Lisboa |
Visita Pastoral à Paróquia de Arroios
Viver, testemunhar e anunciar a fé numa paróquia multicultural
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É uma paróquia da cidade onde convivem 90 nacionalidades diferentes. A Paróquia de Arroios foi a primeira da Vigararia Lisboa IV a receber a Visita Pastoral, com D. Nuno Brás, Bispo Auxiliar de Lisboa, a deixar um convite para “viver e pôr em prática a missão”.

 

A visita aos mercados da freguesia, na manhã do passado sábado, 21 de outubro, foi um dos destaques da Visita Pastoral que o Bispo Auxiliar de Lisboa D. Nuno Brás realizou à Paróquia de São Jorge de Arroios, de 16 a 22 de outubro. Começando no Mercado 31 de Janeiro, o bispo foi recebido pela presidente da Junta de Freguesia de Arroios, Margarida Martins, que explicou a D. Nuno Brás os esforços, ao nível de obras e de iniciativas, que têm sido feitos para reavivar o comércio local em geral e os mercados em particular. Acompanhado do pároco, padre Pedro Nunes Pedro, seguiu-se a visita a cada uma das bancas presentes neste mercado: artesanato, peixaria, talho, fruta e legumes. A todos, o Bispo Auxiliar de Lisboa cumprimentou, acenou, abençoou, tirou selfies. Depois, noutro espaço comercial da freguesia, o Mercado de Arroios, D. Nuno Brás esteve novamente com todos os vendedores. Ao Jornal VOZ DA VERDADE, o padre Pedro salienta a importância da presença da Igreja nestes locais. “As pessoas apreciaram bastante essa proximidade da Igreja, representada no bispo, e sentiram essa alegria no sentido também de verem que não estão sós, estão acompanhadas. Muitos dos vendedores são cristãos, participam nas suas comunidades e conheciam o senhor D. Nuno, pelo que aproveitaram para desabafar e para ter conversas mais pessoais. Até para algumas queixas é preciso haver quem as oiça”, aponta o sacerdote, natural da Diocese de Santarém, que pertence à Comunidade Emanuel.

 

As 90 nacionalidades na freguesia

Arroios é uma paróquia da cidade, “multicultural, com muitos estrangeiros”, e que “a nível civil abarca também as paróquias de Anjos e da Pena”. “Cerca de 40% dos estrangeiros residentes no concelho de Lisboa residem em Arroios, sendo que, na freguesia, em cerca de 40 mil habitantes, nove mil são estrangeiros. A maior parte são brasileiros, mas também angolanos, chineses, nepaleses e de outras várias nacionalidades. Segundo a presidente da junta, há cerca de 90 nacionalidades na freguesia”, expõe o padre Pedro, de 50 anos, referindo que a comunidade portuguesa “é um pouco envelhecida”. “Há algumas famílias novas, temos até cerca de 200 crianças na catequese, mas metade dessas crianças não residem na paróquia”, salienta.

Segundo o pároco, que tem como coadjutor o padre Fernando Santos, também ele da Comunidade Emanuel, “tem havido a presença de vários bispos na paróquia, ao longo dos anos, sem ser propriamente em contexto de Visita Pastoral”. “A última Visita Pastoral a Arroios foi há mais de 30 anos”, salienta. Presente em Arroios há dois anos – no primeiro como coadjutor e no segundo já como pároco –, o padre Pedro Nunes Pedro faz um balanço “muito positivo” da Visita Pastoral de D. Nuno Brás. “Houve uma grande proximidade do D. Nuno com todas as pessoas e com as várias instituições que pudemos visitar. Foi uma relação muito próxima no que se refere aos vários grupos da paróquia, que também se sentiram estimulados e animados na fé, e a recomeçar com mais vigor, mais entusiasmo e mais compromisso a sua missão de cristãos”, garante. “Foi uma alegria para todos a presença de D. Nuno”, acrescenta.

 

Dar a vida em serviço

Dos momentos com os vários grupos da paróquia, o pároco destaca o jantar, na noite de dia 17, com o Curso Alpha, que, nesta paróquia, “envolve cerca de 70 pessoas”, o encontro com o grupo de adultos ‘Ousa caminhar’ – “um grupo de leitura orante da Palavra de Deus (Lectio Divina) que está a iniciar, por este ano ser dedicado à Palavra” –, e os encontros com o agrupamento de Escuteiros, “que envolve cerca de 100 elementos”, os grupos da catequese, a Irmandade do Santíssimo Sacramento e o Renovamento Carismático. “As palavras de D. Nuno à comunidade cristã foram muito no sentido daquilo que tem sido dito acerca do Sínodo Diocesano e do tema para este ano pastoral, ‘Fazer da Palavra de Deus o lugar onde nasce a fé’.  A conclusão da Visita Pastoral, no Domingo, 22 de outubro, coincidiu com o Dia Mundial das Missões e ficou o convite a viver a fé, testemunhar e anunciar essa mesma fé. Dar as nossas vidas em serviço, em amor, em testemunho no mundo”, refere o padre Pedro, destacando igualmente a presença na paróquia da comunidade Ucraniana, que “também se encontrou” com o Bispo Auxiliar de Lisboa.

No contexto da Visita Pastoral, D. Nuno Brás visitou as quatro congregações religiosas femininas presentes no espaço geográfico da paróquia: Religiosas do Sagrado Coração de Maria, Irmãs Concepcionistas ao Serviço dos Pobres, Irmãs Missionárias Reparadoras do Sagrado Coração de Jesus e Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor. “Nos vários encontros com as religiosas, o senhor bispo acentuou muito a necessidade de serem fiéis ao seu carisma e a viver isso mesmo na comunidade em que estão inseridas”.

A Paróquia de Arroios tem ainda a particularidade de ter, no seu espaço geográfico, o Hospital de Dona Estefânia, que recebeu a Visita Pastoral na tarde de sexta-feira, 20 outubro. “Tivemos um encontro com o capelão, padre Carlos Azevedo, e com os voluntários que trabalham no serviço de apoio espiritual e religioso no hospital. O padre Carlos fez a apresentação da capelania e depois visitámos um dos serviços do hospital. D. Nuno teve contacto com essa realidade, apresentada por uma das enfermeiras, e esteve com os doentes, tendo deixado um convite a viver o sofrimento com heroicidade e entrega, a exemplo da pastorinha Jacinta Marto, que faleceu neste hospital”, observa o pároco de Arroios.

 

Discípulos missionários

Terminada a Visita Pastoral, que decorreu praticamente durante uma semana (16 a 22 de outubro), o pároco de Arroios sublinha o desafio que ficou para a comunidade cristã: “Tomarmos um pouco mais de consciência do que somos e da nossa missão. Agora, trata-se de viver e pôr em prática, realizá-la. O que nós vamos procurar é, na perspetiva de primeiro anúncio, um pouco a partir do Curso Alpha, chamar pessoas novas para esse encontro com Cristo e para fazer uma experiência comunitária de fé. E depois, através do grupo ‘Ousar caminhar’, tentar inserir essas pessoas para que continuem a caminhar na comunidade, que possam crescer na fé e, a partir daí, tornarem-se elas próprias parte ativa na comunidade e serem discípulos missionários”.

texto por Diogo Paiva Brandão; fotos por DPB e Paróquia de Arroios
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