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Lisboa na Jornada Mundial da Juventude
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São 29 os jovens que estão a representar a Diocese de Lisboa no Panamá. Rita Rito, uma ‘veterana’ das JMJ’s, e Pedro Cabrita, um ‘estreante’ nestes encontros, antes de partirem deixaram testemunho acerca da jornada que tem como tema ‘Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra’, que decorre de 22 a 27 de janeiro.

 

Madrid, em 2011, Rio, em 2013, Cracóvia, em 2016 e, agora, Panamá, em 2019. Pela quarta vez, Rita Rito, de 23 anos, participa na Jornada Mundial da Juventude, o encontro que reúne milhares de jovens católicos de todo o mundo e que decorre este ano no Panamá, de 22 a 27 de janeiro. “É muito interessante verificar como a JMJ tem marcado a minha caminhada cristã”, diz ao Jornal VOZ DA VERDADE a jovem, que é oriunda da Paróquia do Souto, na Guarda, mas vive em Lisboa há 5 anos, onde está envolvida na pastoral da Juventude Hospitaleira.

Rita Rito faz parte do grupo de 29 jovens que viajaram para o Panamá com o Serviço da Juventude do Patriarcado de Lisboa. “É um grupo muito heterogéneo, não só porque os jovens vêm de diferentes de paróquias e movimentos da Diocese de Lisboa – além de três jovens de outras dioceses (Porto, Guarda e Setúbal) –, mas também pelas participações em jornadas mundiais da juventude. Alguns vão pela primeira vez; outros já foram a mais de três edições”, considera Cláudia Lourenço, diretora do Serviço da Juventude, ao Jornal VOZ DA VERDADE.

Quando esteve em Madrid, em 2011, Rita Rito tinha acabado de ser crismada. “O tema da jornada, ‘Firmes na Fé, na Esperança e no Amor’, fez todo o sentido. Andava numa fase de busca dos meus alicerces e daquilo que queria para a minha vida. A JMJ ajudou a confirmar que queria Deus”, conta. Dois anos depois, no Rio de Janeiro, esta jovem estava já na universidade. “Nessa altura, comecei a pensar partir em missão e, quando cheguei ao Brasil, deparei-me com o tema ‘Ide e fazei discípulos entre as nações’”, diz. Em 2016, o sonho concretizar-se-ia: Rita esteve oito meses em missão, em Moçambique.

A vida de Rita Rito continuaria a ganhar novo sentido com a participação na Jornada Mundial da Juventude de Cracóvia. “O Papa Francisco propôs-nos que refletíssemos sobre a misericórdia (‘Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia’), numa fase em que a minha ligação à Juventude Hospitaleira me ajudou a descobrir a beleza de acolher o outro – a misericórdia”, afirma. Durante os dias que esteve em Cracóvia, na Polónia, recebeu a notícia da morte da avó. “Na perda da minha avó – vivida à distância – manifestou-se a misericórdia de Deus”, diz. Três anos depois, e prestes a embarcar para o Panamá, vê de novo no tema da Jornada um desafio. “Estou numa idade em que coloco questões vocacionais e o lema da JMJ, ‘Eis aqui a serva do Senhor, faça-me em mim segundo a tua palavra’, desafia-me ao compromisso. Como dizia D. Manuel Clemente, num dos encontros de preparação, é preciso também deixar que a vontade de Deus aconteça”, partilha.

 

Arriscar

Pedro Cabrita, de 21 anos, é um dos estreantes do grupo. Pertence à Paróquia de Santos-o-Velho, em Lisboa, onde é catequista e escuteiro. “O padre Valter [Malaquias] convidou-me para ir e decidi arriscar”, conta ao Jornal VOZ DA VERDADE Pedro, que, neste momento, frequenta um mestrado na área da gestão de ONG. “Tendo esta JMJ um lema mariano, ainda tem mais sentido no meu percurso”, diz. E revela: “Há pouco tempo, consagrei-me a Nossa Senhora. Preparei-me, com a ajuda as irmãs da Arca de Maria. Soube qual era o tema da JMJ, no primeiro encontro de preparação, e como costumo dizer, foi mais uma ‘Deuscidência’”.

Sem saber o que o espera no Panamá, Pedro diz estar expectante. “Tal como Nossa Senhora disse diante do anjo – ‘Eis aqui a serva do Senhor’ –, também eu quero estar disponível para o que acontecer no Panamá”, assegura.

 

Oração e partilha anteciparam peregrinação

O grupo de 29 peregrinos de Lisboa começou a reunir-se em outubro do ano passado, em encontros de preparação para a JMJ. “Procurámos que a preparação tivesse várias vertentes: uma mais orante, outra que tentou promover o conhecimento entre os elementos do grupo, outra mais eclesial, com a presença do senhor Patriarca, e outra mais institucional, com a visita da senhora embaixadora do Panamá em Portugal”, refere ao Jornal VOZ DA VERDADE o padre Carlos Gonçalves, assistente da equipa diocesana da pastoral juvenil, que já participou em sete edições da Jornada Mundial da Juventude – a do Panamá será a oitava.

Cláudia Lourenço acrescenta: “A variedade de conteúdos e abordagens da preparação ajudou a que os jovens fossem conhecendo o país anfitrião e a aprofundar o tema espiritual proposto pelo Papa Francisco”. Num dos encontros, o Serviço da Juventude convidou outros grupos da diocese, que também vão Panamá, mas não na mesma viagem, a participar num momento de oração.

 

Lisboa?

