Juventude |
Via Sacra 2024
“Esta é uma Via Sacra do amor e da esperança”
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Cerca quatro mil pessoas, na sua maioria jovens, participaram na noite desta sexta-feira, 16 de fevereiro, em Lisboa, na Via Sacra promovida pelo Serviço da Juventude, pelo Setor da Pastoral das Vocações e pelo CeUC - Pastoral Universitária de Lisboa. “Uma via sacra do amor e da esperança”, como a apelidou D. Rui Valério, Patriarca de Lisboa, que presidiu à celebração.

 

O convite da organização à participação dos jovens de Lisboa começou há semanas a circular através das redes sociais: “Juntos faremos memória da Via-Sacra da Jornadas Mundial da Juventude (JMJ) que aconteceu no dia 4 de agosto no Parque Eduardo VII. O Senhor Patriarca estará connosco, não faltes!”.

Patrícia, de 18 anos, conta-nos que foi assim que soube. E depressa convenceu um grupo de amigos para irem de Sintra a Lisboa nesta primeira sexta-feira de Quaresma. “Acho que há um antes e um depois da JMJ. Noto uma maior participação dos jovens na vida Igreja. Pelo menos esta é a minha experiência”. Sentados no relvado da Alameda Dom Afonso Henriques, os jovens do grupo de Patrícia descrevem-nos em uníssono a emoção que sentiram ao participar na JMJ. “Foi muito intenso, muito especial. Acho que nunca me senti tão perto de Deus”, confessa Renato, de 20 anos.

Na outra ponta da Alameda encontramos um outro grupo desta geração JMJ 2023. Daniel, de 18 anos, recorda o Papa Francisco e a importância que as suas palavras, a sua presença, tiveram para ele. “E aconteceu tudo aqui, à nossa porta”. Já Carina, de 23 anos, destaca “o amor que fez juntar tantos milhares de pessoas de todo o mundo durante a Jornada”. E apesar de o momento ser diferente “continuamos a partilhar o amor entre nós, entre a comunidade e é por isso que estamos aqui”.

A poucos minutos para a hora marcada, as 21h00, o ambiente era de encontro e alegria. Pouco a pouco, o local marcado para a cerimónia, mesmo junto à fonte luminosa, começava a encher-se com mais jovens, mais famílias, mais crianças. E no meio desta multidão encontrámos o Patriarca de Lisboa, disponível, próximo e presente para todos que o abordavam.

“Esta noite, cada um de nós é convidado para, nesta Via Sacra, aproximar-se mais de Jesus, em estar mais próximo d’Ele, sentir que entra no amor do seu coração, que, por amor a nós, carregou o madeiro da cruz. Que, por amor a nós, três vezes caiu. Que, por amor a nós, deixou-se humilhar. E, que, por amor a nós, morreu. Estas são as marcas, os sinais, de um amor por ti, por mim, por cada um de nós. Só podemos recordar as estações que Ele viveu se Ele estiver connosco”. Foi com estas palavras que D. Rui Valério iniciou a Via Sacra 2024, que contou também com a participação de um coro e orquestra composto de elementos que atuaram nas celebrações da JMJ e pontuado por momentos artísticos interpretados por jovens, que marcaram as 14 estações da Via Sacra.

Na paz de Lisboa, o Patriarca não quis deixar de lado os dramas que assolam o mundo. E lembrou que “esta é também uma noite em que queremos contemplar a Via Sacra da humanidade”. “Os pobres, aqueles que são esquecidos, os que são explorados. Queremos sentirmo-nos presentes, próximos, das vítimas da guerra da Ucrânia, da guerra do Médio Orientes e de tantas outras geografias. Queremos também sentirmo-nos próximos de quem, na sua condição de migrante, se encontra explorado, humilhado”, referiu.

Mas D. Rui Valério destacou também a necessidade de, nesta Via Sacra, celebrar o amor e, por isso, celebrar a esperança. “Mas celebramos também o sofrimento de Jesus e, nesse sofrimento, o sofrimento de cada homem e cada mulher. Que a nossa participação, a nossa oração, que a força do nosso amor seja realmente uma força transformadora para que ao nosso rosto venha uma luz semelhante àquela luz que irradia das velas que cada um de nós detém nas suas mãos. Como sinal que esta luz irradie pelo mundo peço que a ergam para o alto”, pediu o Patriarca de Lisboa.

Milhares de velas acesas foram então erguidas e deu-se início à celebração. Uma hora e meia em que o centro da cidade mergulhou num momento de silêncio, paz, oração. Houve ainda tempo para pequenos instantes de meditação, trazidos por jovens refugiados que estudam e vivem em Lisboa [ver AQUI].

“A primeira palavra é obrigado, para, como Ele, conseguirmos enfrentar todas as adversidades e sacrifícios sem medo. Obrigado, porque Ele nos deu a sua Mãe, para que, em todos os momentos de vida, sentirmos a sua presença e companhia. Obrigado, porque Ele nos deu as suas vestes para nos revestirmos dos seus sentimentos, das suas atitudes, do seu jeito de amar e servir. Obrigado, porque Ele nos deu também a sua dor e o seu sofrimento. Obrigado também porque nos deu a sua vida para nos ensinar a viver. Obrigado, porque Ele nos deu a si próprio, para renovar a humanidade, para fazer de cada um e de cada uma um novo ser, acreditando na esperança, fazendo da sua vida um serviço aos outros. Nesta noite, a Jesus, vamos também dizer conta comigo”.

Foi com estas palavras que o Patriarca de Lisboa encerrou esta emotiva e profunda celebração no início da Quaresma, o tempo litúrgico de preparação para a Páscoa. Não deixando, contudo, de destacar: “E ao mundo, que palavra vamos deixar ao mundo? Uma única possível, a palavra esperança. O mundo tem esperança, o mundo tem futuro”.

 

Via Sacra 2024

fotos por Gonçalo Mourão (goncalomouraophotografia@gmail.com)
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