Domingo |
À procura da Palavra
Viver é trabalhar com Deus
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DOMINGO XXV DO TEMPO COMUM Ano A
“Não me será permitido fazer o que quero do que é meu?
Ou serão maus os teus olhos porque eu sou bom?”
Mt 20, 15

 

Deus “escapa-se” sempre à tentação de O “encaixarmos” nas certezas humanas. Não são as parábolas que Jesus nos conta um constante “desmontar” de conceitos limitados que procuramos aplicar a Deus, surpreendendo-nos sempre? Por isso, é aos “pequeninos” que são revelados os mistérios do Reino, porque eles estão abertos à surpresa, maravilham-se com o que é novo e com o infinito. Como aquele monge que insistia para que Deus lhe revelasse o seu verdadeiro nome e, após anos da permanente pergunta, ficou estarrecido quando ouviu Deus dizer-lhe: “O meu nome é ‘Não é bastante’!”

Na vida, e, às vezes, também na fé, sofremos de uma tendência em nos bastarmos. Procuramos o acomodamento dos bens, das ideias, e até da religião. Do luxo de certos condomínios privados à miséria de rendimentos mínimos, um mesmo vírus de acomodamento parece grassar. É fácil acomodarmo-nos às ideias e opiniões comuns, habituarmo-nos ao superficial da vida que a publicidade oferece, ou esperarmos o milagre do Euromilhões. Já Fernando Pessoa denunciava esta tendência na sua “Mensagem”: “Baste a quem baste o que lhe basta / O bastante de lhe bastar / A vida é breve, a alma é vasta: / Ter é tardar.”

À sede de infinito do coração humano Jesus oferece a fonte inesgotável que Deus é. Mas há um preço para quem bebe desta fonte: é preciso despojar-se da vida cómoda, do pensamento aprisionado, do coração sem uso, das mãos que querem agarrar coisas, dos pés que não querem andar sobre as águas. Ele convida-nos a rever constantemente as “ideias feitas” que temos acerca d’Ele e da vida, principalmente quando contabilizamos os méritos e nos julgamos “seus credores”. Quem mais sabe de Deus é quem mais ama, e não há amor que não tenha de ser inventado todos os dias.    

Por isso, na sua vinha, há trabalho para todos e um mesmo salário: a felicidade de viver no amor a Deus e aos irmãos, no compromisso pela justiça. Felizes os que desde cedo começaram a trabalhar! Ao contrário do ritmo do mundo, onde parece que o trabalho de muitos é desvalorizado em função do lucro de alguns, na vinha do Reino não há lugar para ociosos. A alegria de um trabalho assim não vem do menor esforço, mas da maior dádiva. Se “um denário” significa toda a graça e todo amor que Deus dá, que mais queremos? E se nos alegra viver e trabalhar com Ele, como não nos alegrarmos que outros possam experimentar o mesmo? Ai quando tratamos Deus como “patrão” e nos reduzimos a seus “funcionários”!  É então que se tornam maus os nossos olhos e perdemos a alegria!

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