Papa |
Roma
“Que as orações e súplicas façam prevalecer o diálogo”
<<
1/
>>
Imagem

O Papa Francisco apelou à oração pela paz na Ucrânia. Na semana em que realçou a importância da oração para a “plena comunhão” dos cristãos, o Papa valorizou a escuta, destacou a importância da Bíblia, reforçou a determinação em punir “abusos de qualquer tipo” e recebeu o embaixador de Portugal em visita de despedida.

 

1. O Papa Francisco apelou à oração pela paz na Ucrânia, no dia em que se vive uma jornada mundial por esta intenção, convocada pelo próprio. “Por favor, nunca a guerra”, pediu, na audiência-geral de quarta-feira, 26 de janeiro. O Santo Padre falou dos sofrimentos do povo ucraniano ligados à II Guerra Mundial e lembrou que mais de cinco milhões de pessoas foram aniquiladas durante a guerra. “É um povo sofredor, sofreu a fome, tantas crueldades, e merece a paz. Peçamos ao Senhor com insistência que aquela terra possa ver florescer a fraternidade e superar feridas, medos e divisões”, pediu Francisco, fazendo votos que “as orações e súplicas, que hoje se elevam ao Céu, toquem as mentes e os corações dos responsáveis na terra, para que façam prevalecer o diálogo, e o bem de todos seja colocado acima dos interesses particulares”. “Rezemos pela paz com o Pai Nosso: é a oração dos filhos que se dirigem ao mesmo Pai, é a oração que nos faz irmãos, é a oração dos irmãos que imploram reconciliação e concórdia”, acrescentou.

A jornada de oração pela paz na Ucrânia foi convocada pelo Papa. Após a recitação do Angelus, no passado Domingo, 23 de janeiro, Francisco disse aos milhares de fiéis presentes na Praça de São Pedro que estava a seguir “com preocupação o aumento das tensões que ameaçam infligir um novo golpe à paz na Ucrânia, e colocam em causa a segurança no continente europeu, com repercussões ainda mais vasta”. “Aqueles que perseguem os seus objetivos à custa dos outros desprezam a sua própria vocação como seres humanos, porque somos todos irmãos criados”, lembrou.

 

2. O Papa Francisco presidiu, no dia 25, à celebração das Segundas Vésperas na Solenidade da Conversão de São Paulo Apóstolo, que marca o encerramento da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (18 a 25 de janeiro). A celebração realizou-se na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, em Roma, com o Papa a deixar um convite à unidade entre as várias tradições e experiências cristãs, evocando os mártires de todas as Igrejas, que “indicam na terra um caminho concreto, o da unidade”. “O Senhor deseja que confiemos uns nos outros e caminhemos juntos, não obstante as nossas fraquezas e pecados, apesar dos erros do passado e das feridas recíprocas”, sublinhou. O Santo Padre realçou ainda a importância da oração, nesse caminho para a “plena comunhão”, deixando de parte as “políticas do mundo”. “Peçamos a Deus esta coragem, a coragem da humildade, único caminho para chegar a adorar a Deus na mesma casa, ao redor do mesmo altar”, apelou.

 

3. Na Mensagem para o Dia das Comunicações Sociais, divulgada a 24 de janeiro, o Papa pede para se “escutar com o ouvido do coração”, porque “a escuta continua a ser essencial para a comunicação humana”. Francisco lembra as novas ofertas de comunicar – os podcast e chat áudio – que, em sua opinião, sublinham a importância de ouvir, mas alerta que “estamos a perder capacidade de ouvir a pessoa que temos à nossa frente”. “Aquilo que torna boa e plenamente humana a comunicação é precisamente a escuta de quem está à nossa frente”, assinala.

