DOMINGO XVI DO TEMPO COMUM Ano A
“Não suceda que, ao arrancardes o joio,
arranqueis também o trigo.”
Mt 13, 29
Fizeste-nos aprendizes da paciência, Senhor,
mas demoramos a cultivá-la!
Por tudo e por nada nos “salta a tampa”
e dizemos o que não queríamos.
Esquecemos a lentidão do que é importante
e queremos funcionar mais rápido que as redes digitais.
Desligámo-nos da terra e do compasso das estações,
esquecemos a alegria de ver crescer as plantas
e nem esperamos pelo arco-íris que vem depois das chuvas.
Instituímos a pressa como sinónimo de vida,
e queremos tanto a felicidade toda e agora,
nem que seja uma felicidade oca num embrulho bonito!
A outra, a verdadeira, que enche o coração de um azul imenso,
parece-nos impossível porque tarda em chegar!
É assim que sacrificamos nos altares da fama e do dinheiro
os que dizemos amar, com quem passamos menos tempo,
somos mais amigos de écrans e “tik toks”
do que de presença e escuta generosa.
Apressamo-nos a julgar o todo pela parte,
colando rótulos e processando invejas,
querendo colher antes de estar maduro
e valorizando mais o joio do que o trigo,
Abriste-nos horizontes imenso de vida,
mas preferimos ainda o que é fácil, o que se pode comprar, o que brilha!
Dá-nos paciência, Senhor,
de descobrir o trigo que cresce em cada pessoa,
de andar de braço dado com a esperança
de agradecer mais do que exigir.
É preciso aprender a paciência que não cruza os braços,
nem aprisiona o coração!
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