Missão |
Tânia Araújo, do Grupo ‘O Grão’
“Estar e ser amor e esperança para as pessoas!”
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Tânia Araújo nasceu em Vila Nova de Gaia, a 16 de agosto de 1995. É mestre em Ciências Farmacêuticas, pela Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP)., e membro do Grupo ‘O Grão’. Entre julho e setembro de 2019, esteve em missão em São Tomé e Príncipe.

 

Ser e fazer algo mais

Tânia conta que sempre foi “fascinada pela área da Saúde e, desde cedo, tinha o sonho de ser farmacêutica. Em outubro de 2019, concluí o Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas pela Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP). Atualmente, trabalho numa Farmácia na cidade do Porto. O contacto com o outro foi sempre algo que me apaixonou e me moveu.” Ao longo do curso, foi percebendo que podia “ser e fazer algo mais.” Foi na FFUP que diz ter criado “amizade com duas pessoas incríveis que me deram a conhecer ‘O Grão’. Pessoas que seguiam os pilares e princípios do projeto e o espelhavam, no quotidiano, na sua personalidade e atitudes. Observar a forma como eles viam o Mundo fez-me sentir segura de que aquele era o meu caminho.” A espiritualidade, “como um grande pilar do projeto”, deixava-a, no entanto, reticente. “Mas, não fechei a porta e, ainda bem. Abri horizontes e deixei-me levar pelo que o projeto me ia trazendo. Cresci, conheci-me melhor e aos meus limites e era crescente a curiosidade de saber mais sobre Jesus, de ver com os olhos Dele, ou melhor, ver o que Ele faria ou dizia em qualquer situação. Neste caminho que fui percorrendo esteve sempre presente a consciência de que há sempre tanto a aprender. Sobre nós, sobre os outros e sobre Deus. Todo o percurso Grão foi feito de ensinamentos que preservo para toda a vida. Através das formações quinzenais, da angariação de fundos, do voluntariado semanal, dos fins-de-semana de retiro, do espírito de comunidade, ‘O Grão’ convida-nos a viver como Jesus, em amor. Tenho muito presente o fim-de-semana de exercícios espirituais, talvez porque me orientou para respostas e caminhos, me fez questionar muitas mais coisas e me aguçou mais a curiosidade sobre a pessoa de Jesus. Sem dúvida que falar do Grão não é falar apenas de missão. O percurso, por si só, é transformador. No final do ano de formação percebemos o que é uma comunidade, o que é servir o outro, o que é estar comprometido com o projeto e como a espiritualidade nos mostra o caminho a seguir. Depois desta enorme aprendizagem, eis que surge a missão”, partilha.

 

“Era tão fácil ver Deus ali

Após o tempo de formação, partiu em missão e conta, na primeira pessoa: “Parti com a minha comunidade, a Inês, o Diogo, a Catarina e a Sara, para Guadalupe, em S. Tomé e Príncipe, a 27 de julho de 2019 e regressamos ao Porto a 24 de setembro de 2019. Estes dois meses foram marcantes e transformadores, ricos em pessoas e lugares que vão ficar para sempre guardados na memória e no coração. Sem dúvida que crescemos muito como pessoas. Vamos percebendo a importância e o impacto do nosso papel nas comunidades locais e, olhando para trás, são vários os motivos pelos quais me sinto feliz e orgulhosa do que fizemos e vivemos juntos. Todos os dias eram marcados com a certeza de que estava no sítio e na casa certa, com a melhor família que podíamos ter construído. É, sem dúvida um lugar de amor. Onde as respostas vêm ao nosso encontro sem ser sorte, mas por sermos atentos e ver como as coisas à nossa volta nos falam e o bom que está presente na realidade que nos envolve. Lá tudo é muito simples se nos deixarmos seguir pelo espírito e nos entregarmos. Poucos dias foram suficientes para percebermos que a nossa missão passa muito pelo estar e ser amor e esperança para as pessoas e que nunca conseguiremos retribuir tudo aquilo que estamos a receber. No campo de férias conhecemos melhor alguns jovens locais, para além da aparência despreocupada. Conhecemos pessoas que, infelizmente, não tiveram acesso a oportunidades e que tiveram de optar por um futuro diferente e, por vezes, viver mais o presente sem pensar muito como seria o futuro. Por outro lado, vimos uma força gigante para combater todas as lutas passadas e esperança por um futuro melhor. Nas diversas atividades e, principalmente, nas visitas aos idosos era incrível observar como agradeciam a Deus, em oração, o pouco que tinham. Tenho marcado na memória uma visita a um dos idosos, o Sr. Ernesto, que estava bastante doente, dividiu o único pão que tinha e agradeceu aquela metade de uma forma tão especial, que ficamos a observar, emocionados, aquele momento. Sem dúvida que, ali, o grande pilar das pessoas é Deus, que as mantém com esperança, que lhes traz a felicidade de viver. Costumávamos dizer que era tão fácil ver Deus ali. Então, apesar de no início ser complicado entender o impacto do nosso papel na comunidade local, por haver tanto para trabalhar e nós termos noção que íamos lá deixar apenas uma pequena semente, percebemos que a nossa presença passava por viver como Jesus, viver em Amor. E aquela pequena semente, talvez seja maior do que nós julgamos”.

 

A missão é apenas o começo!

Após o regresso, diz-nos que “fica a saudade e a vontade de viver assim, em simplicidade e amor. Continuar a abrir horizontes, a ver Deus nas mais pequenas coisas e a ser grata pela vida e pelas pessoas que se cruzam comigo. Entregar cada dia a Deus e ser Grão nas minhas atitudes e valores, porque esse foi o maior compromisso que assumi. A missão não termina quando voltamos, é apenas o começo.”

texto por Catarina António, FEC | Fundação Fé e Cooperação
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