Cáritas de Lisboa |
Campanha pensada e promovida pela Caritas Internationalis
Mala da Partilha: pela Cultura do Encontro
<<
1/
>>
Imagem

Os números falam sempre por si. Arrepiantes. Viajar, conhecer, estar, trabalhar com outros povos e culturas, não deveria nunca acontecer por razões de guerra, violência, perseguição ou calamidade natural.

 

Nestas últimas décadas, sobretudo depois da Segunda Guerra Mundial, o mundo teve a possibilidade de se dar conta do quanto é plural e diverso, colocando-se, assim, como inevitável e algo de verdadeiramente bom, uma natural e espontânea mistura de cores, pensares, estilos de vida, culturas. Essa descoberta, no respeito e na defesa do outro, é desafio e caminho garante de maior paz e coesão entre povos.

Os números de migrantes e refugiados, de pessoas forçadas a sair das suas terras, por algum tempo, fizeram as manchetes dos nossos meios de comunicação. Imagens, sobretudo de crianças que perderam a vida, mobilizaram milhares senão milhões, em todo o mundo. No verão de 2015 foi enorme a onda de solidariedade no terreno. Todos quiseram acolher quem fugia das mais incompreensíveis chacinas.

Neste processo, na Europa, Portugal foi, sem dúvida alguma, alma exemplar. Preparou-se para acolher ativamente pessoas que quisessem tentar uma nova vida por terras lusas.

Ao denunciar a Cultura da Indiferença e ao promover, em vez, a do Encontro, o Papa Francisco rema contra o esquecimento, a apatia, a imunidade ao outro. Partilhar a Viagem, uma Campanha pensada e promovida pela Caritas Internationalis, e para a qual o Papa pede especial empenho, pretende fazer com que a os migrantes-refugiados não saiam do topo das agendas de quem lidera na política, nas empresas, nas organizações, nas comunidades, nas famílias, no simples cidadão.

Este é o segundo ano da campanha, e numa reposta à mesma, a Cáritas Portuguesa tem agora uma Mala a percorrer algumas dioceses do nosso país, um espaço simbólico que deseja muito encher-se de histórias de vida de pessoas que vieram forçadas de longe e que hoje residem em Portugal. A Mala quer muito promover este encontro e partilha de histórias para chegar ao Vaticano, às mãos do Santo Padre, por altura do verão de 2019. Uma seleção de todas as histórias reunidas ganhará, posteriormente, a forma de livro para dar voz a quem precisa.

Ninguém escolhe onde nascer: Portugal, Paquistão, Tailândia, Itália, Equador, Alemanha, Brasil, Angola, Somália. A Mala da Partilha responde ao clamor dos que estão sem terra, sem pátria, sem casa, sem lar, sem trabalho. E ao fazê-lo, ousa também o desafio de tornarmos o nosso coração mais parecido com o de Cristo. 

 

_____________


Mundo

- 2018: 2262 migrantes mortos no Mar Mediterrâneo; 113 482 pessoas chegaram à Europa por via marítima, principalmente por Espanha (ACNUR).

- 5,3 milhões de migrantes e refugiados venezuelanos até ao fim de 2019 (previsão ONU);

- 2017: 258 milhões de migrantes; aumento de 49% desde 2000; dois terços vivem em apenas 20 países. 1º Estados Unidos (50 milhões); 2º, 3º e 4º Arábia Saudita, Alemanha e Rússia (cerca 12 milhões cada um); 5º Reino Unido (9 milhões); (ONU - relatório bienal).

- 2017: 68,5 milhões de refugiados - por guerra, violência e perseguição; patamar inédito pelo quinto ano consecutivo; 16,2 milhões de deslocados pela primeira vez ou forçados a deslocar-se novamente; 44,5 mil por dia, 1 em cada dois segundos (ACNUR).

 

Portugal

- 2015-Fev.2018: 1674 refugiados acolhidos; depois do acolhimento, 42% autonomizaram-se, não precisando de apoios complementares (Observador); destes, 671 (144 famílias) foram acolhidos no âmbito da PAR; 350 organizações anfitriãs, paróquias, institutos e organizações religiosas (PAR).

- 2017: número de imigrantes aumentou 6%; são 420 mil; número de cidadãos europeus está a crescer, com estaque para os italianos (TSF).

 

_____________


Se é imigrante, refugiado em Portugal e quiser partilhar a sua história de vida, a sua viagem até nós, contacte a Cáritas Diocesana de Lisboa através do tel.: 213 573 386 ou do email: geral@caritaslisboa.pt.

Saiba mais em: www.caritaslisboa.pt

texto e fotos por Cáritas Diocesana de Lisboa
A OPINIÃO DE
Pedro Vaz Patto
Foi muito bem acolhida, pela generalidade da chamada “opinião pública”, a notícia de que...
ver [+]

Guilherme d'Oliveira Martins
Quando Jean Lacroix fala da força e das fraquezas da família alerta-nos para a necessidade de não considerar...
ver [+]

Tony Neves
É um título para encher os olhos e provocar apetite de leitura! Mas é verdade. Depois de ver do ar parte do Congo verde, aterrei em Brazzaville.
ver [+]

Tony Neves
O Gabão acolheu-me de braços e coração abertos, numa visita que foi estreia absoluta neste país da África central.
ver [+]

Visite a página online
do Patriarcado de Lisboa
EDIÇÕES ANTERIORES