a seguinte passagem da Bíblia foi a escolhida: “Recordamos a atividade da vossa fé, o esforço da vossa caridade e a firmeza da vossa esperança em Nosso Senhor Jesus Cristo, na presença de Deus, nosso Pai.” (1Ts 1, 3)

 

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Catequese doméstica: “Que pedis à Igreja de Deus para o vosso filho?” O pedido dos pais para o baptismo dos filhos é uma decisão fulcral para a caminhada de fé que eles estejam dispostos a fazer com os seus filhos. À pergunta inicial preconizada pelo ritual do baptismo e que é feita aos pais: “Que pedis à Igreja de Deus para o vosso filho?” é normalmente dada a resposta “vimos pedir o baptismo”. Aliás, o que está na essência desta resposta é que os pais vêm pedir “o dom da Fé”, ou também “a vida eterna”, ou “a graça de Cristo” ou “a entrada na Igreja”. É bom que os pais se deem conta de que o pedido do baptismo é um ato solene e verdadeiramente marcante na vida de qualquer pessoa. Por isso a Igreja dedica uma atenção muito especial à preparação de pais e padrinhos para este sacramento, pois eles são os verdadeiros garantes do crescimento da fé nas crianças e nos adultos. Nesta preparação de pais e padrinhos pode e deve haver uma preocupação catequética de leigos que estejam devidamente preparados para o acolhimento e quantas vezes integração de famílias, na grande família de Deus. Porque o leigo, no seu dever de evangelizar, como membro da Igreja que é, assume-se nestes encontros como o coração da Igreja no meio do mundo, onde ele, como profissional, como esposo, como pai, é chamado a ser evangelizador, educador da fé, transmissor da fé, pelo anúncio, pela catequese, mas também pelo seu testemunho de vida.

O Ano da Fé reclama de cada um de nós, baptizados, um compromisso de mais oração, de maior intimidade com Deus, reclama ainda a procura de uma compreensão mais profunda e mais ampla das verdades em que acreditamos e de um empenho missionário lúcido e fervoroso para comunicar a alegria da fé.

O texto do Concílio Vaticano II sobre a atividade missionária da Igreja, Ad Gentes, no seu nº 36 refere que os baptizados, são repletos do Espírito Santo e assim, perfeitamente configurados ao Senhor, para levarem o Corpo de Cristo à plenitude e como tal, dando testemunho d’Ele no mundo, para que todo o género humano chegue à unidade da família de Deus.

No sacramento do baptismo encontramos também um momento solene para toda a Igreja proclamar a mesma fé com fidelidade, invocando ao Senhor para que nos ajude a ser sempre fiéis à fé em Cristo, para glorificar a Deus em união com a Igreja Universal, superando todas as dificuldades.

Pelo sacramento do baptismo somos constituídos em Povo de Deus e, depois de recebido o perdão dos pecados, somos libertos de toda a mancha e passamos ao estado de filhos adotivos, porque somos novas criaturas e então somos chamados e somos de verdade filhos de Deus (cf. 1 Jo 3, 1). Esta transformação que advém do baptismo pelo dom da fé recebido, assenta em acreditar, o que implica aceitar a manifestação que Deus faz de si mesmo, na revelação que nos oferece plenamente em seu Filho Jesus Cristo e nas verdades reveladas por Deus, que se resumem no Credo e em tudo quanto a Igreja nos propõe.

texto do Sector da Pastoral Familiar
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