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Isilda Pegado
Precisamos do Advento

Chegados a esta época do Ano, muito do que nos rodeia parece velho, incapaz, doente, em guerra, na miséria humana, no cansaço e letargia.

Nas últimas semanas, Portugal confrontou-se ainda com a evidência de um (des)Governo que se demite por incapacidades diversas. Parece que, como Povo, entregamos o nosso “Bem Comum” a quem ilude, brinca e esquece quem mais precisa.

As gerações futuras estão a ser comprometidas por este “caldo cultural” em que o que importa é “safar-se hoje”, ou melhor, “em safar-me”. O individualismo impera e é incentivado.

Contudo, há Esperança! Nem tudo o que o “politicamente correto” nos quer fazer engolir tem tido aceitação. Muito do sofrimento que vivemos e que vemos à nossa volta resulta daquele facilitismo, daquele egoísmo e da irresponsabilidade fortuita que nos oferecem.

Tomamos consciência deste peso e olhamos com Esperança para o Futuro. Não nos deixamos sucumbir. Mostramos que há melhor, há Solidariedade, há Amor, há Vidas com Vida. Haverá por certo uma nova forma de conduzir os destinos Públicos com mais responsabilidade, com mais capacidade, com mais respeito pelos homens (em especial os mais débeis) e com maior compromisso com as gerações futuras.

Esta Esperança é parte de uma Cultura que nos foi dada há Dois Mil Anos, por um Menino que nasceu na Gruta de Belém. Em primeiro lugar porque o Criador quis tornar-se presente no meio dos Homens. Fê-lo com toda a Humanidade que nos é intrínseca. Com dores, misérias, glórias, e nas circunstâncias do seu tempo.

Daí nasceu um Olhar Novo para a condição de cada homem, para a governação do Bem-Comum, para a Organização das Sociedades (no chamado Mundo Ocidental – Europa, Américas).

Quando se aproxima o Advento cada um de nós, por certo, e pelo menos em pensamento vai procurar – O Novo, O que volta a nascer, O que nasce para mim…

Podemos corporizar esta busca de muitas formas, nas compras, nas ceias recheadas, nas luzes de Natal, nos presentes, no estar ou ir à Igreja, nas reuniões de Família. É tudo Bom (ainda que pareça fútil). Porque tudo remete para uma Verdade Maior – Somos marcados, temos a chancela do Natal.

O Natal abre um Mundo Novo em cada Ana. O Natal é Esperança que se apresenta no nosso horizonte, pessoal e coletivo.

Por isso, neste Natal/2023 o grito por um mundo com mais Anos, mais responsabilidade, maior sentido de vida, de respeito pela identidade Humana de cada ser Humano, pelo Direito a Viver de todos, todos, todos, é ainda maior.

Esperamos! Usando a nossa Liberdade e num desejo grande de abraçar o que nos é dado, o que temos para construir e a certeza de uma Igreja que indica o Caminho da Verdade.

Precisamos do Advento para viver a carnalidade desta Esperança.

Precisamos do Advento para decidir o Futuro Coletivo a que seremos chamados em breve.

Precisamos do Advento para marcar o início de um Novo Ano na Família, no trabalho, nas escolas, nos Hospitais, e em cada um de nós.

Um Santo Natal!

 

Isilda Pegado
Presidente da Federação Portuguesa pela Vida