Lisboa |
Semana da Caridade na Vigararia de Alcobaça-Nazaré
É a caridade que “garante o presente e o amanhã”
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O Bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança, D. Rui Valério, esteve presente no encontro com os responsáveis das instituições sociocaritativas da Vigararia de Alcobaça-Nazaré e apontou a “generosidade e a entreajuda” como garante do presente e do futuro da sociedade.

 

‘A caridade cristã como critério de gestão’ foi o mote para o encontro que juntou, na Benedita, os responsáveis pelos Centros Sociais, Misericórdias e outras instituições sociais da Vigararia de Alcobaça-Nazaré, no contexto da Semana da Caridade. No encontro que decorreu a 13 de fevereiro, o Bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança – em representação do Bispo Auxiliar de Lisboa D. Daniel Henriques – partilhou algumas das histórias que resultaram das recentes visitas a cenários de guerra onde estão militares portugueses, para mostrar que apenas o amor garante o presente e o amanhã. “Num país como a República Centro-Africana, que tem um subsolo riquíssimo, de ouro, petróleo, gás, não é isso que é capaz de dar futuro às crianças. O que vai dar esperança, futuro, àquelas crianças é o amor, é a generosidade, é a nossa entreajuda. Aplicando ao vosso trabalho, estais com a vossa generosidade, com a vossa ação, não apenas a garantir o presente das pessoas, mas a garantir e a colocar os alicerces para o amanhã”, sublinhou D. Rui Valério. O prelado também apelou à proximidade para com os mais frágeis, criando uma “identidade”, e desafiou à “identificação com Cristo”. “Quem ama de verdade, quem ama Jesus e quem ama a Deus acima de todas as coisas, encontra-O reconhecido e presente na vida de todos os outros”, assegurou o Bispo Castrense, sublinhando que “a caridade não é só uma ação perante o homem que está à minha frente, mas é uma ação que realizo em ato de louvor, de adoração ao próprio Deus”. “Este é o grande sentido da nossa missão e do nosso fazer. Não estamos só ao serviço da humanidade, estamos a realizar um ato de adoração ao próprio Senhor Jesus Cristo”, sublinhou D. Rui Valério.

 

Centro é o amor

No início das intervenções, o advogado António Pinto Leite defendeu o “amor como o critério de gestão”, e contou a história que originou a publicação com o mesmo nome. O profissional, então com 55 anos, ao ter a responsabilidade de preparar um discurso para gestores e empresários, surpreendeu-se ao ler um livro do pastor luterano Dietrich Bonhoeffer, onde se deparou com frase que mudaria a sua maneira de pensar: “´O centro vital da ética cristã é o amor’. E só pode ser assim, em todos os nossos campos, e também na liderança empresarial. O amor deve ser a minha conduta diária, também na empresa”. A palavra “amor” era, afinal, a única capaz de “fazer toda a diferença”. “A palavra que incomoda, que perturba, que inclui ou exclui é esta. Esta palavra embaraça, compromete e não devemos deixar de a usar”, incentivou António Pinto Leite.

De seguida, o economista João César das Neves desafiou os presentes a perguntarem-se como é possível amar em contexto empresarial. “O primeiro passo é amar a Deus sobre todas as coisas. Ele está tão perto! A nossa primeira atitude na gestão ou em qualquer outra coisa é esta: pôr o Senhor no centro”, sublinhou o professor catedrático, destacando o desafio de amar os inimigos, também em contexto empresarial. João César das Neves defendeu ainda a importância do “amor a si próprio” como fundamental para a gestão. “O amor a si próprio faz parte da gestão, porque faz parte da caridade, porque faz parte da vida cristã. E sobre este assunto, Nosso Senhor diz-nos a frase mais importante da gestão: ‘Que aproveita o homem ganhar o mundo inteiro se perder a sua vida?’ É espantosa a quantidade de histórias de gestores que ganharam o mundo inteiro e que perderam a sua vida”, observou.

A última intervenção coube ao presidente da Confraria de Nossa Senhora da Nazaré, Nuno Batalha, que apontou “o anúncio da Palavra e a vivência dos sacramentos” como “essencial para a prática cristã”.  Através da sua experiência nesta confraria, Nuno Batalha afirmou que “a realidade cristã não nos permite rejeitar os casos mais complexos, aqueles que ninguém quer”. Apesar das dificuldades, “nunca fomos abandonados por usar o critério de irmos às decisões mais difíceis, aos casos mais complexos. Sentimos sempre a presença forte de Deus nas nossas decisões”, garantiu.

 

Fazer melhor

A Semana da Caridade na Vigararia de Alcobaça-Nazaré decorreu entre 12 e 16 de fevereiro e teve uma “grande participação”, segundo refere, ao Jornal VOZ DA VERDADE, o vigário, padre Gianfranco Bianco. “O balanço é bastante positivo, porque foi a primeira vez que se fez uma semana da caridade com esta expressão, dimensão, envolvendo as diversas comunidades, instituições e grupos paroquiais”, aponta. Para este sacerdote, que é pároco da Benedita, esta iniciativa “incidiu mais sobre as instituições e os grupos de voluntariado”, para depois poder chegar “a cada uma das comunidades”.

O encerramento da Semana Vicarial da Caridade foi assinalado com uma Missa, presidida pelo Cardeal-Patriarca, no Mosteiro de Alcobaça. “A partir das leituras daquele Domingo, o senhor Patriarca desafiou-nos a que a nossa justiça, naquilo que nós participamos, na ajuda às pessoas mais desfavorecidas, não seja apenas dar o pão, prestar um serviço mediático, mas ajudar a pessoa a crescer em todas as suas dimensões, nomeadamente na dimensão da caridade”, descreve o padre Gianfranco, salientando que também ficou o desafio “para continuarmos, todos os anos”, com esta iniciativa. “É importante, como instituições, não trabalharmos cada um para si, desligado da realidade vicarial, mas fazermos da própria estrutura um ponto de encontro, não só de ajuda, mas também de oração, formação”, salienta.

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