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Roma
“Comunhão, reconciliação e unidade são possíveis”
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O Papa Francisco considera ser possível a “unidade dos cristãos”. Na semana em que pediu cristãos corajosos, Francisco visitou uma paróquia da periferia de Roma, assinalou o 103º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado e batizou 13 bebés da zona que sofreu o sismo em Itália.

 

1. O Papa lembrou a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (18 a 25 de janeiro). “Hoje tem início o Oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos, um motivo mais de apelo à nossa comunhão de preces e de esperanças. O movimento ecuménico vai frutificando, com a graça de Deus. O Pai do Céu continue a derramar as suas bênçãos sobre os passos de todos os seus filhos. Irmãs e irmãos muito amados, servi a causa da unidade e da paz!”, desejou o Papa, na saudação em português, durante a audiência-geral de quarta-feira, 18 de janeiro.

Na Aula Paulo VI, no Vaticano, Francisco tinha dado as boas-vindas à delegação do Itinerário Europeu Ecuménico e enalteceu a sua visita a Roma, definindo-a como “um importante sinal ecuménico que expressa a comunhão alcançada graças ao caminho do diálogo nas décadas passadas. O Evangelho de Cristo está no centro da nossa vida e une pessoas que falam línguas diferentes, moram em países diferentes e vivem a fé em comunidades diferentes”. O Papa lembrou ainda a recente viagem à Suécia. “Recordo com emoção a oração ecuménica em Lund, na Suécia, no dia 31 de outubro passado. No espírito daquela homenagem comum à Reforma, vemos mais o que nos une do que o que nos divide e continuamos juntos o caminho para aprofundar a nossa comunhão e dar a ela uma forma cada vez mais visível. Na Europa, a fé em Cristo é como uma linha verde de esperança: pertencemos uns aos outros. Comunhão, reconciliação e unidade são possíveis. Como cristãos, temos a responsabilidade desta mensagem e devemos testemunhá-la com a nossa vida. Que Deus abençoe este desejo de união e vele por todas as pessoas que percorrem o caminho da unidade”, desejou.

 

2. “Sejam cristãos corajosos, ancorados na esperança e capazes de suportar momentos difíceis”. Foi esta a exortação do Papa na Missa matinal na Casa de Santa Marta, no passado dia 13 de janeiro. “Os cristãos preguiçosos, os cristãos que não têm vontade de ir avante, os cristãos que não lutam para fazer as coisas mudarem, coisas novas, coisas que fariam bem a todos se mudassem. São os preguiçosos, os cristãos estacionados: encontraram na Igreja um belo estacionamento. E quando digo cristãos, digo leigos, padres, bispos… Todos. E como existem cristãos estacionados! Para eles, a Igreja é um estacionamento que protege a vida e vão adiante com todas as garantias possíveis. Mas esses cristãos parados fazem-me lembrar uma coisa que os nossos avós diziam quando éramos crianças: ‘Fique atento porque água parada, que não escorre, é a primeira a corromper-se’”, lembrou o Papa, sublinhando que o que torna os cristãos corajosos é “a esperança”.

 

3. O Papa retomou as visitas às paróquias romanas depois de uma pausa no ano jubilar. Francisco visitou, no passado Domingo, 15 de janeiro, a paróquia de Setteville di Guidonia, na periferia de Roma. Logo à chegada, foi saudar o vice-pároco Giuseppe Berardino, de 47 anos, que há mais de dois anos está gravemente doente com esclerose lateral amiotrófica, e levou-lhe palavras de conforto, conversando em voz baixa com o sacerdote que está imobilizado numa cama e já impossibilitado de falar. No final do encontro, que durou cerca de dez minutos, o Papa administrou-lhe o sacramento da Unção dos Doentes.

No âmbito desta visita pastoral, Francisco saudou os fiéis e as famílias, doentes e idosos, bem como as crianças e adolescentes da catequese, os escuteiros e jovens que já fizeram o Crisma e confessou quatro paroquianos. A encerrar a visita, celebrou Missa na igreja paroquial, tendo deixado o convite a “testemunhar Jesus” com exemplos de vida cristã. “Se tu tens um amigo, uma amiga que não crê, não deves dizer-lhe: “Tu tens de crer por isto e aquilo” e explicar todas as coisas. Isso não deve ser feito! Isso chama-se proselitismo e nós, cristãos, não fazemos proselitismo. O que se deve fazer? Se não posso explicar, o que devo fazer? Viver de tal forma que seja ele ou ela a perguntar-nos: “Porque vives assim? Porque fizeste isso?” Aí sim, podes explicar”, salientou, sublinhando que uma paróquia é incapaz de testemunhar se nela existirem mexericos, dando como exemplo os Apóstolos que nunca “falavam mal” uns dos outros. “Vocês querem uma paróquia perfeita? Não digam mexericos. Se você tem alguma coisa contra uma pessoa, falem diretamente com ela ou converse com o pároco, mas não entre vocês. Este é o sinal de que o Espírito Santo está numa paróquia. Os outros pecados, todos temos. Porém, o que realmente destrói uma comunidade, como o verme, são os mexericos”, alertou, regressando ao Vaticano no final da tarde.

 

4. O Papa Francisco assinalou, no passado Domingo, o 103º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que a Igreja Católica celebra este ano com o tema ‘Migrantes menores de idade, vulneráveis e sem voz’. “Estes nossos pequenos irmãos, especialmente quando não estão acompanhados, estão expostos a inúmeros perigos. E digo-vos que são muitos!”, denunciou o Papa, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, para a recitação do Angelus. Francisco defendeu a adoção de “todas as medidas possíveis” para garantir aos menores migrantes “a proteção e a defesa, bem como a sua integração”.

Na sua intervenção, o Papa citou ainda a figura de Santa Francisca Cabrini (1850-1917), padroeira dos migrantes, no centenário da sua morte. “Esta corajosa religiosa dedicou a sua vida a levar o amor de Cristo a quantos estavam longe da pátria e da família. Quantas vezes, na Bíblia, o Senhor nos pediu para acolher migrantes e estrangeiros?”, questionou.

 

5. Foram 13 os bebés batizados pelo Papa Francisco no passado dia 14 de janeiro. Na capela da Casa Santa Marta, o Papa batizou os bebés das localidades no centro de Itália que nasceram depois do terramoto de agosto passado, sendo que o mais novo tinha apenas cinco dias. A ideia deste batismo surgiu no dia 4 de outubro, quando o Papa visitou a região e uma mãe lhe pediu que batizasse o seu filho. O Papa aceitou e o convite foi estendido a outras pequenas crianças.

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