Catequese |
Projeto-piloto no Patriarcado de Lisboa no combate aos abusos de menores
Dar “um passo em frente” e “agir por prevenção”
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O Setor da Catequese do Patriarcado de Lisboa publica um excerto da reportagem ‘O que é que a Igreja já está a fazer no combate aos abusos de menores?’, da autoria da jornalista da Renascença Ana Catarina André, que apresentou um projeto-piloto em quatro paróquias da diocese sobre a proteção de menores.

 

Algumas paróquias começaram a desenvolver ações dedicadas à temática do cuidado de menores. A Catequese do Patriarcado de Lisboa está a implementar um projeto piloto em quatro paróquias da diocese.

“Tendo em conta que trabalhamos com crianças, achámos que era muito importante darmos um passo em frente. Mais do que reagir, achámos que era importante agir por prevenção”, explica o padre Tiago Neto, diretor diocesano do Setor da Catequese, acrescentando que a iniciativa pretende também capacitar os catequistas para “olhar para o contexto da criança”.

Por enquanto, pretende-se que as quatro paróquias inseridas nesta iniciativa-piloto (Sintra, Benedita, Parque das Nações, em Lisboa, e mais recentemente Telheiras, na mesma cidade) criem grupos de trabalho que desenvolvam e apliquem um manual de boas práticas.

“O objetivo também é que haja formação para que as pessoas saibam como agir e tratar algum caso que possa aparecer”, refere o sacerdote, dizendo que se inspiraram no sistema de proteção e cuidado da Companhia de Jesus e nas indicações da Conferência Episcopal Portuguesa.

 

Proteger as crianças

Na paróquia do Parque das Nações, onde há cerca de 650 crianças na catequese, existe já uma equipa de seis pessoas dedicadas ao tema.

“Começámos por frequentar uma formação [dinamizada pelo Setor da Catequese do Patriarcado de Lisboa] e tentámos implementar na paróquia um sistema de cuidado e proteção de menores. Fizemos um primeiro draft de um código de conduta que será aplicado a todos os adultos envolvidos no contacto com crianças”, diz Elsa Lima, uma das catequistas envolvidas no projeto, contando que, recentemente, houve também uma ação de sensibilização na paróquia em que participaram 80 pessoas que acompanham crianças.

“Percebemos que há determinados comportamentos que não se pode ter. Por exemplo, quando há um problema, não levamos a criança para determinado sítio para ter uma conversa com ela – falamos logo ali. Também não há portas fechadas, nem abracinhos”, afirma Elsa Lima, frisando que não se trata de transformar os catequistas em “pedras de gelo”.

Como explica o pároco do Parque das Nações, cónego Paulo Franco, o objetivo da iniciativa é “proteger as crianças, de forma que, em caso algum, corram perigo, e por outro lado, sintam que são tidas em conta para se sentirem em segurança caso isso não suceda no seu âmbito de vida, noutros contextos e instâncias”. E sublinha: “É muito importante sentirmos que a nossa missão não se confina às paredes de âmbito paroquial”.

 

Em segurança

Ao abordar o tema e ao dar formação, muitos pais dizem sentir-se mais confiantes. É o caso de Sofia Monteiro e Rui Custódio, pais de três crianças, com idades entre os 4 e os 12 anos, que estão também envolvidos na organização do campo de férias da paróquia.

“É um tema que nos preocupa, mas acima de tudo sentimos muita segurança ao saber que a paróquia onde estamos inseridos tratou o assunto com muita sinceridade, numa tentativa de proteger as crianças e de assumir que, de facto, as coisas existem, mas que estamos a tentar fazer algo”, diz Sofia Monteiro.

O marido acrescenta: “[Com a formação], estamos também mais elucidados sobre como conversar com os nossos filhos sobre comportamentos de que possam ter sido alvo e agir de uma forma que os proteja mais”.

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