Cáritas de Lisboa |
‘Humacité’: a Missão Humanitária da Rochelle Business School em Lisboa
600 Missões, 350 Organizações, 50 Países
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Humacité é um projeto do Grupo francês Excelia do qual faz parte La Rochelle Business School (RBS). A iniciativa foi pensada em 2005 para oferecer aos alunos desta escola uma oportunidade única de desenvolvimento pessoal, que os ajudasse a refletir a forma como olham para si, para o mundo e para o papel que devem desempenhar dentro dele.

 

No fundo, interessa à escola que os alunos adquiram “competências transversais”, o que a coordenadora do Projeto, Sophie Pauget, chama de “capacidade de escuta, de adaptação e de autonomia”, pois estas, nas suas palavras, são cada vez mais “procuradas por empregadores”, o que faz com que a taxa de empregabilidade dos graduados seja alta.

Podendo ser traduzida por Missão Humanitária, ‘Humacité’ tem a duração de cerca de 3 meses que podem ser vividos fora ou dentro da própria França. Há cerca de 4 anos, alunos da RBS contactaram a Cáritas Diocesana de Lisboa (CDL) para lhes proporem ser a organização beneficiária (as pessoas que apoiam), do seu voluntariado. De facto, não foi a CDL que lhes bateu à porta, pois nem sequer os conhecia, mas foram eles que ousaram e que quiseram vir ao seu encontro.

Desde então para cá, 3 a 4 estudantes da RBS têm-se sucedido, ano após ano, num passa-palavra, que tem também deixado a CDL orgulhosa de si, pois esta continuidade não seria possível sem um testemunho positivo sobre a forma como aqui são acolhidos e acompanhados.

Até ao momento, a sua ação tem estado centrada no apoio à Creche Cáritas, à Loja Solidária, ao Lar da Bafureira e à Comunicação. Com o propósito de se fazer uma melhor gestão do seu tempo e de se diversificar a sua experiência, tem também beneficiado da sua missão a Comunidade Vida e Paz, na preparação e distribuição de refeições a pessoas em situação de sem abrigo.

“Nunca tínhamos trabalhado numa creche. Lisa adaptou-se rapidamente, eu tive maior dificuldade. O melhor momento até agora foi sem dívida a preparação e a realização da festa de fim de ano. E é verdade, como refere o Antoine, que as colaboradoras são acolhedoras, agradáveis e sempre atentas.” (Antoine, Lisa e Julien)

“A Loja solidária é um espaço muito amplo, calmo e cheio de tesouros. Todas as terças e quintas-feiras sentimos que regressamos à nossa infância para fazermos novas descobertas. Sem nos apercebermos, damos por nós à procura do objeto mais misterioso e insólito. Por outro lado, o encontro com pessoas a precisar de ajuda, leva-nos a ter uma sentida-ideia da situação em que se encontram” (Antoine, Lisa e Julien)

“Ainda que repetitivo, o trabalho na Comunidade Vida e Paz é agradável. O ambiente é bom, as pessoas sorridentes, e durante a hora e meia de trabalho temos a sensação de estarmos a fazer uma boa ação, ao prepararmos sandes para os sem-abrigo. Ainda não fizemos a distribuição de alimentos à noite, mas esperamos fazê-lo, pois sabemos que será uma experiência muito rica.” (Antoine, Lisa e Julien)

Passado quase um período experimental, sem que a relação entre a RBS e a CDL tivesse alguma vez sido acordada institucionalmente, coloca-se sobretudo à CDL a oferta de um outro tipo de ação, que permita aos estudantes um maior e mais próximo contacto com populações ainda mais vulneráveis, e a precisar muito de ajuda, não apenas em Lisboa, mas nos lugares mais profundos da diocese. Os jovens desejam hoje tocar as problemáticas diretamente, sem intermediários, sem que estas se tenham de imaginar nos escritórios, pois será aí que a capacidade de escuta, de adaptação e de autonomia se testam e se desenvolvem de forma empática.

Lisa, Antoine e Julien são os 3 alunos da RBS que têm estado entre nós, desde o dia 28 de maio, com regresso à França marcado para o dia 17 de agosto. Tal como com anteriores colegas, a dificuldade maior é sempre a do português. Pudessem falá-lo um pouco, as possibilidades poderiam também ser outras. Há quem depois aqui se esforce por aprender o português o mais possível, como há quem se encoste ao inglês e faça seu uso, quase exclusivo, para se fazer compreender e entender outros. A “guerra das línguas”, a da sua hegemonia, é um facto que vai continuar a acompanhar-nos por muito tempo. Torna-se no entanto fundamental, em ações deste género, alguma preparação também ao nível da língua e da cultura que fazem o acolhimento dos estudantes.

Nada que Sophie Pauget não saiba quando, em conversa com a CDL, lhe agradece o tempo gasto no acolhimento e integração destes jovens voluntários nas suas estruturas, apesar da sua “inexperiência”, como refere, e da “dificuldade com as línguas estrangeiras”.

texto e fotos por Cáritas Diocesana de Lisboa

 

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‘Humacité’ realiza cerca de 600 missões por ano. São cerca de 350, em 50 países, as organizações que acolhem estudantes para uma missão de 2 a 3 meses. Um terço dos alunos fica na França, na Rochelle, ou perto das suas residências, no apoio a associações como a Restos du Coeur, a Secours Populaire ou o Secours Catholique (Caritas Francesa). A nível internacional, o que mais atrai os estudantes é o sudeste asiático, especialmente a Tailândia e o Camboja, onde trabalham sobretudo no apoio à infância. Alguns têm optado por Portugal, onde, nos últimos 3 anos, têm assistido valências e serviços da Caritas Diocesana de Lisboa, descobrindo assim outras áreas de atuação. Humacité é uma escola de responsabilidade e de abertura ao mundo, fundada sobre o compromisso, a solidariedade e o encontro com o outro.

