Lisboa |
Solenidade de São Vicente
“Caminho de comunidade e missão, rumo à santidade autêntica”
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Na Solenidade de São Vicente, no passado dia 22 de janeiro, foram instituídos seis novos cónegos da Sé Patriarcal, com o Cardeal-Patriarca a confiar-lhes a missão de garantir a “atualidade” da Igreja de Lisboa, através da colaboração para o “cumprimento” da “receção ativa” da Constituição Sinodal.

 

Na instituição de seis novos cónegos, no passado Domingo, 22 de janeiro, na Sé de Lisboa, o Cardeal-Patriarca enunciou aos membros do Cabido da Sé Patriarcal três palavras que definem a missão deste órgão diocesano: “tradição, atualidade e presbitério”.

Durante a oração de Vésperas da Solenidade de São Vicente – padroeiro principal do Patriarcado de Lisboa, D. Manuel Clemente começou por sublinhar a “tradição”, que é, “antes de mais, a tradição evangélica, realizada na Igreja de Lisboa, ao longe de tantos séculos”, que deve estar presente, hoje, na função de “zelar por esta Sé”, para que “represente bem, na vida do Povo de Deus e de toda a gente, a continuidade da Igreja de Lisboa”.

Em segundo lugar, o Cardeal-Patriarca referiu-se ao cuidado por manter viva a “atualidade do Evangelho”, “conforme ela se vai circunstanciando e nas circunstâncias atuais”. “Na nossa Igreja de Lisboa esta atualidade chama-se receção da Constituição Sinodal”, referiu D. Manuel Clemente, dizendo contar, “muito em particular”, com a colaboração dos cónegos para o “cumprimento da Constituição, da sua receção ativa”.

Por último, na intervenção durante a oração de Vésperas, o Cardeal-Patriarca de Lisboa comparou o “corpo muito central” desempenhado pelo Cabido da Sé no presbitério de Lisboa como sinal da “responsabilidade acrescida”. “Eu e os meus colegas Bispos contamos muito, e na primeira linha, com a solicitude dos cónegos pelos seus irmãos no presbitério: pela oração, pela presença, pelo cuidado”, garantiu D. Manuel Clemente, reforçando que, desta forma, “o nosso Cabido cumprirá o melhor daquilo que foi e garantirá o melhor daquilo que temos de ser”.


 


Acolher

Na celebração da Missa da Solenidade de São Vicente, o Cardeal-Patriarca lembrou a vida e exemplo do santo padroeiro da diocese. “A cidade guardou-lhe a lembrança no brasão que ostenta, a nau sobretudo”, apontou D. Manuel Clemente, sublinhando duas alusões que resultam da imagem de São Vicente. A primeira, “à sua alma marinheira, pois sempre acolheu o que veio de fora e sempre daqui partiu para o vasto mundo. Embarcar e desembarcar é destino lisboeta, como partir, mesmo ficando, e acolher sempre mais e melhor”, referiu. A segunda alusão aponta para a “interculturalidade de raiz” do mártir, “pois foi muito tempo e quer ser agora o que a chegada das relíquias de São Vicente, naquela nau e com aqueles corvos, significou na altura”. “Pois se refazia a cidade com a gente que sobrava ou chegava, mouros e moçárabes, francos e germanos, agricultores das redondezas. São Vicente significou na Lisboa nascente, pelo modo como veio e pelo Evangelho que relembrou, o melhor da alma da cidade, de então para agora”, descreveu o Cardeal-Patriarca.

Na celebração do passado Domingo, que evocou a memória do diácono e mártir do século IV, decorreram, como habitualmente, a renovação das promessas diaconais dos diáconos permanentes do Patriarcado. Aos que receberam o primeiro grau do sacramento da Ordem, D. Manuel Clemente lembrou, na sua homilia, a importância do “serviço de Cristo nas comunidades que integram”. “A disponibilidade para o serviço, a atenção aos pobres, a simplicidade atenta e inclusiva – isso vos significará, caríssimos diáconos, a estola de través, como a usaria São Vicente, para maior desembaraço e prontidão”, frisou.

 

Concretização

Passados precisamente três anos após o anúncio da caminhada sinodal de Lisboa, no mesmo local, o Cardeal-Patriarca lembrou a efeméride, recordando o caminho percorrido. “Cinco trimestres levaram milhares de cristãos da diocese na reflexão de outros tantos capítulos da exortação apostólica. ‘Caíram realmente na terra’, como aquele grão de trigo, pois tiveram bem presentes as atuais circunstâncias da sociedade e da Igreja, em que o ‘grão’ evangélico há de germinar. Com o que concluíram e adiantaram, escreveu-se um preenchido documento onde quase tudo perpassa, de observação, discernimento e pistas para o futuro”, lembrou D. Manuel Clemente, na homilia da celebração.

