Cáritas de Lisboa |
Cáritas Paroquial de Coz recebe a celebração do Dia Internacional da Caridade
Contrapor a bondade e cortesia à violência dos dias
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A Cáritas Diocesana de Lisboa celebrou o Dia Internacional da Caridade no dia 21 de outubro, em Coz de Alcobaça e convidou, para o encontro, a autora e professora Laurinda Alves, o diretor da Santa Casa da Misericórdia da Amadora e diretor do Departamento da Pastoral Social do Patriarcado, Manuel Girão, e Júlio Moura do Gabinete de Apoio do Presidente da CM de Alcobaça. Marcaram também presença o padre José Dionísio, pároco de Coz, Filipe Santos, representante da união das juntas de freguesias de Coz, Alpedriz e Montes, e Francisco D’Aguiar da Direção CDL.

O encontro reuniu cerca de 50 participantes, na sua maioria representantes de várias Cáritas Paroquiais da diocese de Lisboa, com a manhã a decorrer na Associação Desportiva e Cultural de Coz. O encontro teve por tema uma questão que o Papa Francisco tinha colocado às autoridades políticas, à sociedade civil e ao corpo diplomático, no Centro Cultural de Belém, precisamente no segundo dia da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). “Para onde Navegais, Europa e Ocidente” serviu, como questão, para levar os presentes a refletir se os caminhos e estratégias no combate à pobreza e exclusão social são os mais adequados aos dias de hoje. As diversas crises, a de 2007-2008, a da pandemia e a de agora, obrigaram as organizações a retroceder nos apoios que prestam, tornando-as mais assistencialistas do que empoderadoras, quando o verdadeiro fim de toda a ação social é a autonomização das pessoas que recebem ajuda durante um determinado período das suas vidas.

Manuel Girão recordou os tempos em que a sua família, de regresso a Portugal de Angola, no período da descolonização, precisou de ajuda e de como foi imprescindível o apoio da Cáritas. A sua experiência serviu para enfatizar a importância da ação da Cáritas nos dias de hoje como então. Relembrou que a Igreja, nas palavras do Papa, tem de ser mais hospital de campanha e que cada um deve tornar-se e ser artesão da paz. Falando da necessidade de se trabalhar mais com os jovens, para o diretor do Departamento da Pastoral Social do Patriarcado é fundamental envolver os filhos de famílias que recebem apoio, nomeadamente famílias beneficiárias do Rendimento Social de Inserção (RSI), e de como é um desafio importante a integração destes mesmos jovens nas administrações das organizações. Para a Misericórdia da Amadora, o envolvimento dos jovens com a missão da instituição tem tido um enorme sucesso.

Laurinda Alves sublinhou a importância da “bondade” a ter com nós mesmos e com os outros e testemunhou como esta era visível nas ruas perto de sua casa, nos jovens que participaram na JMJ. Foram vários os exemplos de como vivemos dias de grande violência e de como é urgente deixar o piloto automático. Para a autora a guerra não é lá longe, mas aqui bem perto, em gestos e expressões dentro e bem próximas de nós. E em oposição à violência dos nossos dias, Laurinda Alves partilhou o brilho nos olhos de cada, de como o berlinde do olho e o coração de quem ama não envelhecem, sendo sua expressão a bondade que é subjacente à Caridade. Urge recentrar o olhar a nosso favor. Falta a cortesia em oposição à agressividade, sendo necessário combater a pandemia da indiferença e do desânimo.

Por sua vez, Júlio Moura agradeceu o trabalho da Cáritas no concelho de Alcobaça e falou da sua experiência enquanto presidente de uma fundação. Referiu que o impacto positivo da nossa intervenção é o seu maior retorno. Concordando com Laurinda Alves, apontou que vivemos em sobressalto diário. E abordando a questão dos idosos, testemunhou como é urgentíssimo responder aos seus pedidos de ajuda, de que é necessário acolher os idosos que recebem alta hospitalar. Na sua opinião são necessários mais lares e que algum do dinheiro do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) poderia servir esta causa. Nas suas palavras, neste setor conhecem-se frequentemente os problemas, mas nada se faz para se resolverem. Há que reformular o apoio domiciliário e responder de acordo com as verdadeiras necessidades.

Após as três apresentações e uma breve pausa, seguiu-se o trabalho de grupo. Aos participantes foi pedido que refletissem aspetos fortes e menos fortes do agir da CDL e da sua pertença à Rede Cáritas, e que ao mesmo tempo fossem capazes de sugerir formas do alargamento da Rede no território do Patriarcado.

Por fim, neste relato, não podemos de todo esquecer a generosa hospitalidade da Cáritas Paroquial de Coz, anfitriã do encontro. O seu apoio foi de tal ordem que agora a fasquia para os próximos encontros se tornou mesmo muito alta. A Cáritas Paroquial cuidou do bem-estar de cada um, da sua alimentação e ainda proporcionou à tarde um “tour cultural” que levou os participantes a conhecerem algum do património histórico-artístico e gastronómico da terra e alguma preocupação com a sua manutenção. O último lugar a ser visitado foi o Mosteiro de Santa Maria de Coz e foi aí que a grande maioria dos participantes conheceu, finalmente, a origem da expressão “são favas contadas”, quando o guia da visita ao Mosteiro, o senhor Eurico, abordou o processo da eleição da madre abadessa daquele lugar.

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