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Dia Mundial das Missões (Domingo, 22 de outubro)
Na missão, a Palavra é tudo
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O mês de Outubro e de modo especial o Dia Mundial das Missões constituem um tempo propício à reflexão e à formação sobre temas missionários. É, também, um convite à oração, como fonte motriz da missão.

 

Nunca é demais recordar e sublinhar afirmações clarividentes sobre a natureza e o propósito de sermos Igreja, das quais destacaria, entre tantas: A Igreja peregrina é, por sua natureza, missionária, visto que tem a sua origem, segundo o desígnio de Deus Pai, na «missão» do Filho e do Espírito Santo ( Ad Gentes nº 2); A evangelização missionária constitui o primeiro serviço que a Igreja pode prestar ao homem e à humanidade inteira (Redemptoris missio nº 1); Sonho com uma opção missionária capaz de transformar tudo, para que os costumes, os estilos, os horários, a linguagem e toda a estrutura eclesial se tornem um canal proporcionado mais à evangelização do mundo actual que à auto-preservação (Evangelii Gaudium nº 27). A Igreja encontra o seu fundamento e o seu compromisso no anúncio do kerigma, fonte de todas as outras dimensões litúrgicas e caritativas. Fora deste enquadramento arriscamos a fazer muito bem à sociedade e ao homem, mas reduzimos a uma linha horizontal a missão, escondendo o olhar vertical da missão, que encarna o amor de Deus em nós e o eleva aos Céus como redentor da nova criatura em Cristo.

 

A tradicional mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Missões é um belíssimo contributo para nos situarmos nesta radical actividade da Igreja. Corações ardentes, pés ao caminho ressoa como imperativo mobilizador e uma esperança catalisadora de novos tempos e novos caminhos para a Igreja, renascida das cinzas das estatísticas inquietantes e de primeiras páginas que feriram o rosto da Igreja. Onde tudo parece ser sinais de morte, os discípulos missionários somos chamados a anunciar a Vida, às vezes contra tudo e contra todos! O percurso humano e religioso feito pelos discípulos de Emaús, ajudam-nos a discernir entre as palavras e os gestos, entre os sinais e os objectos, o reacender duma chama que dolorosamente se apagou numa cruz. É sempre fácil e tentador somar as desilusões, os cansaços, o deixar correr e o nada muda! Percorrendo o caminho de regresso ao seu mundo de Emaús, os discípulos percorreram um outro caminho sem regresso, mapeado pelas Escrituras e explicado pelo Mestre, despejando ardor em corações abatidos por aquilo que viram e sentiram em Jerusalém. É esta mesma Palavra de Deus, discernida, rezada e celebrada que os ilumina na escuridão dos acontecimentos. São os olhos e o coração que constituem a casa da fracção do pão, presença sacramental do Senhor, e que os mobilizam a correr e a levar a outros o que viram e sentiram. E mais uma vez tudo começou neste pedido hospitaleiro do fica connosco Senhor porque anoitece.

Não há missão sem anúncio da Palavra de Deus. Toda a missão começa na escuta e no enamoramento da Palavra de Deus. É a Palavra de Deus que dá a seiva que irriga os diferentes braços da Igreja. Por isso Ela é vida em nós e é o nosso tudo. O missionário tem que ser sempre um artífice da Palavra de Deus, encarnando-a nos mais deferentes ambientes culturais e sociais. Com Ela sonhamos um mundo mais justo e mais fraterno, onde todos somos necessários e cabemos. Por Ela aprendemos o que significa ser católico e que igreja somos. E o que rezamos será sempre a Palavra de Deus porque será sempre Ela a primeira a chegar ao nosso coração!

 

No discurso que o Papa Francisco dirigiu aos diversos agentes pastorais no Mosteiro dos Jerónimos, alertava-nos para o cansaço no caminho eclesial e para o estado de aposentação em que tantas vezes caímos. Este não é o tempo de guardarmos as redes e descer do barco. Um pouco como antídoto a este tempo de crise, propunha três acções positivas: fazer-se ao largo, levarmos juntos a pastoral e tornarmo-nos pescadores de homens. Trata-se um verdadeiro programa pastoral, muito objectivo e simples, sempre alicerçado naquela palavra do Senhor: porque Tu o dizes, lançarei as redes! Naturalmente que o Sínodo que a Igreja vive neste mês agrega e fortalece, de forma evangélica e fraterna, todas estas propostas apresentadas no lema deste encontro: comunhão – participação – missão. E há tanto para fazer na vinha do Senhor!

A JMJ recentemente vivida por toda a Igreja ainda continua dentro de nós a fervilhar em ideias e projectos. Um futuro diferente é possível! Não foi só um evento espectacular de grandes massas juvenis, mas um grande dom de Deus à Igreja, tesouro que devemos cuidar e abrilhantar, chegado até a nós pelas mãos de tantos jovens e do coração de um ancião Francisco que a todos nos encantou com o seu sorriso, a sua palavra e o seu gesto. Certamente há expressões que estão na nossa memória e repetimos com mais ou menos ligeireza. Queria, contudo, realçar a expressão e suas variantes, não tenham medo. Esta é hora que Deus nos dá para viver e testemunhar a fé em Cristo Jesus. É hora de avançar com esperança. Esta é a nossa hora da Missão!

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