Atualmente, na “terceira e decisiva fase” da caminhada sinodal – isto é, “da receção ativa” da Constituição Sinodal de Lisboa –, o Cardeal-Patriarca incentivou os diocesanos à aplicação dos 70 números do documento, “especialmente das sete ‘opções’ com que se conclui para recomeçar” (ver caixa).

A concretização destas opções “como itens dum mesmo caminho de comunidade e missão, rumo à santidade autêntica, é o que temos por diante”, anunciou D. Manuel Clemente, referindo que em cada um dos pontos “há muito que ler e reler na Constituição Sinodal, pessoalmente e em grupo; muito para concretizar praticamente em cada comunidade e além dela”.

 

Programa de receção

O modo de concretização de cada uma das sete opções enunciadas (santidade, missão, comunidade, iniciação cristã, família, vocação e sinodalidade) será apurado “até ao próximo verão”, “nas diversas instâncias eclesiais da diocese”. Para este objetivo, o Cardeal-Patriarca de Lisboa garantiu contar com diversas realidades eclesiais e em particular com os 17 vigários forâneos que tomaram posse durante a celebração, para um novo quinquénio. “Contando necessariamente com a contribuição da cúria pastoral, bem como dos vários órgãos diocesanos de reflexão e consulta e de outras realidades eclesiais, o núcleo mais ativo da receção sinodal deverá estar na conjugação sistemática da reunião de vigários com as reuniões de vigararia”, desejou D. Manuel Clemente. “Assim conseguiremos delinear um programa de receção que nos preencherá ativamente um triénio pastoral, a partir de setembro próximo”, apontou o Cardeal-Patriarca, reiterando o anúncio de uma “assembleia diocesana” em 2020, com vista a “avaliar o percurso feito”.



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As 7 opções para a Igreja de Lisboa

Na homilia da Missa na Solenidade de São Vicente, D. Manuel Clemente enumerou as sete “opções” anunciadas na Constituição Sinodal de Lisboa e que fazem parte da “terceira e decisiva fase da caminhada sinodal”, ou seja, da “receção ativa” do documento:

 

1. A SANTIDADE lembra-nos que tudo o que fizermos só ganha sentido se nos fizer a nós próprios mais de Deus e para Deus, princípio e fim da evangelização.

 

2. A MISSÃO decorre imediatamente da santidade, porque o nosso Deus é constante saída de si, como Pai em relação ao Filho, como Filho em retribuição ao Pai, como Espírito de mútua entrega.

 

3. A COMUNIDADE, pois nada disto é teórico, mas eminentemente prático, vivendo com os outros e para os outros, e assim mesmo escola de vida divina.

 

4. A INICIAÇÃO CRISTÃ, como revelação que se acolhe e vida nova que começa, numa comunidade que progride.

 

5. A FAMÍLIA, pois tudo há de começar onde naturalmente começamos e aí mesmo encontra a primeira linguagem, o primeiro rosto, a relação fundamental.

 

6. A VOCAÇÃO, pois o apelo que Deus faz a todos, para sermos realmente seus, incide em cada um para que seja especialmente assim, como Ele quer e espera, como os outros precisam que aconteça.

 

7. A SINODALIDADE, porque se trata de caminho a percorrer com todos, rumo ao Deus uno e trino, em unidade plural e partilhada. Como o grão de trigo que «não fica só» e por isso mesmo é que «dá muito fruto».

 

Disponível a Constituição Sinodal de Lisboa

A Constituição Sinodal de Lisboa encontra-se disponível gratuitamente, em formato pdf, através do site do Patriarcado de Lisboa (www.patriarcado-lisboa.pt) e em formato papel, com um custo de 1,5¤, na Livraria Nova Terra, no Patriarcado de Lisboa. O documento, assinado por D. Manuel Clemente, foi apresentado à diocese, no passado dia 8 de dezembro, no Mosteiro dos Jerónimos, e resulta da Assembleia Sinodal que decorreu entre 30 de novembro e 4 de dezembro de 2016, no Turcifal. 

  

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Na celebração de Vésperas Solenes, os novos cónegos (padres Jorge Dias, José Miguel Pereira, Nuno Amador, Paulo Franco, Ricardo Ferreira e Rui Pedro Carvalho) tomaram posse e fizeram a profissão de fé.


Na celebração da Missa, os novos vigários forâneos, das 17 vigararias da diocese, fizeram o compromisso para um novo quinquénio (2017-2022).

 

Na Missa da Solenidade de São Vicente, os diáconos permanentes da diocese fizeram, como habitualmente, a renovação das promessas diaconais.

   

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Vídeos da Solenidade de São Vicente

Os vídeos das celebrações de Vésperas e Missa na Solenidade de São Vicente estão disponíveis no canal YouTube do Patriarcado de Lisboa (www.youtube.com/patriarcadolx).

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