Lisboa |
Visita Pastoral à Vigararia de Oeiras: encontro com os Autarcas
“Quando não se convive, a pessoa definha”
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O Cardeal-Patriarca de Lisboa garantiu aos autarcas das freguesias e do município de Oeiras o “compromisso” das paróquias para fazer face “ao isolamento” da população. “Viver é conviver, e, quando não se convive, a pessoa definha, mentalmente, fisicamente e por aí fora”, lembrou D. Manuel Clemente aos autarcas oeirenses, durante um encontro no âmbito da Visita Pastoral à Vigararia de Oeiras. No salão da Figueirinha, na noite do passado dia 21 de fevereiro, o Cardeal-Patriarca considerou que “o envelhecimento é um problema que nos desafia, a todos, em termos de resposta”. “Paróquias, autarquias e todos os outros agentes sociais devem estar incumbidos”, manifestou, sublinhando que “segundo os últimos dados, em meados deste século, daqui por 30 anos, a sociedade portuguesa terá descido dos 10 milhões para os sete milhões e com a pirâmide invertida: pouca gente nova e muita gente com mais idade”. Neste sentido, apelou a “deixar de falar em envelhecimento – que tem um certo sentido, se não negativo, pelo menos, triste –”, e passar a “uma expressão mais bonita, que tem de ser criada: a longevidade”. “Tornar envelhecimento em longevidade, numa nova fase que se abre na existência dos seres humanos, a começar pelos vossos munícipes e fregueses, é um enorme desafio”, considerou.

Neste encontro com autarcas das cinco freguesias do concelho (União das Freguesias de Algés, Linda-a-Velha e Cruz-Quebrada/Dafundo, União das Freguesias de Carnaxide e Queijas, União das Freguesias de Oeiras e São Julião da Barra, Paço de Arcos e Caxias, Junta de Freguesia de Barcarena e Junta de Freguesia de Porto Salvo) e também do município de Oeiras, D. Manuel Clemente lamentou que a sociedade “desperdice muito a sabedoria acumulada das gerações seniores”, sugerindo a “criação de ‘senados’”. “Se tivéssemos, na nossa organização social, uma espécie de senado, onde estivessem pessoas cujo currículo de vida vivida, de experiência profissional, cultural, administrativa, que pudessem expressar a sua opinião sobre decisões executivas, creio que ganharíamos todos”, manifestou o Cardeal-Patriarca, lembrando igualmente “o desafio da interculturalidade”.

 

Freguesia, paróquia e doutrina social

D. Manuel Clemente começou o encontro com os autarcas lembrando que a palavra freguesia, que “é hoje uma designação civil”, começou por ser “uma designação religiosa”. “A palavra freguesia vem do latim ‘filii ecclesiae’, que quer dizer ‘filhos de uma igreja’. Isto porque era à volta do templo que a vida se organizava”, recordou, destacando uma “curiosa mutação terminológica”. “Hoje designamos as comunidades católicas como paróquias. Mas esta palavra é, de origem, uma designação civil, é uma palavra grega que significa simplesmente ‘o que anda à volta, em redor’. Portanto, vizinhança”, apontou.

No salão da Figueirinha, o Cardeal-Patriarca lembrou ainda os quatro princípios da Doutrina Social da Igreja – a dignidade da pessoa, o bem-comum, a subsidiariedade e a solidariedade –, em particular aquilo que foi também manifestado pelos autarcas na apresentação de cada freguesia e do município: o princípio do bem-comum. “O bem-comum das freguesias é tudo o que exista, desde as condições materiais, saneamento, urbanismo, até às condições culturais, as escolas, os equipamentos desportivos, e também aquilo que corresponda às necessidades espirituais da população. A Igreja vai tentando corresponder o melhor possível ao acrescentamento do bem-comum, em benefício da dignidade da pessoa humana. Nesta luta, estamos todos”, garantiu D. Manuel Clemente, aos autarcas de Oeiras.

texto e foto por Diogo Paiva Brandão
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