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Roma
“Confiamos o ardente desejo de paz no mundo à Virgem Maria”
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O Papa Francisco lembrou os peregrinos a caminho do Santuário de Fátima, para as celebrações do 13 de maio. Na semana em que foi publicada a Mensagem para o Dia dos Avós e dos Idosos e foi notícia o possível adiamento da viagem papal ao Líbano, o Papa pediu para “não se perder a esperança na paz para a Ucrânia” e apelou ao reforço da “unidade dos cristãos”.

 

1. O Papa Francisco uniu a sua oração pela paz à oração dos que confiam na interceção da Virgem Maria. “As minhas saudações de boas-vindas aos peregrinos de língua portuguesa. Ao acolher-vos, o meu pensamento dirige-se, também, a quantos nestes dias rumam ao Santuário de Fátima levando a Nossa Senhora as alegrias e as preocupações dos seus corações. Unidos a estes nossos irmãos, também nós confiamos o ardente desejo de paz no mundo à virgem Maria que a todos envolve com o seu olhar materno. Que a bênção do Senhor sempre vos acompanhe”, salientou o Papa, na audiência-geral de quarta-feira, 11 de maio.

Na Praça de São Pedro, Francisco deixou também um apelo à paz no Sri Lanka: “Dirijo um pensamento especial ao povo do Sri Lanka, em particular aos jovens, que nos últimos tempos fizeram ouvir o seu clamor face aos desafios e problemas sociais e económicos do país. Uno-me àquelas autoridades religiosas para exortar todas as partes em causa a manter uma atitude pacífica, sem ceder à violência. Apelo a quantos têm responsabilidades para que ouçam as aspirações do povo, assegurando o pleno respeito pelos direitos humanos e liberdades civis”.

Neste encontro público semanal, o Papa deu continuidade ao ciclo de catequeses sobre a velhice. “Quando se envelhece, o olhar interior torna-se capaz de ver coisas que antes escapavam. Que as nossas comunidades não desperdicem os dons de tantos idosos!”, desejou.

 

2. A Mensagem do Papa para o Dia dos Avós e dos Idosos lembra que envelhecer é “uma bênção”. “Envelhecer não é apenas a deterioração natural do corpo ou a passagem inevitável do tempo, mas também o dom duma vida longa. Envelhecer não é uma condenação, mas uma bênção!”, refere a mensagem. No texto, divulgado pelo Vaticano no dia 10 de maio, Francisco reconhece que muitos receiam envelhecer porque não foram preparados para chegar a essa etapa da vida. “O fim da atividade laboral e os filhos já autónomos fazem esmorecer os motivos pelos quais gastamos muitas das nossas energias”, considera o Papa, sublinhando que a velhice não é “uma doença” nem um “tempo inútil”. Francisco pede, por isso, aos idosos que não se resignem e aprendam a “viver uma velhice ativa, inclusive do ponto de vista espiritual”, e que, a par da relação com Deus, cultivem “as relações” com os outros, “antes de mais nada, com a família, os filhos, os netos”.

A mensagem do Papa desafia, ainda, os mais velhos a não serem “meros espetadores no teatro do mundo” porque têm uma “nova missão”: serem os principais “protagonistas” da “revolução da ternura” de que o mundo precisa. “O mundo vive um período de dura provação, marcado primeiro pela tempestade inesperada e furiosa da pandemia, depois por uma guerra que fere a paz e o desenvolvimento à escala mundial. Não é por acaso que a guerra tenha voltado à Europa no momento em que está a desaparecer a geração que a viveu no século passado”, escreve Francisco, alertando para o risco destas “grandes crises” nos fazerem ficar “insensíveis” às “outras ‘epidemias’ e outras formas generalizadas de violência que ameaçam a família humana e a nossa casa comum”.

‘Dão fruto mesmo na velhice’ foi o tema escolhido para o II Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, que a Igreja assinala no dia 24 de julho. Foi em 2021 que o Papa Francisco instituiu esta celebração no quarto Domingo de julho, junto à Festa de São Joaquim e Santa Ana, os avós de Jesus, que se assinala a 26 de julho.

 

3. A viagem do Papa ao Líbano, prevista para 12 e 13 de junho, deve ser adiada por causa da dificuldade de locomoção que tem afetado Francisco, avança a agência Reuters. A notícia foi confirmada pelo ministro do Turismo libanês. “O Líbano recebeu uma carta do Vaticano informando-o oficialmente da decisão de adiar a visita agendada do Papa ao Líbano”, declarou Walid Nassar num comunicado divulgado pela Agência Nacional de Informação (ANI). As “visitas ao estrangeiro (...) foram adiadas por razões de saúde”, precisou o ministro, acrescentando que uma nova data para a visita será anunciada “assim que for marcada”.

Recorde-se que, nas últimas semanas, o Papa tem tido problemas no joelho no direito, que se revelam dolorosos e incapacitantes. No passado dia 5 de maio, pela primeira vez, Francisco surgiu num ato público em cadeira de rodas. Foi num encontro com religiosas, no Vaticano.

 

4. O Papa pediu aos responsáveis políticos para não perderem a esperança na paz para a Ucrânia e pediu a oração por todos os que sofrem na guerra. “Espiritualmente, ajoelhando-me diante da Virgem, confio-lhe o ardente desejo de paz de tantas populações que, em várias partes do mundo, sofrem a insensata desgraça da guerra. À Virgem Santa apresento, em particular, os sofrimentos e as lágrimas do povo ucraniano”, afirmou. “Perante a loucura da guerra, continuemos, por favor, a rezar todos os dias o terço pela paz. E rezemos pelos responsáveis das nações, para que não percam o sentir das pessoas que querem a paz e que bem sabem que as armas nunca o podem garantir”, apelou Francisco, após a recitação da oração pascal do Regina Coeli, a partir da janela do apartamento pontifício.

 

5. O Papa Francisco considera cruel e insensata a guerra na Ucrânia e apela os cristãos a reforçar o desejo de unidade. No encontro que teve, dia 6 de maio, com membros da plenária do Conselho Pontifício para a Unidade dos Cristãos, o Papa referiu-se ao “novo e trágico desafio da guerra em curso na Ucrânia” e recordou que as “guerras regionais nunca faltaram desde o fim da II Guerra Mundial”. “No entanto, esta guerra, cruel e sem sentido como qualquer guerra, tem uma dimensão maior e ameaça o mundo inteiro e não pode deixar de desafiar a consciência de cada cristão e de cada Igreja”, alertou, convidando os presentes a interrogarem-se conjuntamente sobre “o que as Igrejas fizeram e podem fazer para contribuir para o desenvolvimento de uma comunidade mundial, capaz de criar a fraternidade a partir de povos e nações que vivem a amizade social”.

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