Na Tua Palavra |
D. Nuno Brás
Precisamos de mestres
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Há dias, alguém disse-me que Portugal tinha um “défice de conhecimento” e que, por isso, era necessário apostar na escola. Não tenho nada contra este investimento, bem pelo contrário. No entanto, duvido que em Portugal esse “défice de conhecimento” seja assim tão grande.

Com efeito, devemos reconhecer que o nosso país tem escolas e universidades que transmitem a quem as frequenta os conhecimentos que são dos mais actualizados no mundo. O aluno médio português não fica atrás de qualquer estudante de um outro qualquer país ocidental. Os licenciados e doutorados nacionais não têm menos qualificações e conhecimentos que os dos outros países. Em muitos campos, a nossa investigação científica é tão boa ou melhor que o melhor do resto do mundo.

E, no entanto, precisamos de mais escola e, sobretudo, de mais educação. Porque educar – das tarefas mais nobres que uma qualquer sociedade pode ter – não significa apenas transmitir um conjunto de informações, de conhecimentos. Significa ajudar alguém a perceber a importância da realidade e do outro; significa ajudar alguém a construir-se como ser humano; significa ajudar a pensar. Nascemos egoístas e necessitamos absolutamente que alguém nos ajude a ser com os outros, a perceber que sem eles nada somos, e que só com eles nos podemos construir e ir mais longe. Julgamos que os sonhos nos conduzem e habitamos num mundo cada vez mais virtual: precisamos de quem nos faça confrontar com a realidade e nos ajude a perceber que não vivemos num filme de ficção inventado por cada um a seu gosto, mas nesta realidade que nos interpela e nos convida a ir mais longe. Pensamos que o importante é o sentimento e o coração: é urgente que alguém nos ensine que ser Homem é um todo harmónico de sentimento, razão e ação.

O que falta a Portugal – e à grande maioria dos países europeus – não é conhecimento mas educação. Faltam mestres na arte de viver, mais que ensinadores de conhecimentos. E isso não se encontra apenas na escola, ainda que esta não se possa demitir dessa tarefa: começa por se encontrar em casa, na família (mas que família têm as nossas crianças?) e, ao longo de toda a vida, no trabalho, no lazer, em todos os domínios da nossa existência.

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