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À procura da Palavra
Assumir a condição
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DOMINGO DE RAMOS ANO A

“Assumindo a condição de servo,

tornou-Se semelhante aos homens!”

Filip 2, 7

 

Certamente já ouvimos variadas versões da história do rei que, querendo conhecer o que os seus súbditos diziam de si, deixou as vestes e o palácio real e, assumindo à experiência de ser pobre, se misturou com o povo. Um pouco como se um ministro, para conhecer melhor a realidade daqueles que o elegeram, escolhesse viver (uns tempos!) com o ordenado mínimo num apartamento social dos arredores da cidade. Como veio a suceder ao rei, perceberia melhor que não se pode viver e sentir a realidade das pessoas sem estar no meio delas!

Há uma diferença entre o “fazer para” e o “fazer com”. E se é importante a primeira da parte de quem “tem o poder”, nada ajuda tão profundamente a mudança de situações e mentalidades como a segunda. A primeira pode criar dependência e desresponsabilização, a segunda desinstala e compromete. E se isto acontece ao nível da sociedade também ao nível das pessoas: a descoberta e construção da amizade implica um “pôr-se na pele do outro”. O próprio Jesus não deixou de dar esse “mimo” aos discípulos quando, no decorrer da Ceia (como diz S. João) lhes diz que os chama “amigos porque tudo o que ouvi de meu Pai vo-lo dei a conhecer”! Talvez o rei e o ministro tenham acabado por também sentir amizade pelo seu povo!

A maravilhosa originalidade do cristianismo reside nisto mesmo: Deus vem até nós, assume a natureza humana naquilo que ela tem de mais sublime e de mais dramático. Como poderia salvar-nos, não destruindo a humanidade, sem se fazer homem? Se o próprio Deus dá a vida pela beleza desta vida, porque ainda a “pintamos” com tanto cinzento e negrume? Jesus não se entrega à morte, entrega-se à vida: “Ninguém ma tira, mas Eu por mim mesmo a dou” (Jo 10,18).  Assim muitos esforços humanos, muitos gestos grandiosos e a maioria das mudanças supõem a “vida dada”, uma “descida”, um “fazer-se quase nada”, um “apagamento”. Tarefa difícil para esta cultura do visual, do imponente e do espectacular que nos inebria. Mas não impossível!

Entramos na Páscoa com as imagens da “aclamação popular” de Jesus. Estranha-me que não se tenha furtado a isto, mas não será um pouco a “alegria dos companheiros do noivo”? É também o cumprir-se das Escrituras. Jesus é o Messias esperado (mas que traz uma esperança mais profunda) e os sinais são importantes. A entrega de Jesus é sempre modelo para a entrega da Igreja. No esplendor e na miséria, sem nunca esquecer que “não somos dignos”.  Próxima de Deus e dos homens não pode significar “distante” de nenhuma realidade humana. Nem cair no orgulho de ter “resposta para tudo”! Não a uma Igreja “para”, mas sim “de” e “com”.  E passando pela paixão da verdade e da vida dada (e restaurada) a todos, esperamos a ressurreição!

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