Lisboa |
Say Yes – Peregrinação Diocesana de Adolescentes a Fátima
“Ultrapassar medos” e avançar em Deus
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As dúvidas da então adolescente Lúcia, pastorinha de Fátima, foram a narrativa que conduziu a Peregrinação Diocesana de Adolescentes a Fátima – Say Yes. Através da arte, cerca de 1200 participantes deram “um rosto juvenil” ao Santuário, no passado dia 14 de outubro, e receberam a certeza de que “não estão sós” ao dizerem ‘Sim’ a Deus.

 

O balanço desta atividade é “muito positivo”, garante ao Jornal VOZ DA VERDADE o diretor do Setor da Catequese do Patriarcado de Lisboa, padre Tiago Neto. O objetivo do encontro foi “apresentar a mensagem de Fátima, a partir de uma narrativa referente a uma aparição – a sétima –, que aconteceu na vida da pastorinha Lúcia, na sua adolescência e na sua tomada de decisão de sair de Aljustrel, Valinhos, para o Porto”, explica este responsável. As “hesitações e dúvidas” de Lúcia são também transportadas por muitos dos adolescentes que marcaram presença no Say Yes. Há, por isso, “uma dimensão de proximidade etária”, onde uma adolescente comunica com outros adolescentes, explica o padre Tiago. No entanto, a grande finalidade deste encontro que juntou mais de 1200 adolescentes, vindos de aproximadamente 50 paróquias e acompanhados por 200 catequistas, era “não ficar nas dúvidas nas questões essenciais”, mas “tentar que o adolescente procure sempre dizer ‘Sim’ a Deus [Say Yes]”. “No fundo, apresentar a narrativa de Fátima do ponto de vista daquilo que é a situação dos adolescentes, se devem ou não acreditar em Deus ou confiar naquilo que são as perspetivas propostas. É um convite para ultrapassarem todos os medos que os impedem de avançar”, definiu este sacerdote.

 

Arriscar

Uma das novidades apresentadas neste encontro foi ter a arte como fio condutor de todas as atividades. Em destaque, esteve o tríptico ‘Arriscar em Deus’ (ver caixa), do padre Pedro Tavares, que segundo o diretor da Catequese de Lisboa “expressa, de forma simbólica, as consequências daquilo que é dizer ‘Sim’ a Deus ou recusá-l’O”. “Foi um dia bonito porque conseguimos dar uma animação, com um rosto juvenil, a Fátima. Foi especial para os adolescentes porque também lhes oferecemos uma proposta que disse ‘Sim’ a eles. Não se tratou só de os convidar a dizerem ‘Sim’ àquilo que Deus quer para eles. Trata-se também de dizer ‘Sim’, através das propostas da catequese, às suas necessidades, àquilo que eles procuram”, aponta este responsável, destacando a celebração da Eucaristia, na Basílica da Santíssima Trindade, e o musical ‘A Porta’, interpretado por jovens da Paróquia de Monte Abraão, como alguns dos momentos altos do dia.

A divulgação antecipada (há um ano) desta atividade juvenil foi uma das preocupações da organização que procurou “desenvolver uma catequese preparatória para este encontro com propostas de reflexão sobre o que isso podia implicar na vida dos adolescentes”, explica o padre Tiago Neto, que contou com a ajuda de vários catequistas, grupos de jovens, congregações e movimentos.  

 

Quem acredita não está só

No auditório do Centro Pastoral Paulo VI, local onde decorreu a última parte da Peregrinação Diocesana de Adolescentes a Fátima, o Bispo Auxiliar de Lisboa D. Nuno Brás recordou um momento histórico, presenciado em Roma, em 2005. “No dia 19 de abril, estive presente na Missa inaugural do pontificado de Bento XVI. Na homilia, o Papa disse uma coisa que me ficou gravada: ‘Aquele que acredita, nunca está sozinho’. E é isso que também vos quero dizer a todos. Quando se sentirem sozinhos, quando acharem que são os únicos a acreditar em Deus, no meio da escola, no meio da discoteca, onde quer que seja, lembrem-se que quem acredita nunca está sozinho. A prova disso é que estamos aqui todos”, referiu D. Nuno Brás aos cerca de 1200 adolescentes.

A procura de formas de acompanhar as crianças e adolescentes tem sido precisamente uma “necessidade” do Setor da Catequese, segundo o padre Tiago Neto. “Estes encontros têm sempre uma função motivadora no sentido de ser uma espécie de lançamento para os adolescentes saberem que não são só eles a acreditar, mas com eles estão outros, de outros lugares. Isso é uma realidade muito importante nestes encontros”, garante o sacerdote, sublinhando também a importância dos momentos prévios de preparação, que proporcionam ao catequista “ajuda para conhecer melhor o seu grupo, caminhar com ele”.

Já no período da manhã, D. Nuno Brás garantiu também aos adolescentes que “Deus ama-nos demasiado para desistir de alguém”. Na homilia da Missa que juntou os participantes na Basílica da Santíssima Trindade, D. Nuno Brás assegurou que “não andamos sem rumo”. “Nós, cristãos, temos um rumo que é Jesus Cristo. Ele é a nossa meta. Não tenhamos medo de dizer ‘Sim’ ao convite de Deus. Não tenhamos medo de, como a Virgem Maria, dizer ‘Sim’ à vontade de Deus, porque sabemos que é aí que está também a nossa felicidade”, sublinhou.

 

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Tríptico ‘Arriscar em Deus’

A obra da autoria do padre Pedro Tavares foi o fio condutor do Say Yes. A partir da pintura que foi inspirada na sétima aparição de Nossa Senhora a Lúcia, no período em que o Bispo de Leiria a convidou a sair de Aljustrel para se refugiar no Asilo de Vilar, no Porto, em 1921, os adolescentes do Patriarcado de Lisboa foram convidados a transpor as interrogações de Lúcia para as suas vidas, mas sobretudo o ‘Sim’ da pastorinha, conforme foi relatado no Diário da Irmã Lúcia. Segundo um texto do autor do tríptico, a “experiência de amor incondicional de Deus” foi “determinante na vida de Jacinta, Francisco e Lúcia, mas também no centro da mensagem de Fátima, como lugar de apelo à conversão”.

A “porta de entrada” do tríptico faz referência a Adão e Eva. “À luz de Adão e Eva, Lúcia quer tornar-se o critério da sua vontade e sente a tentação de se esconder do olhar de Deus no lugar mais recôndito”, explica a nota de apresentação da obra, referindo-se às dúvidas sentidas por Lúcia sobre aceitar ou não a sua ida para o Porto. Depois, perante as interrogações, Lúcia encontra a certeza do seu ‘Sim’ ao deixar-se “envolver pela Senhora mais brilhante que o sol que nela inunda uma palavra de paz e confiança”. É precisamente essa mensagem que encontramos representada na segunda parte do tríptico.

Ao centro, “a presidir e a marcar o ritmo de todo o percurso iconográfico”, vemos Lúcia a “abraçar” o ‘Sim’ de Jesus, “que tem na Cruz a sua máxima expressão”. “Este ‘Sim’ está, todavia, assente numa história de salvação que desde o Antigo Testamento vem sendo preparada por Deus, plenificado na Cruz, e que nos nossos dias pode ser atualizado”, refere a nota de apresentação da obra que é da autoria do padre Pedro Tavares, coadjutor das paróquias do Bombarral, Roliça e Vale Covo.

texto por Filipe Teixeira; fotos por D. R.
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