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Tempo para os dois
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Tempo para os dois

 

O Homem foi criado à imagem de Deus (cf, Gn 1, 26-27), e como tal, criado para o amor e a comunhão de vida. É na união entre os esposos que encontramos a primeira forma de comunhão entre as pessoas (cf. Gaudium et Spes, 12), e a partir da qual brota a constituição da família. Pelo Sacramento do Matrimónio, a entrega do casal participa no amor com que Cristo ama a Igreja, de tal modo que a união entre os cônjuges é um pacto de amor entre um homem e uma mulher, que ao tornarem-se uma só carne (cf. Mc 10, 8), se comprometem a viver em fidelidade quotidiana à entrega plena pelo outro.

Esta comunhão verdadeira entre os esposos prolonga-se na constituição familiar, expressando-se pela fecundidade que brota do matrimónio. Falo sobre o dom que são os filhos (Cf. Gaudium et Spes, 50), em que através do amor paternal, os casais têm a séria responsabilidade de ser para os filhos o sinal visível do Amor de Deus. Mas falo também dos demais frutos que resultam do matrimónio seja a comunhão mais ampla na família (cf. Familiaris Consortio, 21), seja na doação pelos outros na sociedade (cf. Familiaris Consortio, 44 e 49).

Contudo, não podemos negligenciar a comunhão de amor da qual brota esta fecundidade. Com muita facilidade o casal pode deixar-se enlear nas rotinas quotidianas, esgotando-se nos deveres profissionais, nos compromissos associativos ou nas agendas dos filhos. Não podemos cair na tentação de dividir o tempo dos esposos entre os diferentes afazeres, esgotando o tempo disponível para nutrir a sua comunhão de amor. Para que nós, casais, possamos ser esta imagem do amor de Deus, precisamos de fazer estas atividades em conjunto, e investir no tempo de qualidade a dois, na partilha de vida, na oração conjugal, até mesmo no viver o silêncio em comum. Este investimento é indispensável em todas as fases da vida (no início do casamento, quando nascem os filhos, quando os filhos saem de casa, na velhice, ...). Sem ele, esvai-se esta comunhão de vida, em que os esposos se entregam um pelo outro, aceitando e amando quem o outro é. Sem ele, os casais correm o risco de deixar de se conhecer como casal ou reconhecer o sentido da sua vida em comum quando os filhos saem de casa ou quando chega a idade da reforma.

Pelo matrimónio respondemos à nossa vocação ao amor, enamorados pelo outro, gratos pelo amor que o outro me tem no conhecimento de quem eu sou (nas minhas virtudes e nas minhas fraquezas). Esta vocação que nos aquece o coração precisa ser alimentada todos os dias da nossa vida, recordando e reafirmando permanentemente o amor que temos um pelo outro. Nunca esqueçamos que na vocação ao matrimónio, é a partir desta entrega que somos sinais do amor de Deus para o outro. Por isso formulo o desejo que todos os dias possamos abençoar o nosso cônjuge, recordando-lhe o bem que temos para dizer sobre ele.

Para criar estes espaços de encontro entre os casais, temos ofertas na nossa diocese que devemos aproveitar, seja pelos movimentos de espiritualidade conjugal (como as Equipas de Nossa Senhora, Casais de Santa Maria ou Encontro Matrimonial), seja também pelas atividades que são promovidas nas paróquias para os casais. A título de exemplo, podemos aproveitar os jantares de namorados casados que se realizam nas nossas paróquias por esta altura, como vai acontecer sempre às 19h30 em Barcarena no dia 10 de fevereiro e no Forte da Casa nos dias 17 e 24 de fevereiro.

Texto por Nuno Fortes

 

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Sair ou ignorar

A miséria é certamente contrária à dignidade humana e, por isso, deve ser combatida, não só pelo Estado, mas também pela solicitude dos cristãos que vivam a frescura e abertura ao mundo no tratamento dos temas do Amor e da Esperança.

É trágico quando se fecham os ouvidos à pergunta de Deus a Caim: “Onde está o teu irmão?” (Gn 4, 9)

Aqui, na paróquia de Caldas da Rainha, está em atividade o grupo do Apostolado da Oração e o grupo dos Vicentinos, ou seja, o exercício da caridade ao serviço dos mais necessitados não se consegue realizar sem um forte empenho na Oração. Nem precisaríamos das redes sociais para saber que aqui na cidade temos várias pessoas a viver na rua e muitas famílias em situação de pobreza envergonhada, a quem damos alguma ajuda em bens alimentares e roupas.

É de louvar as várias iniciativas que ocorreram pelo Natal, como as que foram levadas a cabo pelos serviços da Câmara Municipal, Freguesias e particulares, como por exemplo a generosa iniciativa designada por Diamante Solidário, com a participação de muitas empresas e comércio local, promovendo a dignidade da vida e suprindo muitas carências. Encontramos aqui – embora pontualmente – a resposta à pergunta: “Onde está o teu irmão?”

Aliás, é o próprio Papa Francisco que nos dá uma clara orientação de vida: Acolher, no sentido de estar disponível; Proteger, agindo contra o abandono e indiferença; Promover, abrindo portas e lutando contra o imobilismo; Integrar, como via para a aceitação da diferença.

Estas orientações para a promoção humana e paz social, levarão cada um a perguntar-se: “qual o meu lugar na Igreja e no mundo?” e “o que Deus espera de mim?”, não apenas o que eu quero, mas o que Deus quer para mim.

