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Familiarmente de fevereiro
FAMILIA: lugar onde todos contam
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Se por um lado a família é uma instituição – o sítio seguro onde podemos sempre voltar e temos o nosso lugar guardado, onde somos sempre queridos e esperados – por outro lado é um espaço dinâmico – onde nada fica igual, onde crescemos e nos formamos, aprendemos quem somos e alargamos o nosso coração. Em todas as fases que a família atravessa cada membro é essencial e a família só está completa quando o lugar de cada um está preenchido... pelo próprio!

 

Saber qual é a nossa morada, conhecer os cheiros e sabores, encontrar o sorriso de sempre e a aprender a ouvir opiniões diferentes. Sermos compreendidos e desafiados, aprender valores, convicções, crenças..., tudo isto fazemos desde cedo em família, na nossa família. É na família que vamos aprendendo a ser quem e como somos e essa aprendizagem nunca pára, quer continuemos a viver todos juntos no mesmo espaço ou fisicamente distantes.

 

A família como instituição dá-nos a segurança de saber que podemos sempre voltar e que vamos ser acolhidos, que temos o nosso lugar à espera, que somos queridos tal como somos – com defeitos e qualidades, nas fases boas e más, na saúde e na doença... todos os dias desde o dia em que houve duas pessoas que decidiram casar e viver este sacramento com abertura de coração.

 

Mas a família também é dinâmica nas suas relações. Neste lugar do coração cresce o respeito, o amor, o perdão, a amizade, a ternura. Este lugar ajuda-nos a olhar para fora e encontrar um mundo – também ele cheio de amizades, amores, respeitos e muitos desafios. Por isso a família é também chamada e receber de fora o que mundo tem para dar. Há uma porta neste lugar de família por onde entram afetos, por vezes inesperados, e que de tal maneira se encaixam na instituição que se tornam parte dela. Por isso a família para além de dinâmica é elástica e pode acolher. Há sempre lugar para mais um, no espaço que habitamos, no coração de cada um e neste lugar coletivo de afeto e crescimento comum.

 

É também o que nos acontece, com amigos que vão chegando sem avisar, com filhos que crescem e que encontram a vontade de criar uma família, que vem aumentar a que já existia e a completa.

 

Por vezes somos desafiados a receber mais pessoas na nossa família com condições de vida diferentes e que nos mostram mundos que nunca esperaríamos encontrar. Foi o caso com o nosso filho mais novo, que entrou na vida de toda a família e que, numa condição de fragilidade, se tem revelado o mais forte de todos nós. É um facto que o acolhemos (adotámos) com um sentimento protetor de receber mais um filho, mas pouco tempo depois foi capaz de fazer de cada um de nós ‘ativistas do amor’ e defensores de uma causa que ficou de todos: a valorização da pessoa com deficiência, para além da sua deficiência, com a sua deficiência. No caso do Bernardo por causa da sua deficiência.

 

Este nosso filho conta... e muito! Dentro da família, na família alargada, na nossa paróquia, na Igreja, na escola, nas terapias e no surf. Ele tornou-se imprescindível na vida de tantos! Se formos ver tornou-se tão imprescindível como a Clara que vive longe, a nossa filha corajosa e alegre; a Carmo que vive perto, a nossa filha trabalhadora e sensata; o Vasco, o nosso filho inteligente e com um coração enorme; a nossa filha Vera, que manda em todos e nos dá tantos abraços! Cada um é imprescindível de maneiras tão diferentes que se ousássemos pensar que poderíamos descartar qualquer um perderíamos a forma. Ficávamos outra coisa, já não poderíamos ser quem somos, este coletivo desorganizado e aparentemente (des)funcional.

 

Com os cinco aprendemos a ser pais, de maneiras muito diferentes. Às vezes inflexíveis, outras tolerantes; alegres e zangados; confiantes e cheios de reservas; a rir e a chorar, a gritar e a cantar... sobretudo somos hoje pais mais completos – alargámos o coração!

 

Por vezes pensamos: o que seria da Carmo sem a Clara que a retira da sua zona de conforto, ou o Vasco sem o Bernardo que o ensina a ser responsável e cuidador, ou o Bernardo sem a Carmo que o acalma com a sua presença tranquila, ou da Carmo sem a Vera que a procura para conselhos de irmã mais velha, ou da Clara sem o Vasco que procura conselho sem sequer falar, ou das raparigas se não fossemos as quatro ou dos rapazes se não fossemos três... ou dos sete se fossemos de outra forma. Seríamos outra família, certamente não esta. Cada um desempenha um papel individual, em grupo pequeno e no conjunto da família que somos.


Atrevemo-nos a dizer que a nossa família é única, com uma composição única. Uma instituição dinâmica, com espaço para crescer, onde cada um conta muito e onde todos contam imenso!


texto pela Família Diniz
(com o contributo da Pastoral a Pessoas com Deficiência do Patriarcado de Lisboa)

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