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À procura da Palavra
É preciso decidir
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DOMINGO XVII COMUM Ano A

“O reino dos Céus é semelhante

a um tesouro escondido num campo.”

Mt 13, 44

 

As parábolas são como as urtigas: picam e incomodam!”: talvez não fossem estas as palavras exactas do biblista brasileiro Fr. Carlos Mesters, mas foi a ideia que guardei viva na memória. É notável a força das pequenas histórias com mais de 2 mil anos, que Jesus contou e os evangelhos guardaram. Comparar as coisas de Deus com a vida quotidiana, provocar e chocar os ouvintes com situações inesperadas, interpelar a uma resposta ou decisão perante a história que parecia simples, são riscos que Jesus correu para gravar no coração e na mente a novidade do reino de Deus. Cada parábola interpela-nos e pede-nos uma decisão. Que faço quando encontro um tesouro? E a pérola que procuro há tanto tempo? Lanço com esperança a rede todos os dias e aprendo a escolher o melhor?


Depois das cinco parábolas que descrevem como o reino progride e transforma o mundo, Mateus encerra este capítulo com duas que descrevem a atitude de quem descobre o reino, e uma que interpela à urgência da decisão quotidiana. Quem nunca sonhou com a descoberta de um tesouro por entre umas pedras ou daquela peça de loiça valiosa, que o vendedor da loja nem imagina o seu valor? E que faríamos se fosse connosco? Jesus mostra que qualquer pessoa, na sua actividade diária (camponês, negociante, pescador) pode encontrar o reino de Deus. Como resultado de um esforço (o trabalho do campo ou a procura de joias) ou por acaso (a rede que o mar enche de peixes), o reino é um dom, e pede uma decisão. Para os dois primeiros, a alegria desse precioso achado vai relativizar tudo o que possuíam para o poderem adquirir. É a alegria da fé, do encontro com Jesus e com a sua missão, do verdadeiro tesouro que enche a vida de graça. Quantas vezes transparece essa alegria na vida da Igreja e na de todos os que já encontrámos (?) em Jesus o nosso tesouro?


O reino é dom exclusivo de Deus, mas precisa da nossa resposta, da nossa decisão e acolhimento. O que Deus pode fazer connosco não faz sozinho. Para nos dar a alegria do esforço, da procura e do trabalho. Ou será que não acreditamos que aquilo em que participamos nos dá uma alegria maior? No campo, nas tendas de ourives, no mar, poderíamos ter a alegria de encontrar se não nos esforçássemos? A certeza de que o reino é oferecido, que não se mede pela aparência, que se multiplica, que transforma a vida, e que não se limita a este mundo, garante-no-lo Jesus. Decidirmos se queremos fazê-lo e ser parte dele depende de nós!


Os nossos dias são mar em que lançamos a rede, e é nossa também a escolha dos peixes. Para além do tema do juízo final, a pesca lembra-nos a coragem de “sair para a pesca”, o esforço em não desperdiçar o tempo e as oportunidades, a sabedoria de decidir bem. Quantos tesouros desperdiçámos por medo e indecisão?

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