Editorial |
P. NUNO ROSÁRIO FERNANDES
Repor a verdade
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Nos últimos dias foi escrito, dito e visto muita coisa sobre um tema que não é novidade na Igreja e que o próprio Papa Francisco faz questão que não seja esquecido: a família e, de modo particular, o acesso aos sacramentos pelas pessoas separadas de um casamento canónico, e com nova relação. 

A propósito da nota de D. Manuel Clemente para a recepção do capítulo VIII da Exortação Apostólica pós-sinodal ‘Amoris Laetitia sobre o amor na família’, a que aqui fizemos referência na passada semana, gerou-se uma polémica absurda e desnecessária, levando a insultos e muita "'incontinência'" de palavras.

A nota de D. Manuel Clemente não traz nada de novo em relação àquilo que o Papa Francisco defende, o vigário para a diocese de Roma indicou, os bispos de Buenos Aires escreveram, o Arcebispo de Braga sublinhou e o Bispo de Aveiro também lembrou, em documentos recentemente publicados. As palavras são as mesmas, a ideia é a mesma, e o objetivo é o mesmo. Sobretudo tendo em conta que, em causa está sempre o vínculo estabelecido pelo Sacramento do Matrimónio e esse é apresentado pelo próprio Jesus Cristo e encontramo-lo escrito nos Evangelhos e, por isso, a Igreja não irá nunca contrariar tal facto.

A nota de D. Manuel Clemente, escrita com todo o cuidado, tendo em conta a delicadeza da situação e atenta ao que é o sofrimento de quem vive nestas condições está fundamentada nos três documentos já referidos. No entanto, sublinhe-se que, o Papa Francisco reconheceu como “a interpretação mais correcta”, afirmando que “não há outra” aquela apresentada pelos Bispos da região de Buenos Aires, na Argentina.

Contudo, e o que é dito, seja neste documento seja em todos os outros já citados, é a necessidade de um acompanhamento próximo, personalizado, ajudando a um discernimento dinâmico, isto é, contínuo, daqueles casais que efetivamente desejam estar em Igreja, na Igreja e com a Igreja, aprofundando a sua relação íntima com Deus, levando a uma maior integração nas comunidades cristãs.

É lamentável, mas já nos vamos habituando a isso, que a maior parte dos pronunciamentos que encontrámos contra aquilo que é uma proposta, e só isso, para dentro da Igreja, sejam feitos por quem está fora da Igreja e, sobretudo, nem sequer leu ou conhece os documentos em causa. D. Manuel Clemente refere que a leitura deste texto deve ser complementada com a leitura integral de todos os outros textos, “na íntegra” para que seja devidamente entendido.

O impacto de uma notícia publicada por um jornal que isolou um pormenor de um documento, de forma descontextualizada, e nem antes nem depois foi capaz de pedir à Diocese de Lisboa qualquer esclarecimento sobre esse mesmo documento, levou a uma verborreia que nos fez perceber que muita gente fala e escreve sem conhecer o que diz, sem confirmar fontes, apenas porque outros o escreveram ou disseram, erradamente.

A justificação de que não há tempo para ler, para se fundamentar e depois comentar ou noticiar, começa a perder sentido, porque, acima de tudo, na notícia deve estar a verdade. Esta semana, em jeito de edição especial queremos repor a verdade.

Editorial, pelo P. Nuno Rosário Fernandes, diretor
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