Jornal Voz da Verdade

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10.06.2018

Papa |

Roma

�Esp�rito Santo infunde-nos coragem apost�lica�

O Papa Francisco prosseguiu a catequese sobre o Crisma. Na semana em que considerou a internet “um dom de Deus”, o Papa pediu aos jornalistas responsabilidade no exerc�cio da profiss�o, desafiou os crist�os a valorizarem mais a Eucaristia e saudou a publica��o do primeiro documento da Santa S� sobre a pr�tica desportiva.

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1. O Papa Francisco sublinhou que os crist�os n�o podem ‘enjaular’ o Esp�rito Santo. “Dando continuidade �s catequeses sobre a Crisma, consideramos hoje os efeitos que o dom do Esp�rito Santo faz brotar na vida dos crismados. Este sacramento, que se recebe uma s� vez, mas cujo dinamismo espiritual perdura ao longo do tempo, estreita a uni�o daqueles que o recebem com a Igreja Universal e fortalece o compromisso com a vida da Igreja particular, em uni�o com o Bispo. Este, enquanto sucessor dos Ap�stolos, � o ministro origin�rio deste sacramento. Na conclus�o do rito da Crisma, o Bispo diz a cada crismando: “A paz esteja contigo”. Essa paz recebida, como dom do Esp�rito, � algo que n�o deve permanecer apenas em quem a recebe, mas destina-se a ser transmitida aos demais. De facto, o Esp�rito Santo nos arranca do nosso eu e nos abre ao ‘n�s’ da comunidade crist� e da sociedade onde vivemos, infundindo-nos coragem apost�lica para anunciar o Evangelho com palavras e obras. Por isso, n�o podemos ‘enjaular’ o Esp�rito Santo, mas devemos deixar que o seu vento nos impulsione na liberdade e que o fogo do seu amor nos fa�a arder por Deus e pelos irm�os”, salientou o Papa, na catequese durante a audi�ncia-geral de quarta-feira, 6 de junho, na Pra�a de S�o Pedro. �

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2. O Papa considera a internet “um dom de Deus” e pede que se utilize com responsabilidade. Na edi��o de junho de ‘O V�deo do Papa’, divulgado na passada ter�a-feira, 5 de junho, Francisco diz que � importante construir uma cidadania em rede como um lugar rico em humanidade e desafia-nos a criar uma rede digital que respeite a integridade humana. O convite surge a prop�sito da sua inten��o de ora��o para este m�s: ‘Para que as redes sociais favore�am a solidariedade e o respeito pelo outro na sua diferen�a’. Em seu entender, as redes sociais s�o uma oportunidade de encontro e solidariedade, mas devem ser usadas com respeito pela dignidade dos outros.

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3. O Papa convidou os jornalistas a se comprometerem “com uma comunica��o que saiba colocar a verdade antes dos interesses pessoais ou de corpora��es”. Numa audi�ncia, no passado dia 4 de junho, na Sala Clementina, no Vaticano, com membros da delega��o do Pr�mio Internacional de Jornalismo ‘Biagio Agnes’, Francisco salientou que “ser jornalista tem a ver com a forma��o das pessoas, da sua vis�o do mundo e dos seus comportamentos em rela��o aos eventos”. “� um trabalho exigente, que neste momento est� a passar por um per�odo marcado pela converg�ncia digital e pela transforma��o dos meios de comunica��o”, frisou.

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4. Na celebra��o com que assinalou, no passado Domingo, 3 de junho, a solenidade do Corpo de Deus, o Papa Francisco pediu aos crist�os para porem “em primeiro lugar a Missa”, que voltem a descobrir “a adora��o” de Cristo nas suas comunidades e que estejam atentos aos outros, partilhando o que recebem na Eucaristia. Porque n�o falta, lembrou o Papa, quem tamb�m precise de alimento espiritual, para al�m das necessidades materiais. “H� tantas pessoas privadas dum lugar decente para viver e do alimento para comer! Todos conhecemos pessoas sozinhas, atribuladas, necessitadas: s�o sacr�rios abandonados! N�s, que recebemos de Jesus alimenta��o e morada, estamos aqui para preparar um lugar e o alimento para estes irm�os mais fr�geis. Ele fez-se p�o repartido para n�s, e pede que nos doemos aos outros, que deixemos de viver para n�s mesmos, mas vivamos um para o outro. � assim que se vive eucaristicamente”, afirmou o Papa durante a homilia.

Ostia foi este ano a localidade escolhida para as celebra��es do Corpo de Deus. A regi�o, que se situa nos arredores de Roma, � dominada pela m�fia, e Francisco n�o esqueceu essa realidade, referindo-se � ‘omert�’, o ‘c�digo de sil�ncio’ que defende os criminosos das autoridades. “Jesus deseja que sejam abatidos os muros da indiferen�a e da omert� (coniv�ncia), que sejam removidas as grades dos abusos e das arrog�ncias, e que sejam abertos os caminhos da justi�a, da equidade e da legalidade”, disse o Papa, lembrando que para fazer isso � necess�rio “desamarrar os cabos” do “medo” e da “opress�o”. “A Eucaristia convida a deixarmo-nos levar pela onda de Jesus, n�o ficar na praia � espera que chegue qualquer coisa, mas zarpar livres, corajosos, unidos”, afirmou ainda, desafiando os crist�os a levarem a partilha que fazem na Eucaristia para a vida do dia a dia, porque a Eucaristia “� o cora��o palpitante da Igreja”. Logo ap�s a Missa na par�quia de Santa M�nica, Francisco presidiu � prociss�o do Corpo de Deus at� � Par�quia de Nossa Senhora de Bonaria, devo��o que inspirou a denomina��o da cidade de Buenos Aires, de onde � natural o Papa.

Durante a ora��o do Angelus, neste Domingo, Francisco apelou ao di�logo e ao fim da viol�ncia na Nicar�gua. “Uno-me aos meus irm�os bispos da Nicar�gua, exprimindo dor pela grave viol�ncia, com mortos e feridos, feita por grupos armados para reprimir protestos sociais. A Igreja � sempre pelo di�logo, mas isto requer empenho efetivo para respeitar a liberdade e, primeiro que tudo, a vida. Rezo para que cesse a viol�ncia e se assegurem as condi��es para se retomar o di�logo”, afirmou.

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5. O Papa saudou a publica��o do primeiro documento da Santa S� sobre a pr�tica desportiva, intitulado ‘Dar o melhor de si’. “O desporto � um lugar de encontro, onde pessoas de todos os n�veis e condi��es sociais se unem para atingir um objetivo comum”, escreveu Francisco, a prop�sito do texto do Dicast�rio para os Leigos, Fam�lia e Vida, publicado a duas semanas do in�cio do Campeonato do Mundo de Futebol, na R�ssia. “� necess�ria a participa��o dos desportistas para que todos os que fazem parte do mundo do desporto sejam um exemplo de virtudes como a generosidade, a humildade, o sacrif�cio, a persist�ncia e a alegria. O desporto pode abrir o caminho para Cristo nos lugares ou ambientes onde, por diversos motivos, n�o � poss�vel anunci�-lo de maneira direta. As pessoas, com o seu testemunho de alegria, com a pr�tica desportiva na comunidade, podem ser mensageiras da Boa Nova”, assinalou.

Aura Miguel, jornalista da Renascen�a, � conversa com Diogo Paiva Brand�o