Na mensagem, o Papa afirma ainda que “esta falta de escuta, que tantas vezes experimentamos na vida quotidiana, é real, também, infelizmente, na vida pública, onde, com frequência, em vez de escutar, «se fala pelos cotovelos», e isto é sintoma de que se procura mais o consenso do que a verdade e o bem”. O Papa entende que “a boa comunicação presta atenção às razões do outro e procura fazer compreender a complexidade da realidade” e afirma que “é triste quando surgem, mesmo na Igreja, partidos ideológicos, desaparecendo a escuta para dar lugar a estéreis contraposições”. “Na realidade, em muitos diálogos, efetivamente não comunicamos; estamos simplesmente à espera que o outro acabe de falar para impor o nosso ponto de vista”, refere. Segundo o Papa, “também na Igreja há grande necessidade de escutar e de nos escutarmos”, explicando que “devemos escutar através do ouvido de Deus, se queremos poder falar através da sua Palavra”.

 

4. No Domingo da Palavra de Deus, o Papa instituiu, pela primeira vez, no ministério de leitor e de catequista, sete leigos e nove leigas, de quatro continentes. “Apaixonemo-nos pela Sagrada Escritura, deixemo-nos interpelar profundamente pela Palavra, que desvenda a novidade de Deus e nos leva a amar incansavelmente os outros. Voltemos a colocar a Palavra de Deus no centro da pastoral e da vida da Igreja! Vamos ouvi-la, rezá-la e colocá-la em prática”, pediu Francisco, na Eucaristia que decorreu na Basílica de São Pedro, a 23 de janeiro.

Mais tarde, no Angelus, o Papa criticou as homilias “abstratas”, que “adormecem a alma”, pedindo uma maior atenção à realidade concreta. “Às vezes, acontece que as nossas pregações e ensinamentos permanecem genéricos, abstratos, não tocam a alma e a vida das pessoas. Porquê? Porque não têm a força deste hoje que Jesus preenche de significado com o poder do Espírito”, referiu, lembrando que “palestras impecáveis, discursos bem construídos, mas que não comovem o coração, tudo fica como antes”.

 

5. O Papa reforçou a determinação da Igreja em punir os “abusos de qualquer tipo”. “A Igreja, com a ajuda de Deus, prossegue firmemente o compromisso de fazer justiça às vítimas de abusos por parte dos seus membros, aplicando com particular atenção e rigor a legislação canónica prevista”, garantiu, numa audiência aos participantes da Assembleia Plenária da Congregação para a Doutrina da Fé, no dia 21 de janeiro.

Ainda neste dia, o Papa proclamou Santo Irineu como doutor da Igreja, apresentando o bispo (130-202) como exemplo de unidade para os cristãos.

 

6. O Papa recebeu, no Vaticano, o embaixador de Portugal junto da Santa Sé, António de Almeida Lima, em visita de despedida, após a exoneração do diplomata e nomeação como representante de Portugal na Haia. O responsável, de 65 anos, iniciou funções no Vaticano em setembro de 2017 e disse à Agência Ecclesia que este foi um encontro “caloroso”, realçando o “carinho” com que Francisco sempre olhou para Portugal. Domingos Fezas Vital, representante de Portugal nos Estados Unidos da América desde 2015, é o novo embaixador português junto da Santa Sé.

Aura Miguel, jornalista da Renascença, à conversa com Diogo Paiva Brandão
A OPINIÃO DE
Pedro Vaz Patto
Foi muito bem acolhida, pela generalidade da chamada “opinião pública”, a notícia de que...
ver [+]

Guilherme d'Oliveira Martins
Quando Jean Lacroix fala da força e das fraquezas da família alerta-nos para a necessidade de não considerar...
ver [+]

Tony Neves
É um título para encher os olhos e provocar apetite de leitura! Mas é verdade. Depois de ver do ar parte do Congo verde, aterrei em Brazzaville.
ver [+]

Tony Neves
O Gabão acolheu-me de braços e coração abertos, numa visita que foi estreia absoluta neste país da África central.
ver [+]

Visite a página online
do Patriarcado de Lisboa
EDIÇÕES ANTERIORES