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À procura da Palavra
O que nos maravilha?
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EPIFANIA DO SENHOR Ano A

“Regressaram à sua terra por outro caminho.” Mt 2, 12

Quem nunca se maravilhou com o episódio dos Magos que vieram adorar Jesus? Temos a sua peregrinação pela casa até chegar ao presépio, as “cabalgatas de reyes” que a tradição espanhola promove, a curiosidade científica em torno da estrela / cometa / conjunção de planetas, e até a tradição de que as suas relíquias se encontram na catedral de Colónia, na Alemanha. Na literatura, na escultura e na pintura são inúmeras as suas representações. Não foi o quadro “Adoração dos Magos” de Domingos Sequeira capaz de reunir contributos no valor de 600 mil euros para a sua aquisição? O que nos maravilha tanto neste episódio de 12 versículos que o evangelista Mateus nos conta?

Creio que o índio brasileiro, com o seu toucado de penas, talvez da tribo tupinambá, pintado por Vasco Fernandes como rei Baltazar na sua “Adoração”, parte do retábulo da Sé de Viseu, ilumina uma resposta. Maravilha-nos o que ainda não conhecemos, aquilo que está para lá das fronteiras. Aquilo que tememos por ainda não conhecer também nos atrai e desinstala. Maravilha-nos o caminho dos magos, seguindo uma estrela que parece brincar com eles, indo meter-se na boca do lobo e até aí receberem um novo sinal. Maravilham-nos os presentes, evocação de uma riqueza que é mais essencial do que material. Maravilha-nos o Menino e sua Mãe que eles encontram, e a humildade de O reconhecerem como rei. E até nos maravilha o novo caminho do seu regresso. Como eles, ninguém volta aos mesmos caminhos depois de encontrar Jesus!   

Importa que os caminhos valham mais do que as fronteiras. Se as delimitações marcam territórios e identidades, elas são chamadas a ser também lugar de encontro, de comunicação, de descoberta e abertura. Quando se impõem pela força, quando isolam e atrofiam o desejo de comunhão, são um dos fracassos da fraternidade humana. Para além das fronteiras de rios ou montanhas, outras são obstáculo maior, como as económicas, fruto de egoísmos individuais e colectivos. Que fronteiras mantemos encerradas na vida e no pensamento pessoal e comunitário?

Os Magos romperam as fronteiras do messianismo judaico. São pagãos que reconheceram Jesus como Salvador, muito antes dos próprios judeus. Desapareceram silenciosamente para dar lugar a todos os que buscam sentido e plenitude de vida. E falam-nos da maravilhosa aventura que é abrirmo-nos ao outro, vencendo os medos que aprisionam, derrotando os egoísmos que estrangulam com o excesso de coisas. Não são eles os padroeiros de todos os que procuram o que vale a pena adorar?

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