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Roma
“Por favor, não às armas, sim à Paz!”
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O Papa Francisco voltou a pedir o imediato cessar-fogo em Gaza. Na semana em que celebrou a festa de Nossa Senhora de Guadalupe, o Papa assinalou o 75.º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, associou a pobreza do presépio ao drama da Terra Santa e homenageou a Imaculada Conceição.

 

1. “Continuo a seguir, com muita preocupação e dor, o conflito em Israel e na Palestina. Renovo o meu apelo para um imediato cessar-fogo humanitário. Sofre-se muito ali”, lamentou o Papa. No final da habitual audiência-geral das quartas-feiras, 13 de dezembro, Francisco encorajou as partes envolvidas a retomarem as negociações e pediu a todos “que assumam o urgente compromisso de fazer chegar a ajuda humanitária à população de Gaza, que bem precisa porque está nos limites”.

O Santo Padre voltou a pedir a libertação imediata de todos os reféns “que tinham visto uma esperança na trégua de há uns dias”. E também reforçou o pedido para que se acabe com este grande sofrimento para os israelitas e para os palestinianos. “Por favor, não às armas, sim à Paz!”, concluiu.

Antes de fazer este apelo, Francisco deixou a todos, sobretudo aos europeus, um conselho natalício. “Nalgumas zonas da Itália e da Europa é costume nesta ocasião trocarem presentes de Natal. Gostaria de convidar todos vós a trocarem os dons da amizade e do testemunho cristão. É um belo presente!”, concluiu.

 

2. O Papa alertou para as manipulações ideológicas da mensagem cristã na América Latina, falando durante a Missa que assinalou a festa de Nossa Senhora de Guadalupe, a 12 de dezembro. “A mensagem guadalupana não tolera ideologias de nenhum tipo. Só a imagem, a tilma [manta típica], as rosas”, disse na homilia, em espanhol, que pronunciou na Basílica de São Pedro.

Francisco destacou a simplicidade da aparição mariana ao indígena São Juan Diego, em dezembro de 1531, na colina de Tepeyac, México. “Ela é minha mãe, ela está aqui. Esta mensagem defende-nos de tantas ideologias sociais e políticas com que esta realidade guadalupana é tantas vezes usada”, apontou o Papa, observando que Nossa Senhora de Guadalupe se apresenta com “a imagem da primeira discípula, da mãe dos fiéis, da própria Igreja”.

 

3. No 75.º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, o Papa Francisco lembrou que “o compromisso com os direitos humanos nunca acaba”. Assinado a 10 de dezembro de 1948, o documento “é como uma estrada principal na qual foram dados muitos passos em frente, mas muitos ainda faltam e às vezes, infelizmente, voltamos atrás”, lamentou Francisco, que aproveitou a ocasião para apoiar “todos os que, discretamente na vida quotidiana concreta, lutam e falam pessoalmente para defender os direitos dos que não contam”.

No final do Angelus do passado Domingo, 10 de dezembro, o Santo Padre voltou a pedir orações pelas populações que sofrem devido à guerra. "Vamos em direção ao Natal. Seremos capazes, com a ajuda de Deus, de dar passos concretos de paz? Não é fácil, bem sabemos. Certos conflitos têm raízes históricas e profundas, mas também temos o testemunho de homens e mulheres que trabalharam com sabedoria e paciência pela coexistência pacífica. Que se siga o seu exemplo”, pediu.

A propósito da conclusão dos trabalhos da COP 28, no Dubai, o Papa pediu orações “para que sejam alcançados bons resultados a favor do cuidado da nossa casa comum e da proteção das populações”.

 

4. Francisco presidiu à inauguração do presépio e iluminação da árvore de Natal apontando que, ao contemplar Jesus, tão pequeno pobre e indefeso no presépio, “não podemos deixar de pensar no drama que estão a viver os habitantes da Terra Santa”, disse o Papa, na manhã de dia 9 de dezembro. Numa audiência às delegações italianas de Rieti e de Cuneo que ofereceram, respetivamente, o presépio e a árvore de Natal que se encontram na Praça de São Pedro, Francisco aproveitou a ocasião para manifestar de novo a sua proximidade e apoio espiritual aos habitantes da Terra Santa, “especialmente às crianças e aos seus pais, porque são estes que pagam a conta real da guerra”.

O Santo Padre evocou os 800 anos do primeiro presépio vivo da história, criado no Natal de 1223 por São Francisco de Assis, nas grutas de Greccio e pediu a todos que, diante de cada presépio, mesmo dentro das nossas casas, se possa reviver o que aconteceu em Belém há mais de dois mil anos. Um convite, disse o Papa, que “deveria despertar em nós as saudades do silêncio e da oração na nossa vida quotidiana, tantas vezes, frenética”.

 

5. A 8 de dezembro, o Papa cumpriu a tradição pontifícia de homenagear a Imaculada Conceição junto ao famoso obelisco da Praça de Espanha, no centro de Roma. “Vimos até vós, com o coração dividido entre a esperança e a angústia”, disse Francisco, na sua primeira deslocação fora do Vaticano, desde que adoeceu com uma infeção respiratória. Certo de que “o nosso destino não é para a morte mas para a vida, não é para o ódio mas para a fraternidade, não é o conflito mas a harmonia, não é a guerra mas a paz”, o Papa implorou à Virgem que proteja “todos os povos oprimidos pela injustiça e pela pobreza, provados pela guerra” e, sobretudo, que olhe com misericórdia “para o atormentado povo ucraniano, para o povo palestiniano e para o povo israelita, que voltaram a cair na espiral da violência”.

Antes de se deslocar à Praça de Espanha, o Santo Padre rezou em silêncio, na Basílica de Santa Maria Maior, onde homenageou com uma Rosa de Ouro o ícone da Virgem padroeira de Roma, ‘Salus popoli romani’. De manhã, Francisco tinha voltado a rezar o Angelus à janela do apartamento pontifício, depois de uma ausência de duas semanas por motivos de saúde, renovando os votos pela paz na Ucrânia, na Palestina e em Israel e anunciando a primeira Jornada Mundial da Criança, a 25 e 26 de maio do próximo ano, em Roma. “À semelhança de Jesus, queremos pôr as crianças no centro e cuidar delas”, garantiu o Papa.

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