Esta jornada, que ao contrário de edições anteriores se realiza em janeiro e não em julho ou agosto, como é habitual, poderá também culminar com o anúncio de Lisboa como a próxima cidade a acolher o evento – o maior do mundo. A candidatura tornou-se pública em dezembro. Cláudia Lourenço sublinha as mais-valias que daí podem advir: “Esta JMJ poderá trazer frutos significativos para a pastoral juvenil do nosso país e da nossa diocese, até pela presença no Panamá de seis bispos e 300 jovens. Será também a primeira vez que a Imagem Peregrina de Nossa Senhora estará no encontro, tendo momentos que lhe são dedicados pela organização”, salienta.

O evento é, desde a sua criação, na década de 1980, muito popular. “Para os jovens, é muito importante ver que há outros que, tal como eles, querem seguir Jesus”, conclui o padre Carlos Gonçalves.

 

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O que é uma JMJ?

A Jornada Mundial da Juventude acontece todos os anos a nível diocesano, por altura do Domingo de Ramos, e a cada dois ou três anos como um encontro internacional, numa cidade escolhida pelo Papa, e tem contado sempre com a sua presença. Estes encontros internacionais têm reunido milhões de jovens para celebrar a sua fé a sua pertença à Igreja.

 

O que acontece numa JMJ?

Ao longo de uma semana, os jovens provenientes de todo o mundo são acolhidos, na sua maioria, em espaços públicos (ginásios, escolas, pavilhões...) ou em casas particulares. Além dos momentos de oração, partilha e lazer, os jovens inscritos podem participar em várias iniciativas organizadas pela JMJ, em diferentes locais da cidade que acolhe. Os pontos altos são as celebrações (atos centrais) que contam com a presença do Papa, tais como a cerimónia de abertura, Via-Sacra, Vigília e, no último dia, a Missa de envio.

 

Quem criou a JMJ?

A Jornada Mundial da Juventude é uma iniciativa pensada pelo Papa João Paulo II, que dedicou sempre uma atenção especial aos jovens.

A primeira JMJ aconteceu em Roma, em 1986, e teve uma dimensão diocesana, ou seja, envolveu apenas os jovens da cidade de Roma. Dois anos antes, em 1984, durante o Jubileu da Juventude, por ocasião do Ano Santo da Redenção Extraordinária, o Papa entregou aos jovens a cruz de madeira que, atualmente, é um dos símbolos da JMJ e tem percorrido os continentes onde se realizam as jornadas. "Levem-na a todo o mundo como um sinal do amor do Senhor Jesus", pediu o Papa João Paulo II.

Depois, foi a vez de convocar os jovens de todos os continentes para a primeira JMJ com dimensão internacional e fora de Roma. Aconteceu em Buenos Aires, na Argentina (1987). Seguiram-se: Santiago de Compostela, em Espanha (1989); Czestochowa, na Polónia (1991), no santuário mariano onde se deu a união de jovens vindos dos dois antigos blocos depois da queda do Muro de Berlim; Denver, nos EUA (1993); Manila, nas Filipinas (1995), que recebeu quatro milhões de peregrinos, tornando-se, até hoje, a mais participativa de toda a história; Paris, em França (1997), onde se introduziu um esquema muito próximo do que encontramos hoje, com a criação da “pré-jornada” ou “dias nas dioceses”.

O ano 2000 marcou um ponto de viragem na história das JMJ. Encontraram-se em Roma, Itália, nesse ano do jubileu, mais de dois milhões de jovens, de todo o mundo.

A cidade de Toronto, no Canadá, foi a sede da JMJ em 2002. Foi a última JMJ que João Paulo II celebrou fora de Roma. No ano seguinte, entregou aos jovens mais um símbolo: o ícone de Nossa Senhora, ‘Salus Populi Romani’, uma cópia contemporânea de um antigo ícone sagrado encontrado na primeira e maior basílica dedicada a Maria, Mãe de Deus, no Ocidente: Santa Maria Maior.

Seguiu-se Colónia, na Alemanha, em 2005, uma jornada “de dois Papas”: preparada por João Paulo II, foi celebrada por Bento XVI, no seu país de origem. Seguiram-se Sydney, na Austrália (2008), e Madrid, em Espanha (2011). Após a edição espanhola da JMJ, começou a preparação da JMJ do Rio de Janeiro, que aconteceu em julho de 2013, de onde chegaram as impressionantes imagens da praia de Copacabana inundada de jovens que não cederam à chuva e permaneceram junto ao Papa Francisco.

As jornadas seguintes, em 2016, regressaram à Europa, mais concretamente a Cracóvia, na Polónia, terra natal do agora Santo São João Paulo II.

Neste ano, em 2019, as Jornadas Mundiais da Juventude decorreram durante o mês de janeiro, no Panamá.

 

Os Papas na JMJ

Depois de instituída, por São João Paulo II, em 1985, a JMJ contou sempre com a presença dos seus sucessores, que acolheram a ideia com entusiasmo. Bento XVI participou no encontro de Colónia, em 2005, curiosamente no seu país de origem, poucos meses após a sua eleição papal, e posteriormente, em Sidney (Austrália), em 2008, e em Madrid, em 2011.

Em 2013, a primeira viagem apostólica, fora de Itália, do Papa Francisco foi ao Rio de Janeiro, Brasil, para presidir à JMJ. Mais recentemente, presidiu também à JMJ 2019, no Panamá.

texto por Ana Catarina André; fotos do Serviço da Juventude do Patriarcado
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