 

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Antoine Velt

“Cresci em ambiente católico e gosto do seu espírito. Já fiz parte do Caminho de Santiago de Compostela e na segunda quinzena de agosto espero fazer outra. Tenho aprendido a fazer a gestão de crianças, e retenho muito rico o encontro com pessoas necessitadas na Loja Solidária e a relação com outros voluntários na Comunidade Vida e Paz. Esta experiência pode vir a ajudar (no nosso caso) futuros gestores a saber como responder a pessoas numa situação de carência.”

 

Julien Gruet

“Quis partir, realizar esta experiência num país estrangeiro. E optei por fazê-lo num país europeu, enquanto colegas nossos quiseram viajar até ao outro lado do mundo, porque para nós a Europa tem um certo charme. Conhecemos a Cáritas em conversa com outros colegas. Não sabíamos da sua existência. Foi depois a pesquisa sobre a sua missão no mundo que nos levou a contactar a Caritas de Lisboa, também porque nunca tínhamos estado nesta capital europeia. Lisboa é uma cidade onde se está bem, sobretudo se se é estudante.”

 

Lisa Bertucci

“Descobri a ação humanitária e o compromisso associativo quando há 3 anos estudava para entrar numa escola de comércio. E se entrei na Rochelle, foi precisamente pelo seu projeto Humacité. Aprender a escutar e a ser empático são duas boas coisas. Tenho plena noção que o negócio, o comércio e a ação humanitária não são antagónicos. Ainda que não tenha terminado, o voluntariado em Lisboa já me proporcionou tanto bem. Se uma outra ocasião surgir no futuro, será com enorme prazer que volto a abraçar uma missão de ajuda aos outros.”

 

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Vai nascer a Cáritas Jovem da Diocese de Lisboa

A Cáritas Diocesana de Lisboa (CDL) deseja constituir brevemente a Cáritas Jovem. O anúncio foi feito ao Jornal VOZ DA VERDADE pela coordenadora geral da instituição, Ana Catarina Calado. “Uma questão de fundo que queremos trabalhar é o projeto da Cáritas Jovem, que vai ficar agregada a uma, ou a várias, Cáritas Paroquial – como é, por exemplo, a Cáritas Jovem de Alcobaça [na foto], que se conseguiu criar – ou porventura ter uma abrangência a nível diocesano”, revela a responsável. Esta ambição da Cáritas de Lisboa surge na sequência da missão dos cinco jovens da diocese que estão na região de Alsácia desde o passado dia 20 de julho, e até 4 de agosto, para uma ação de voluntariado entre requerentes de asilo e pessoas idosas. “Tudo o que são oportunidades deste tipo de voluntariado permite-nos acolher voluntários jovens na Cáritas e envolvê-los nesta missão. A ideia que vamos lançar a estes jovens que foram para França é que sejam eles os promotores, quando voltarem, quer a nível local, quem sabe até a nível diocesano, de se conseguir criar uma rede de Cáritas Jovens”, acrescenta Ana Catarina Calado, salientando haver, “na CDL, a consciência de que é mais complexo criar algo a nível diocesano, dada a dispersão geográfica”.

A coordenadora geral da Cáritas de Lisboa manifesta ainda o desejo de criar relação com os alunos da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC). “Estivemos reunidos com o Secretariado Diocesano do Ensino Religioso e os docentes, muitas vezes, pedem e perguntam por ações em que os jovens se possam envolver e que, no fundo, dê corpo àquilo que eles estão a trabalhar ao longo do ano. Assim, lançamos-lhes o desafio de haver intercâmbio quer connosco, quer com as paróquias, para que se pudessem constituir pequenos núcleos Cáritas Jovens através das escolas, que depois ajudassem as paróquias”, anunciou ainda esta responsável.

texto por Diogo Paiva Brandão

 

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D. Américo Aguiar visita Cáritas Diocesana de Lisboa

O Bispo Auxiliar de Lisboa D. Américo Aguiar visitou, no passado dia 18 de julho, a sede da Cáritas Diocesana de Lisboa (CDL). “Da visita constou uma breve apresentação dos colaboradores que estão diariamente na sede e um encontro com a Direção, ao qual se seguiu um almoço com todos os presentes”, refere um comunicado da instituição. Durante a refeição, o prelado “agradeceu o convite, assim como todo o trabalho realizado pela Cáritas na Diocese de Lisboa”. “Libertar a CDL do que possa não ser a sua principal função, para poder ser, junto das paróquias da diocese, força galvanizadora, impulsionadora de novas Cáritas paroquiais, é um objetivo, entre outros, do Bispo Auxiliar de Lisboa, para que em qualquer situação de emergência, como referiu, a Cáritas seja dos primeiros a chegar com a sua ajuda”, frisa a nota.

No final da visita, o presidente da direção da Cáritas Diocesana de Lisboa, Luís Macieira Fragoso (na foto), “agradeceu a disponibilidade de D. Américo Aguiar e sublinhou, com agrado, a sintonia de intentos entre ambos”.

texto por Diogo Paiva Brandão

 

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