Recentemente, o Bispo Auxiliar de Lisboa D. Joaquim Mendes, referia nas Jornadas Nacionais de Pastoral Familiar, que é necessário e urgente reavivar a aliança entre a família e a comunidade cristã: “numa época em que é pedida a toda a Igreja uma conversão pastoral e missionária, não podemos contentar-nos com um anúncio puramente teórico”.

Sair e ir ao encontro de quem está fragilizado, ou ignorar a realidade que está à nossa porta, carece de um longo e continuado trabalho em família, de modo a que se possa envolver mais os pais das crianças em idade de catequese, bem como as famílias afastadas de Deus, oferecendo-lhes caminhos de novidade.

Há então que promover situações e experiências de trabalho doméstico, com dedicação ao próximo e tarefas ocasionais que ajudem a crescer, pois em família experimenta-se que não é possível a cada um realizar-se sozinho, mas que a relação com os outros é essencial para dar sentido e substância à própria vida.

Não fiquemos indiferentes e saiamos ao encontro dos nossos irmãos mais necessitados para que, no Reino dos Céus, eles nos recebam nas suas moradas.

Testemunho por Diác. Romero

 

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ComTributo à Igreja

Continuação do Capítulo V.

“As famílias cristãs não esqueçam que «a fé não nos tira do mundo, mas insere-se mais profundamente nele. (…) A família não deve imaginar-se como um recinto fechado, procurando proteger-se da sociedade.” O Papa Francisco, cita um poema de Mário Benedetti, para indicar-nos que o casal deve ter consciência dos deveres sociais e isto não diminui o amor que os une:

«As tuas mãos são a minha carícia, o meu despertar diário, amo-te porque as tuas mãos, trabalham pela justiça. Se te amo, é porque és, o meu amor, o meu cúmplice e tudo, e na rua, lado a lado, somos muito mais que dois.»

O Papa, refere-se muito a problemas do dia-a-dia, mas diz-nos que “Deus confiou à família o projeto de tornar «doméstico» o mundo. “Muitas vezes, perguntamo-nos o que devemos fazer, enquanto família para seguir os desígnios de Deus? Eis a resposta: “Quando deres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos. E serás feliz.» Serás feliz! Aqui está o segredo de uma família feliz.”

 

Ser filho

“Todos somos filhos. E isto recorda-nos sempre que a vida não no-la demos sozinhos, mas recebemo-la. O grande dom da vida é o primeiro presente que recebemos.» Por isso, «o quarto mandamento pede aos filhos […] que honrem o pai e a mãe. Este mandamento vem logo após aqueles que dizem respeito ao próprio Deus. (…) Uma sociedade de filhos que não honram os pais é uma sociedade sem honra[…]. É uma sociedade destinada a encher-se de jovens áridos e ávidos.”

No ponto 190, o Papa refere uma evidência que tentamos esconder, na sociedade atual.

“Mas há também a outra face da moeda: «O homem deixará o pai e a mãe», diz a Palavra de Deus. Às vezes, isto não é cumprido, nunca se chegando a assumir o matrimónio, porque falta esta renúncia e dedicação. Os pais não devem ser abandonados nem transcurados, mas, para se unir em matrimónio, é preciso deixá-los, de modo que o novo lar seja a morada, a proteção, a plataforma e o projeto, e seja possível tornar-se verdadeiramente «uma só carne». Sucede, em alguns casais, ocultar ao próprio cônjuge muitas coisas, que entretanto se dizem aos pais, chegando ao ponto de se importar mais com as opiniões destes do que com os sentimentos e as opiniões do cônjuge. Não é fácil manter esta situação por muito tempo, e só provisoriamente poderia ter lugar, isto é, enquanto se criam as condições para crescer na confiança e no diálogo. O matrimónio desafia a encontrar uma nova maneira de ser filho.”

 

Os idosos

“«Não me rejeites no tempo da velhice; não me abandones, quando já não tiver forças.»” Sobretudo, na Europa, os velhos são colocados à margem. “Devemos despertar o sentido colectivo da gratidão, apreço, hospitalidade, que faça o idoso sentir-se parte viva da sua comunidade. Os idosos são homens e mulheres, pais e mães que, antes de nós, percorreram o nosso próprio caminho, estiveram na nossa mesma casa, combateram a nossa mesma batalha diária por uma vida digna.» Por isso, «como gostaria de uma Igreja que desafia a cultura do descarte com a alegria transbordante de um novo abraço entre jovens e idosos!»”

 

Texto por Bruno de Jesus

 

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Vai acontecer

 

Caminhada para Namorados

A Pastoral Familiar do Patriarcado de Lisboa promove no dia 17 de fevereiro uma caminhada para namorados, na cidade de Lisboa.

Com o tema «Todos os Vossos caminhos são amor e verdade» (Sl 24 (25), 10), os participantes terão oportunidade de dialogar e refletir, entre as 14h45 e as 19h00, sobre esta temática e passear por vários pontos da cidade. O ponto de encontro para início da caminhada é na Igreja de São Domingos no Rossio, Lisboa.

Para a participação neste evento é necessária uma inscrição prévia, que poderá ser feita através do site http://familia.patriarcado-lisboa.pt, até ao próximo dia 14 de fevereiro.

Também poderão divulgar o evento nas vossas paróquias e entre amigos. O cartaz está disponível para download. Caso tenham alguma questão poderão contactar-nos através do email familia@patriarcado-lisboa.pt. Participem, vai ser uma caminhada especial!

 

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